Software Mata Nativa

Menu
  • Início
  • Mata Nativa
    • Quem Somos
    • Informações Técnicas
    • Parcerias
  • Blog
  • Cursos
Blog Mata Nativa

Home

Blog

  • Engenharia Florestal, Meio Ambiente

Valoração Ambiental: O Que é e Para Que Serve

Por Mariana Barbosa Vilar

Em 5 de novembro de 2019
Valoração Ambiental

Um grande desafio da atualidade é a inserção dos bens e serviços ambientais no contexto econômico global. Isso porque estes bens não possuem valor direto e, consequentemente, não são transacionados no mercado econômico tradicional.

A Economia Ambiental e a Economia Ecológica são ramos da ciência que visam incorporar à teoria econômica, assuntos relacionados ao manejo e à proteção dos recursos naturais. Surgiram, então, técnicas experimentais de valoração econômica dos recursos naturais com o objetivo de estimar o valor monetário dos bens e serviços ambientais.

O que é a Valoração Ambiental?

Valorar economicamente um recurso ambiental significa determinar quanto melhor, ou pior, ficará o bem-estar das pessoas em função da mudança na quantidade ou qualidade de bens ou serviços ambientais.

Quando não é possível atribuir valores aos serviços ecossistêmicos, podem ser empregadas técnicas específicas conhecidas como técnicas de valoração ambiental para o cálculo do valor monetário destes benefícios.

Dos métodos indiretos de valoração obtém-se uma estimativa do valor econômico do recurso ambiental, baseando-se no preço de mercado de produtos afetados pelas alterações ambientais. Os métodos diretos de valoração simulam mercados hipotéticos para captar diretamente a disposição das pessoas de pagar por um bem ou serviço ambiental.

Metodologia aplicada

Os resultados dos métodos de valoração econômica dos recursos naturais são expressos em valores monetários, por ser a medida-padrão da economia. Alguns métodos de valoração ambiental:

Avaliação Contingente ou Disposição a Pagar: consiste em quantificar o valor que um consumidor estaria disposto a pagar pelo aproveitamento de um bem natural (qualidade do ar, da água, etc.) ou a quantia de dinheiro que ele está disposto a receber como compensação pela perda desse bem. Exemplos:

  • Preço da propriedade ou avaliação hedonista: o método parte do pressuposto que os “atributos” ambientais e o nível de poluição local afetam o valor de um imóvel. Esta técnica busca identificar quanto do diferencial dos valores da propriedade é devido a um atributo ambiental. E busca ainda inferir quanto as pessoas estão dispostas a pagar por uma melhoria de bem-estar em função de um ou mais atributos ambientais e qual o valor social dessa melhoria.
  • Custo de viagem: utiliza-se do custo médio das viagens dos usuários até o local para usufruir de um bem ou serviço ambiental. Custos envolvidos: horas de trabalho trocadas pelo passeio e custo da viagem propriamente dita (despesas com hotéis, restaurantes, lanchonetes, pagamento de entrada no local).
  • Valor associado: enquetes são utilizadas para identificar o valor de uso que as pessoas dão à preservação de determinados bens ou serviços ambientais, a partir de pesquisas do quanto estão dispostas a pagar para usar o bem preservado. O objetivo é identificar os lances que são mais próximos daqueles que poderiam ser revelados se um mercado real existisse.
  • Produção sacrificada: é utilizado quando os efeitos ambientais são localizados ou individualizáveis, podendo-se medir diretamente o valor de seus impactos negativos em termos de produção sacrificada ou perdida. Este método não incorpora os impactos econômicos futuros.

Apesar de parecer algo distante da nossa realidade, o uso destas técnicas de valoração ambiental é cada vez mais comum no cotidiano de profissionais das ciências ambientais e também dos economistas. Alguns exemplos bem práticos podem ser destacados:

  • Valoração de desastres ambientais para balizar a atribuição de valores de multas, taxas, compensações e indenizações;
  • Estimativa do valor das taxas de visitação de áreas protegidas como parques, reservas e outras áreas, a partir de técnicas de valoração ambiental;
  • Recomendações para aplicação de recursos financeiros e políticas públicas de incentivo à conservação ambiental embasadas em técnicas de valoração ambiental;
  • Estimativa da relação custo/ benefício de bens e serviços ambientais por meio de técnicas de valoração.
https://info.matanativa.com.br/faixa-blog-entendendo-o-licenciamento-ambiental

Exemplos de Valoração Ambiental

Um exemplo interessante de valor econômico atribuído à produção de água pode ser verificado no Projeto Conservador das Águas desenvolvido no município de Extrema-MG. O projeto resulta de política pública municipal e investimentos financeiros diversos para a conservação ambiental através do instrumento de pagamento por serviço ambiental.

No projeto, o produtor rural que cumpre metas de conservação de áreas de preservação permanente e de restauração florestal em sua propriedade recebe um apoio financeiro equivalente a 100 Unidades Fiscais de Extrema por hectare (o valor de uma UFEX foi fixado em R$2,95 em 2019 – Decreto municipal n.º 3.477/2019).

O projeto ilustra o princípio do Conservador-Recebedor e é considerado uma inovação, visto que utiliza forças de mercado para obter melhores resultados ambientais através da recompensa aos provedores de serviços ambientais. Neste caso, as políticas ambientais de comando e controle são complementadas pelos instrumentos econômicos e permitem que os produtores participantes obtenham ganho financeiro direto das práticas de conservação.

Exemplo acadêmico

A publicação “Quanto vale o verde: a importância econômica das unidades de conservação brasileiras” é também um exemplo interessante de valoração ambiental. A obra coordenada pela Conservação Internacional (CI-Brasil) em parceria com a UFRRJ e outras instituições traz resultados de estudos sobre a contribuição financeira que a proteção das áreas verdes pode trazer para a economia nacional a partir dos benefícios dos bens e serviços oferecidos efetiva ou potencialmente pelas UC’s brasileiras.

Entre os valores foco do estudo, destaque para: produtos florestais, uso público das áreas protegidas, estoque de carbono, produção de água, proteção dos solos e geração de receita tributária para municípios (ICMS Ecológico).

Estes exemplos facilitam a compreensão sobre a relevância dos recursos naturais. Sabe-se que a população humana depende diretamente dos bens e serviços ambientais (água, clima, solo, biodiversidade, dentre outros). Ao atribuir valor econômico a estes recursos, a comunicação sobre a sua importância fica mais fácil e o alerta sobre a sua preservação fica mais didático, alcançando diversos públicos, de leigos a tomadores de decisão.

Desta forma, os métodos de valoração ambiental são necessários para o reconhecimento e valorização dos bens e serviços ambientais, indispensáveis para a sobrevivência das gerações atuais e futuras. É importante ressaltar que os métodos apresentados possuem limitações e, portanto, os resultados devem ser entendidos como ferramentas orientadoras adicionais para a sustentabilidade em suas diferentes instâncias.

Leia Também sobre:

  • Carbono Zero
  • Projeto Conservador das Águas
  • ICMS Ecológico
  • e-Book “Quanto vale o verde: a importância econômica das unidades de conservação brasileiras”

__________ xxx __________

Relacionado

Compartilhe:

Nos conte o que achou:

Veja também:

  • Inventário Florestal, Software Mata Nativa

Como evitar os 5 erros mais comuns no inventário florestal

  • Foto de Software Mata Nativa Por Software Mata Nativa
  • Em 25 de outubro de 2025
  • Legislação

O que é o Programa Nacional de Infraestruturas Sustentáveis e Resilientes – PL 420/2025

  • Foto de Alexandre Vidal Bento Por Alexandre Vidal Bento
  • Em 18 de outubro de 2025
  • Legislação, Meio Ambiente, Sustentabilidade

Economia Circular no Brasil: Coprodutos e Sustentabilidade

  • Foto de Alexandre Vidal Bento Por Alexandre Vidal Bento
  • Em 4 de outubro de 2025
  • Meio Ambiente, Mudanças Climáticas, Sustentabilidade

Mobilidade Sustentável e Redução de Emissões de Carbono

  • Foto de Alexandre Vidal Bento Por Alexandre Vidal Bento
  • Em 20 de setembro de 2025

Siga o Mata Nativa

Instagram Linkedin Facebook Youtube

Autor(a)

Mariana Barbosa Vilar

Engenheira Florestal e Mestre em Ciências Florestais pela UFV. Experiência em temas como Mudanças do Clima, Restauração florestal, Agricultura de Baixo Carbono, Manejo de Bacias Hidrográficas, Economia Ambiental, Manejo de Florestas Nativas e instrumentos econômicos para a conservação ambiental. Nos últimos anos prestou serviços para o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, Instituto Terra de Preservação Ambiental, Instituto Xopotó, Polo de Excelência em Florestas – SECTES/MG, dentre outras instituições. Atua como consultora na área de Recursos Florestais e Desenvolvimento Sustentável e colabora com o Blog Mata Nativa redigindo artigos sobre temas relevantes para o setor florestal.

Categorias

  • Aplicativo
  • Engenharia Florestal
  • Identificação Botânica
  • Inovação e Tecnologia
  • Institucional
  • Inventário Florestal
  • Legislação
  • Licenciamento Ambiental
  • Manejo de Fauna
  • Materiais Gratuitos
  • Meio Ambiente
  • Mercado
  • Mudanças Climáticas
  • Notícias
  • Software Mata Nativa
  • Sustentabilidade

Palavras chave mais acessadas

Amostragem Casual Estratificada Estudo de Viabilidade Ambiental Manejo Florestal Sustentável Estatística da Amostragem Plano de Manejo ilustração botânica Software Mata Nativa Amostragem Casual Simples Empreendimento Minas Gerais
planejamento-e-execucao-em-florestas-nativas
Materiais Gratuitos

Av. P.H Rolfs, 305 – Sala 20, Centro, Viçosa MG – Brasil

Facebook Youtube Instagram Linkedin Whatsapp

Mata Nativa

  • Blog
  • Nossos cursos
  • Fale com o consultor
  • Cadastre-se
  • Faça o Login

Cientec Ambiental

  • Sobre Nós
  • Programa de Parceria
  • Política de Privacidade
  • Termos de Uso

Contato

matanativa@matanativa.com.br

Comercial: (31)98893-1366