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Identificação de Espécies pelas Características da Copa

Por Otavio Verly

Em 12 de agosto de 2021
Identificação de espécies pelas características da copa
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Já sabemos como a folha, as diferentes características da casca interna e externa e os aspectos do tronco podem contribuir para a identificação das espécies florestais. Portanto, agora conheceremos quais aspectos permitem a identificação de espécies pelas características da copa.

A copa das árvores

Podemos entender a copa como a parte ramificada que se desenvolve a partir do tronco das árvores. A copa é formada por diferentes órgãos e tecidos. Portanto, é a partir do tronco que emergem os galhos e ramos, compostos pelos mesmos tecidos existentes no caule.

Os galhos e ramos geralmente são lenhosos, e desempenham função estrutural, sustentando as folhas, flores e frutos. Desta forma, a copa é responsável pela vitalidade da planta, pois é onde se realiza toda, ou a maior parte, da fotossíntese. Além disso, permite a perpetuação da espécie, já que comporta os órgãos relacionados à reprodução.

Sobretudo, quando se identifica espécies pelas características da sua copa, a avaliação da sua posição em torno do tronco é o aspecto mais simples.

Deste modo, dois padrões de distribuição da copa são identificados. Primeiramente, as copas podem ser “altas”, quando as ramificações se concentram no topo do tronco, o que é recorrente em árvores. Em contrapartida, as copas também podem ser “baixas”, ocorrendo em situações em que o tronco se ramifica desde a base, ou quando as ramificações são descendentes, sendo este padrão mais frequente observado em arbustos ou árvores de pequeno porte.

Fatores como o ambiente onde a planta se desenvolve geralmente afetam o desenvolvimento da copa. A competição por luz faz com que árvores que crescem em florestas tendam a apresentar copas altas. Em contrapartida, indivíduos que se desenvolvem de maneira isolada geralmente apresentam copas baixas (ou mais baixas do que apresentariam em ambiente florestal), e mais frondosas.

Além da posição, a copa pode variar em dois aspectos principais: a densidade e a forma. Estas características são as que conferem importância taxonômica a esta parte das plantas.

Vejamos a seguir como as características da copa contribuem para a identificação de espécies.

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Densidade

A densidade se refere ao grau de ramificação e à quantidade de folhas que a copa possui. Porém, assim como a posição da copa, esta característica pode variar em virtude do local de desenvolvimento da árvore, por exemplo.

Além disso, a idade, disponibilidade hídrica e condições nutricionais e fitossanitárias podem contribuir para a alteração da densidade da copa. Estes fatores, portanto, impõem a necessidade de uma análise rigorosa para o uso deste aspecto na identificação de espécies.

A determinação da densidade da copa é um fator primordial no setor florestal, uma vez que esta caraterística está diretamente relacionada à aplicabilidade das espécies arbóreas em diferentes projetos silviculturais e de arborização.

Densifoliada: Também chamada de “copa densa”, apenas, se refere àquelas copas com alto grau de ramificação e com grande carga de folhas. Espécies com copas densifoliadas possuem grande capacidade de sombreamento, pois retêm a maior parte da luz em sua folhagem. Neste sentido, reconhecer as espécies que possuem essa característica pode ser fundamental para determinar qual será o componente arbóreo de um Sistema Agroflorestal, por exemplo.

Paucifoliada: São as copas ralas. Nelas, as ramificações são esparsas e não formam um adensamento que impeça a visão através da copa. Espécies com este padrão geralmente não possuem grande quantidade de folhas, e podem ser indicadas, por exemplo, para consórcios com plantas que não aceitem sombreamento.

Formato

Compreende o aspecto visual que a copa apresenta. Também é um fator muito variável, principalmente pela competição por luz e pela idade do indivíduo. Mesmo assim, é uma caraterística importante na identificação de espécies pelas características da copa.

|Antes de mais nada, entenda quais os principais formatos que a copa pode ter:

Caliciforme: Designa copas com formato de taça. Neste padrão, todos os ramos alcançam a mesma altura, praticamente. A Araucária (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze – Araucariaceae) é um exemplo de espécie com copa caliciforme, além de ser uma espécie símbolo da flora brasileira.

Colunar: Apresenta formato alongado verticalmente. Neste caso, o diâmetro varia muito pouco da base para o topo da árvore. Geralmente, as ramificações são ascendentes e tendem a crescer paralelamente ao tronco. Este padrão é comum em Gimnospermas utilizadas na arborização urbana, como Cupressus sempervirens L. (Cupressaceae).

Cônica: Também designada como piramidal ou copa em pirâmide. Ocorre quando o diâmetro da copa diminui gradativamente da base para o topo da árvore. É frequente em muitas espécies de Gimnospermas arbóreas, como as do gênero Pinus L. (Pinaceae).

Corimbiforme: Outra designação comum para este padrão é “flabeliforme”. Trata-se de copas com formato cônico invertido. Isso significa que as ramificações irradiam a partir de pontos muito próximos do tronco, e as ramificações secundárias vão conferindo volume à copa, aumentando o diâmetro da base para o seu topo. Uma espécie nativa que apresenta esse padrão é a Platypodium elegans Vogel (Fabaceae).

Elíptica: Copas alongadas verticalmente, relativamente estreita, e com as extremidades basal e apical mais estreitas. Neste formato, as ramificações geralmente são horizontalizadas e perpendiculares ao tronco. As ramificações mais basais podem ser suavemente pendentes. Espécies dos gêneros Cordia L. (Boraginaceae) e Handroanthus Mattos (Bignoniaceae) são representantes desta característica.

Estratificada: Quando as ramificações são totalmente perpendiculares ao eixo do tronco e se desenvolvem a partir de pontos específicos. Este comportamento forma estratos (ou camadas) de ramificação, que, geralmente, diminuem o tamanho da base para o topo da copa. Característica marcante em Terminalia catappa L. (Combretaceae).

Globosa: São copas em que as ramificações conferem um aspecto esférico. Geralmente copas com este formato são densifoliadas. Trata-se de um padrão bastante comum, principalmente em árvores em desenvolvimento isolado. A Manga (Magifera indica L. – Anacardiaceae) é um bom exemplo de espécie com esta conformação.

Irregular: São aquelas copas que não apresentam um formato determinado. Podem surgir naturalmente, com o crescimento da planta, ou ocasionada por fatores de competição e remoção de partes da copa.

Pendente: É o nome dado para copas com ramificações que descendem paralelamente ao eixo do tronco. Visualmente, esse padrão apresenta um aspecto ‘escorrido’. Espécies como Schinus molle L. (Anacardiaceae) e Callistemon viminalis (Sol. ex Gaertn.) G.Don (Myrtaceae) apresentam este padrão.

Umbeliforme: Ocorre quando o formato remete a um ‘guarda-chuva’. Aqui, as ramificações inferiores e medianas tendem a apresentar uma sutil descendência nas extremidades. Assim, a parte externa na copa está mais perto do solo, em relação à parte central, próxima ao tronco. Espécies de Jatobá (Hymenaea L. – Fabaceae) comumente apresentam este padrão.

Deciduidade

Este conceito se refere ao comportamento das espécies em relação ao processo de renovação da folhagem que é, em síntese, a queda das folhas maduras e emissão de novas folhas.

De antemão, esta característica não é relacionada exatamente um aspecto morfológico da copa, mas sim, fisiológico e ecológico. Contudo, se expressa pela copa, e é igualmente influenciado por fatores ambientais, como localização e clima.

Existem três padrões básicos para esta característica, sendo eles:

Decídua: Espécies que perdem totalmente a folhagem em algum período do ano, geralmente no inverno ou época seca. Muitas espécies com esse padrão costumam florescer durante esta fase, antes do surgimento das novas folhas.

Semidecídua: Assim como no caso anterior, as folhas caem em algum momento do ano, contudo, a queda não é total, e pode apresentar diferentes intensidades.

Perene: Também chamadas de espécies “sempre verdes”, são plantas que fazem a renovação das folhas constantemente, independendo da estação. Neste caso a aparência da copa é sempre a mesma. Em geral, este padrão ocorre em espécies de vegetações características de regiões úmidas, como as do bioma Amazônia.

A observação destas características, além de auxiliar na identificação de espécies pelas características da copa, contribui para a escolha correta das espécies a serem implementadas nos diferentes tipos de projetos florestais.

Gostou das dicas de como a copa pode ser utilizada para a identificação das árvores?

Se você trabalha ou tem interesse sobre essa temática, não pode deixar de conhecer nossas 5 dicas para se tornar um Identificador de Espécies de sucesso.

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Autor(a)

Otavio Verly

Técnico Florestal pelo Instituto Federal de Rondônia e Engenheiro Florestal pelo Instituto Federal de Mato Grosso. Desde o início de sua carreira sempre apresentou entusiasmo pela parte de taxonomia, botânica e dendrologia. Durante a graduação conduziu estudos sobre a vegetação de Cerradão na Região de Cáceres – MT, onde atuou como consultor em botânica e dendrologia, colaborando na elaboração de laudos fitossociológicos. Participou de inventários florestais para pesquisas no Cerrado, trabalhando principalmente com estrutura de comunidades arbóreas. Mestre em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa, onde atualmente é doutorando, com concentração na área de Manejo Florestal, desenvolvendo sua pesquisa sobre a distribuição e modelagem do estoque de carbono em florestas secundárias da Mata Atlântica na Zona da Mata Mineira.

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