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Quanto Vale o Meio Ambiente?

Por Fernanda Carvalho

Em 19 de março de 2020
valor do meio ambiente - Planeta Terra dentro de um saco plástico

Esta semana eu estava em uma aula sobre valoração ambiental e logo pensei: por que eu nunca falei sobre isso no Mata Nativa? O assunto é complexo e carrega uma série de reflexões, principalmente quando o relacionamos aos hábitos de consumo.

Em uma sociedade capitalista é difícil mensurar algum tipo de patrimônio que não seja pelo seu valor monetário, até porque, no final das contas, os interesses na maioria das vezes são centralizados no dinheiro.

Quando falamos em valoração, a primeira reflexão que devemos fazer é sobre a complexidade do meio ambiente e sobre todos os seus serviços. Para exemplificar, podemos pensar sobre tudo que uma floresta fornece: alimentos, água doce, madeira, produtos químicos, regulação do clima, controle de doenças, entre outros benefícios. Isso quer dizer que quando uma floresta está em pé, ela cumpre um papel importante, e os beneficiados somos nós seres humanos. Mas será que todos nós compreendemos o valor dessa floresta?

O que é Valoração Ambiental?

Conceitualmente o valor é entendido como sendo a expressão monetária dos benefícios obtidos de sua provisão do ponto de vista pessoal de cada indivíduo. Ou seja, é um entendimento individual e passível de diferentes interpretações. Algumas pessoas entenderão o meio ambiente como muito importante e outras não. Daí a dificuldade de se traçar um método de valoração que não esteja vinculado a opiniões pessoais.

Mas mesmo quando nos baseamos em um método, ainda temos algumas dificuldades, já que muitos fatores estão envolvidos. Nós não conseguimos chegar a valores exatos quando pensamos sobre os abusos da sociedade em relação aos recursos naturais. O que podemos fazer é estimá-los mas, mesmo assim, nos depararemos com a questão da exatidão quanto aos custos. Impactos ambientais são incertos e ninguém tem condição, por exemplo, de prever com razoável precisão, quais serão os efeitos da adição do dióxido de carbono na atmosfera.

Desta forma, fica clara a existência de uma profunda interação entre os sistemas econômicos e os sistemas naturais de tal forma que os sistemas econômicos são dependentes dos fundamentos ecológicos e, em última instância, do sistema global de suporte à vida. Por outro lado, as sociedades estabelecem também normas e regras sociais, ou princípios de comportamento que devem ser seguidos.

Ao longo do tempo estas normas devem estar compatibilizadas ou serem consistentes com as leis naturais que governam a manutenção dos ecossistemas, ao mesmo tempo em que estes devem ser conservados se a sustentabilidade for aceita como um objetivo a ser alcançado.

Como o cálculo é feito?

Os estudos da economia do meio ambiente e dos recursos naturais baseiam-se no entendimento do meio ambiente como um bem público e dos efeitos ambientais, como externalidades geradas pelo funcionamento da economia.

De forma geral, o valor econômico dos recursos ambientais têm sido citado na literatura da seguinte maneira:

Valor econômico total (VET) = Valor de uso (VU) + valor de opção (VO) + Valor de Existência (VE).

O valor de uso (VU) representa o valor atribuído pelas pessoas pelo uso, propriamente dito, dos recursos e serviços ambientais. Ele é composto pelo valor de Uso Direto (VUD) e pelo Valor de Uso Indireto (VUI). O VUD corresponde ao valor atribuído pelo indivíduo devido à utilização efetiva e atual de um bem ou serviço ambiental, por exemplo, extração, visitação ou alguma outra forma de atividade produtiva ou consumo direto, com relação às florestas, e VUI representa o benefício atual do recurso, derivado de funções ecossistêmicas como, por exemplo, a proteção do solo, a estabilidade climática e a proteção dos corpos d’água decorrentes da preservação das florestas.

O Valor de Opção (VO) representa aquilo que pessoas atribuem no presente para que no futuro os serviços prestados pelo meio possam ser utilizados. Assim, trata-se de um valor relacionado a usos futuros que podem gerar alguma forma de benefício ou satisfação aos indivíduos. Por exemplo, o benefício advindo de fármacos desenvolvidos com base em propriedades medicinais ainda não descobertas de plantas existentes nas florestas.

O terceiro componente, o Valor de Existência (VE), se caracteriza como um valor de não-uso. Esta parcela representa um valor atribuído à existência de atributos do meio ambiente, independentemente, do uso presente ou futuro. Representa um valor conferido pelas pessoas a certos recursos ambientais, como florestas e animais em extinção, mesmo que não tencionem usá-los ou apreciá-los na atualidade ou no futuro.

A atribuição do valor de existência é derivada de uma posição moral, cultural, ética ou altruística em relação aos direitos de existência de espécies não-humanas ou da preservação de outras riquezas naturais, mesmo que estas não representem uso atual ou futuro para o indivíduo.

É claro que a complexidade do assunto vai muito além desses tópicos, por isso, se você quer se aprofundar mais sobre o assunto, eu recomendo que procure por manuais de valoração na internet. Existem muitos conteúdos disponíveis.

Economia ecológica

A Economia Ecológica constitui-se em uma abordagem que procura compreender a economia e sua interação com o ambiente a partir dos princípios físicos e ecológicos, em meio aos quais os processos econômicos se desenvolvem.

Os métodos de valoração baseados nesta abordagem utilizam o montante de energia capturada pelos ecossistemas como uma estimativa do seu potencial para a realização do trabalho útil para a economia. Este processo de valoração, geralmente, utiliza do conceito de produção primária bruta de um ecossistema.

A produção primária bruta é uma medida da energia solar utilizada pelas plantas para fixar carbono. Assim, a energia solar capturada pelo sistema é convertida em equivalente de energia fóssil.

Depois, faz-se a transformação deste equivalente em energia fóssil em unidades monetárias, utilizando-se uma relação entre o Produto Interno Bruto e o total de energia usada pela economia.

O método da análise energética propõe definir os valores ecológicos dos ecossistemas em função dos custos da energia envolvida na sua produção: a quantidade de energia necessária para a organização de estrutura complexa, como o ecossistema, pode servir como medida de seu custo de energia, de sua organização e de seu valor.

Existem diversos métodos de valoração que objetivam captar estas distintas parcelas do valor econômico do recurso ambiental. Todavia, cada método apresenta limitações em suas estimativas, as quais estarão quase sempre associadas ao grau de sofisticação metodológica, a necessidade de dados e informações, às hipóteses sobre comportamento dos indivíduos e da sociedade e ao uso que se será dado aos resultados obtidos.

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Autor(a)

Fernanda Carvalho

Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa. Continuou seus estudos na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo da Vida Selvagem. Dedicou grande parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental no Meio Ambiente Florestal da Fibria Celulose S/A e como consultora em projetos de Inventário Florestal, Averbação de Reserva Legal e Mapeamento de Áreas, na Florestal Jr. Atualmente é mestranda em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela UFRJ, Consultora de Comunicação da Ocyan e Gestora de Conteúdo do blog Mata Nativa.

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