O desenvolvimento urbano vem acompanhado por uma série de problemas, incluindo aqueles de ordem ambiental. A poluição nos centros urbanos tornou-se uma das problemáticas mais evidentes a serem enfrentadas nas esferas da qualidade de vida das cidades e também na preservação do meio natural. A elevada emissão de poluentes tóxicos na atmosfera, além da degradação de recursos naturais florestais e hídricos, constitui alguns dos principais desafios a serem superados.
A poluição do ar é um dos principais agravantes para a redução da qualidade de vida em muitas cidades do planeta, e isso inclui até mesmo os centros urbanos de países desenvolvidos. A cidade de Paris, por exemplo, decretou, em março de 2015, a implantação temporária de um sistema de rodízio de carros em função da poluição atmosférica para além dos limites aceitáveis. Problemas semelhantes reproduzem-se em inúmeras outras grandes capitais do mundo.
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No Brasil, as metrópoles e grandes capitais também passam pelos mesmos problemas. Na cidade de São Paulo, segundo estimativas, existem 20% mais chances de se sofrer de câncer de pulmão em comparação com espaços menos poluídos. Tudo isso causado pelo excesso de veículos, indústrias e outros elementos sociais que emitem uma grande quantidade de poluentes tóxicos para a atmosfera.
A poluição das águas, sobretudo dos cursos fluviais, ocorre de várias formas. Uma delas é a excessiva poluição e má destinação do lixo no espaço físico da própria cidade. Com isso, em tempos de chuva, todo o lixo acumulado nas ruas e calçadas é escoado em direção ao curso de algum rio. Além disso, a falta de estrutura ou o planejamento incorreto no destino de resíduos sólidos também intensificam o problema. As redes de esgoto, muitas vezes, não contam com estações de destino e tratamento da água, depositando todo o material em grandes rios e até nos mares, no caso das cidades litorâneas. Isso, além de comprometer a disponibilidade de água potável, prejudica a preservação de espécies animais e dos ecossistemas. Destaca-se, também, nesse contexto, o descarte direto de lixo de maneira irregular no leito dos cursos d’água, o que perpassa por uma má consciência individual e coletiva da população e também por uma política frágil de fiscalização e preservação dos recursos naturais em muitos municípios.
O solo no espaço das cidades também acaba sendo alvo da elevada poluição, que ocorre principalmente pelo errôneo manejo dos resíduos sólidos. Nos lixões e nos aterros sanitários, o acúmulo de lixo urbano gera um líquido poluente chamado de “chorume”, que infiltra e torna os solos improdutíveis. Além disso, quando atinge o lençol freático, essa forma poluição que compromete também a disponibilidade de água.
Mesmo neste cenário, algumas medidas favoráveis já tem sido tomadas, principalmente com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A PNRS é uma lei (Lei n.º 12.305/10) que procura organizar a forma com que o país lida com o lixo e exigir dos setores públicos e privados transparência no gerenciamento de seus resíduos. Ela é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.
Prevê também a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado), a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado) e institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.
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Por fim, ela cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e metropolitano e municipal, além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Nas áreas rurais, a contaminação do solo, ocorre principalmente pelo uso inadequado e abusivo de agrotóxicos e fertilizantes. O DDT, inseticida largamente utilizado nas lavouras para eliminar insetos, atualmente proibido em vários países, é uma substância com alta capacidade de retenção no solo e nos tecidos e órgãos dos animais. Essa substância desencadeia sérios danos à saúde, podendo causar problemas dermatológicos, hepáticos e até o desenvolvimento de um câncer.
Os impactos ao meio ambiente dependem do tipo de poluição e chegam na escala global. Entre os principais danos se destacam: a chuva ácida, a diminuição na camada de ozônio, o escurecimento da atmosfera, o efeito estufa e a eutrofização.
É preciso pensar em cada um deles, a fim de, desenhar um plano de resolução, mas o ponto de partida é a sensibilização para o problema e empenho de toda a sociedade. Cada setor pode desempenhar ações para evitar episódios de poluição.
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