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Dia Nacional da Caatinga

Por Natielle Gomes Cordeiro

Em 28 de abril de 2022
Dia Nacional da Caatinga
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O território brasileiro é reconhecido pela rica biodiversidade que apresenta. Além disso, o país é lar para uma quantidade significativa de plantas e animais, sendo formado por biomas como Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Dentre tais, a Caatinga se destaca por ser um domínio exclusivamente brasileiro. Assim, em função da sua importância, no dia 28 de abril comemora-se o Dia Nacional da Caatinga.

Criação do Dia Nacional da Caatinga

A princípio, o estabelecimento desta data tem como objetivo a conscientização da sociedade quanto a importância que o bioma possui na provisão de serviços e funções ecossistêmicas. Além disso, neste dia faz-se imprescritível destacar quanto a relevância de estratégias de conservação desta formação vegetal, bem como sobre o papel do bioma no equilíbrio ambiental.

A saber, a data comemorativa do Dia Nacional da Caatinga, 28 de abril, se instituiu a partir do decreto federal de 20 de agosto de 2003. Mas, por que dia 28 de abril? Esta data se estabeleceu em homenagem a um dos pioneiros aos estudos ambientais no Brasil, professor João Vasconcelos Sobrinho (1908-1989).

Quem foi João Vasconcelos Sobrinho?

João Vasconcelos, nascido em 28 de abril de 1908, tinha como formação profissional, a agronomia. O pesquisador atuou de forma efetiva e eficaz na identificação de espécies, combate à desertificação, bem como em programas de reflorestamentos. Ressalta-se que, João foi quem a princípio levantou questionamentos sobre a formação de desertos em determinadas regiões do Brasil. Por fim, considerando o papel fundamental que o pesquisador teve no conhecimento do bioma, o Dia Nacional da Caatinga foi escolhido a partir dos seus feitos.

Biomas do Brasil

O bioma

O bioma Caatinga abrange uma área de aproximadamente 844.453 km2, o que corresponde a 11% do território nacional. Esta vegetação faz limite com áreas da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.

O nome Caatinga é de origem tupi-guarani e tem como significado “mata branca”. Em suma, tal denominação se deu a partir das características intrínsecas da formação vegetal. Fazendo jus ao nome, a Caatinga tem como padrão a perda de folhas durante a estação seca, ficando assim “esbranquiçada”. O nome também tem relação com a capacidade de resiliência que a vegetação possui.  Além disso, surpreendentemente a vegetação seca, renasce nos períodos chuvosos com a formação de novas folhas.

A Caatinga se destaca por apresentar uma rica diversidade em fauna e flora. Além disso, destaca-se que, esta vegetação possui estratégias de adaptação nos períodos secos, uma vez que o bioma se encontra em uma região de clima tropical semiárido.

O domínio se encontra distribuído principalmente nos estados no Nordeste (Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia), bem como em parte do estado de Minas Gerais (região sudeste do Brasil).

Histórico

Ao longo dos anos estudos tem mostrado a representatividade para a biodiversidade brasileira que este domínio possui, seja no que diz respeito a riqueza de espécies e até mesmo quanto ao endemismo.

Muito se ouve falar sobre a realização de pesquisas nos biomas como a Mata Atlântica e Floresta Amazônica. Contudo, pouco se sabe efetivamente sobre a Caatinga. Durante muito tempo, o bioma teve suas áreas negligenciadas, sendo o centro de exploração e uso desordenado dos recursos naturais. Como resultado, as intensas atividades antrópicas têm desencadeado em modificações e perdas na estrutura da vegetação no bioma. A saber, nos últimos anos, esta tem se tornando uma forte linha de pesquisa na Caatinga, sendo desenvolvidas pesquisas nos estados como a Bahia e Pernambuco, por exemplo.

Biodiversidade da Caatinga

Na Caatinga se fazem presentes diversas espécies endêmicas, seja estas da fauna ou da flora. Em outras palavras, o bioma é lar para espécies que só ocorrem na região de Caatinga.

As espécies vegetais do domínio possuem adaptação tanto para questões de escassez de água quanto para as condições de aridez do solo. A vegetação é composta por basicamente espécies arbustivas e herbáceas.

As plantas da Caatinga têm como características os troncos grossos e raízes profundas, uma vez que a vegetação se destaca pela adaptação aos períodos de seca. Dentre as principais espécies vegetais encontradas no bioma tem-se: Macambira, Umbu, Xique-xique, Juazeiro, Maniçoba, Mandacaru, dentre outras.

Em relação à fauna, estratégias de sobrevivência também são necessárias. Como a vegetação é mais aberta, os animais possuem uma maior exposição ao sol. Nesse sentido, é necessário o desenvolvimento de mecanismos para superarem ao calor. Dentre as principais espécies animais, tem-se: Veado cantigueiro, Mocó, Asa-branca, etc.

Características da vegetação

O bioma Caatinga apresenta em sua estrutura os estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo. Ressalta-se que, as áreas do bioma tendem a apresentar um predomínio de vegetação xerófila caducifólia espinhosa (vegetação adaptada à aridez e que perde as folhas em estações secas). No entanto, outros tipos de vegetação podem ser encontrados no bioma, por exemplo, enclaves de floresta úmida.

Ademais, a Caatinga apresenta outras características como: solo raso e pedregoso, árvores baixas, troncos tortuosos, presença de espinhos e folhas que caem durante a estação seca.

Importância da Caatinga

Além de abrigar uma quantidade significativa de plantas e animais, a Caatinga também abriga cerca de 27 milhões de brasileiros. Assim, diante deste fato, o bioma apresenta importante papel na provisão de serviços ecossistêmicos, seja a regulação e mitigação climática, ecoturismo, dentre outros.

O bioma também se destaca pela importância que possui na sustentação da economia, principalmente no Nordeste. Os recursos presentes na Caatinga são fontes de manutenção em diversos setores, além dos produtos, o bioma apresenta relevância na matriz energética do país.

Espécies ameaçadas

Na Caatinga muitas aves correm o risco de extinção. A saber, o bioma é habitat para a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), espécie identificada como de maior risco a ser extinta no país. Um outro exemplo, é a onça-pintada. Este mamífero se faz presente em diversas regiões do Brasil. No entanto, a sobrevivência da espécie se encontra ameaçada, principalmente na Mata Atlântica e Caatinga.

O que deve ser feito?

Estratégias de conservação tanto da fauna quanto da flora se fazem necessárias. Assim, a criação de unidades de conservação, área de proteção ambiental, elaboração de políticas públicas são exemplos de medidas a serem realizadas. Além desses aspectos, cita-se outras possíveis alternativas:

  • Investimento em pesquisas;
  • Levantamento de informações quantitativas e qualitativas do bioma;
  • Elaboração de planos de manejo sustentável;
  • Desenvolvimento de técnicas de conservação;
  • Monitoramento e fiscalização nas áreas do bioma, uma vez que mesmo nas unidades de conservação a biodiversidade se encontra sobre ameaça e exploração, seja por meio da caça, mineração ou agricultura; dentre outros.

Estabelecidos tais critérios e estratégias, faz-se possível empreender uma política de conservação do bioma com o objetivo de recuperar as áreas degradadas, manejo sustentável dos recursos, criação de áreas de proteção ambiental.

Áreas protegidas na Caatinga

A primeira área de Caatinga legalmente protegida se localiza no estado do Ceará. Em síntese, a determinação desta área se deu por iniciativas dos ambientalistas Renato Aragão e João Vasconcelos Sobrinho. A ideia inicial era encontrar uma área ideal, ou seja, preservada, livre de impactos. Foi assim que se instituiu a Estação Ecológica de Aiuaba como a primeira unidade de conservação do bioma Caatinga. A partir do decreto n.° 81.218, de 16 de janeiro de 1978 e políticas públicas viabilizadas pela Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) que se decretou a área como de utilidade pública.

Atualmente, o bioma conta com outras unidades de conservação, sejam estas de proteção integral ou uso sustentável. A exemplo, tem-se:

  • Monumento Natural do São Francisco (Alagoas, Bahia, Sergipe);
  • Área de Relevante Interesse Ecológico Cocorobó (Bahia);
  • Estação Ecológica Raso da Catarina (Bahia);
  • Floresta Nacional de Contendas de Sincorá (Bahia);
  • Parque Nacional Chapada Diamantina (Bahia);
  • Área de Proteção Ambiental Serra da Meruoca (Ceará);
  • Estação Ecológica do Castanhão (Ceará);
  • Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe (Ceará);
  • Floresta Nacional de Sobral (Ceará);
  • Parque Nacional de Ubajara (Ceará);
  • Floresta Nacional do Araripe-Apodi (Ceará, Pernambuco);
  • Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu (Minas Gerais);
  • Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu (Minas Gerais);
  • Área de Relevante Interesse Ecológico Vale dos Dinossauro (Paraíba);
  • Parque Nacional do Catimbau (Pernambuco);
  • Reserva Biológica Serra Negra (Pernambuco);
  • Parque Nacional da Serra das Confusões (Piauí);
  • Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapada (Piauí e Ceará);
  • Parque Nacional Sete Cidades (Piauí);
  • Parque Nacional da Serra da Capivara (Piauí);
  • Estação Ecológica do Seridó (Rio Grande do Norte);
  • Floresta Nacional de Açu (Rio Grande do Norte);
  • Parque Nacional da Furna Feia (Rio Grande do Norte).
  • Parque Nacional Serra de Itabaiana (Sergipe);

Projetos já desenvolvidos

Ao longo dos anos, projetos vêm sendo desenvolvidos no bioma. A exemplo, tem se o projeto do Fundo Clima (entre o MMA/BNDES), do Fundo de Conversão da Dívida Americana – MMA/FUNBIO e do Fundo Socioambiental – MMA/Caixa Econômica Federal. Tais projetos têm como intuito melhorar a gestão e criação de unidades de conservação. Além disso, pode-se citar a existência também de projetos direcionados para a utilização de forma consciente e sustentável das espécies nativas. Em outras palavras, projetos nos quais se aplica de forma correta o manejo florestal, obtendo os produtos madeireiros e não madeireiros de forma sustentável.

Ainda que a Caatinga seja visto por muitos como uma região de pobreza, seca e baixa diversidade, vimos neste conteúdo que a verdade é outra. Afinal, o bioma é berço de recursos naturais com importância ambiental, social e econômica. Assim, o que desejamos é que a relevância do bioma não seja celebrado somente no dia Nacional da Caatinga , mas sim todos os dias do ano!

Conteúdos relacionados:

  • Decreto de 20 de agosto de 2003
  • Decreto n.° 81.218/1978
  • Produtos madeireiros e não madeireiros

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Autor(a)

Natielle Gomes Cordeiro

Engenheira Florestal, redatora, mestre e doutora em Engenharia Florestal. Apreciadora da natureza e apaixonada pela ciência. Ao longo dos últimos anos, tenho trabalhado com inventário, manejo e biomassa florestal, estimativa de carbono e seus direcionadores, assim como na avaliação da dinâmica florestal. Atuei no levantamento de informações qualitativas e quantitativas em floresta natural de pinus (Idaho/EUA), bem como em vistorias ambientais em empresas produtoras de carvão vegetal e recuperação de áreas degradadas. Sou apaixonada por conteúdos sobre meio ambiente, com foco em conservação e preservação dos recursos naturais, dinâmica florestal e estoque de carbono. Amo trocar experiências e acredito que este seja o melhor caminho para o crescimento profissional e pessoal.

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