Comemora-se em 05 de dezembro o Dia Mundial do Solo. A data foi estabelecida em 2002, na Tailândia, durante o XXVII Congresso Mundial de Ciência do Solo pela Sociedade Internacional de Ciência do Solo. No entanto, instituiu-se a data somente em 2013 pela Assembleia Geral da ONU, após a Conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Nesse sentido, celebrou-se a data pela primeira vez em 2014. Com a comemoração, propõe-se divulgar a importância do solo para a vida na Terra. A escolha do dia 05 de dezembro busca homenagear o rei da Tailândia, H.M. Bhumibol Adulyadej, um dos responsáveis pela iniciativa.
Celebração do Dia Mundial do Solo
A comemoração do Dia Mundial do Solo é importante para promover a reflexão sobre o uso responsável e sustentável do solo. Portanto, a data objetiva:
- “conscientizar a sociedade civil e o poder público a respeito da função do solo para a vida humana;
- reconhecer a importância do solo para a segurança alimentar, as mudanças climáticas, os serviços ambientais, a diminuição da pobreza e a sustentabilidade;
- promover políticas e ações para a proteção e a gestão sustentável do recurso natural solo;
- sensibilizar o poder público da necessidade de investimentos no manejo e na intensificação sustentável, mantendo a qualidade do solo para diferentes usos e grupos de interesse;
- catalisar iniciativas conectadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e a Agenda Pós-2015; e
- fortalecer os sistemas de coleta e monitoramento de informação sobre solos em todos os níveis (global, nacionais e regionais)” (Camargo, 2018).
Desde a sua instituição, anualmente, definem-se campanhas específicas para o desenvolvimento de eventos e festividades. Nesse sentido, o tema de campanha em 2022 é: “solos: onde a comida começa”, integrando a conservação do ecossistema, bem-estar e a saúde humana. Para contribuir com a temática, a FAO disponibiliza materiais de campanha, incluindo vídeos e cartilhas, para uso em palestras, aulas, eventos e/ou redes sociais.
Isso indica que a Educação Ambiental se consolida como um importante pilar para o fortalecimento da conservação do solo, visto que por meio destas ações é possível gerar conexão do homem com o recurso natural e despertar senso de responsabilização. Além disso, ações práticas são necessárias, pois ambos se complementam. Para tanto, consideram-se: demonstrações da biodiversidade do solo, cultivo e manejo.
Serviços ecossistêmicos e formação do solo
Em 2017, a campanha da FAO sobre o dia mundial do solo foi: “cuidar do planeta começa pelo solo”. A afirmação se faz pertinente porque tal recurso é o que sustenta a vida na Terra. Além disso, relaciona-se de maneira íntima com diversos outros recursos naturais consumidos pelos seres vivos, como: alimentos, fibras, biomassa e água. Ainda, promove os ciclos biogeoquímicos, o sequestro de carbono e transforma resíduos. Portanto, os pontos citados demonstram que a conservação do solo apoia a segurança alimentar, fornecimento de água e mitigação dos gases de efeito estufa, por exemplo.
Contudo, o solo é um recurso natural não renovável, diz-se que “é um corpo que demora para nascer, não se reproduz e ‘morre’ com facilidade”. O processo de formação do solo leva milhões de anos, por isso, seu acontecimento não é tão perceptível. Para ocorrer, necessita-se um material de origem, seja mineral (rochas e sedimentos) ou orgânico (resíduos vegetais), que passará por vários processos de intemperismo.
Assim, o tempo, clima, relevo e os organismos locais são chamados de fatores de formação do solo, pois influenciam sua formação e perfil. De maneira geral, classificam-se em três grandes grupos: arenoso, argiloso e humoso. No entanto, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, há 13 tipos de solo, sendo:
- Argissolo;
- Cambissolo;
- Chernossolo;
- Espodossolo;
- Gleissolo;
- Latossolo;
- Luvissolo;
- Neossolo;
- Nitossolo;
- Organossolo;
- Planossolo;
- Plintossolo;
- Vertissolo.
No Brasil, o latossolo é o tipo mais comum, representando quase 40% da área total do país.
Florestas e a proteção do solo
Por ano, perdem-se milhões de toneladas de solo por processos erosivos, isto é, os solos se desgastam e, aqueles da superfície, são retirados de onde estão. Dessa forma, esse solo se acumula, por exemplo, em mananciais de água, podendo assoreá-los. Isso acontece principalmente quando o solo carece de uma cobertura vegetal e se torna mais suscetível à erosão, seja fluvial, pluvial, eólica ou antrópica. Assim, impacta negativamente a fertilidade do solo e o ciclo hidrológico.
Dessa maneira, as florestas se potencializam como fundamentais na proteção do solo, visto que a serapilheira acumulada possibilita a captação, absorção e infiltração das águas precipitadas. Sem as florestas, as águas atingem a superfície rapidamente e sem controle, modificando o solo. Além disso, a falta de floresta indica baixa biodiversidade, que atua na nutrição do mesmo. Portanto, afeta as dimensões físicas, químicas e biológicas do local.
O que fazer no Dia Mundial do Solo?
Diante dos objetivos da data e dos pontos citados, a nível individual, espera-se reflexão e conscientização sobre a importância desse recurso essencial à vida. A partir disso, priorize hábitos e ações que favoreçam a conservação do solo, como produtos/serviços que promovam o reflorestamento e, principalmente, que não desmatem. Ainda, evite o consumo de produtos com fertilizantes ou pesticidas.
Além disso, é importante o incentivo de ações à nível coletivo. Falar e tentar sensibilizar o outro para uni-lo à proteção ao solo. Desenvolver ações de Educação Ambiental e, se possível, criar mutirões para práticas de plantio e adubação verde. A espécie humana é a única que gera impactos negativos de maneira consciente ao solo, portanto, também tem o dever de protegê-lo para continuar a sustentar a vida no planeta e cumprir com suas funções ecossistêmicas.
Links Relacionados
- A Importância Social do Solo (Camargo, 2018);
- Materiais de campanha;
- Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
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