Nas últimas décadas muito se ouve falar sobre as mudanças climáticas. Contudo, pouco se explica sobre o que são esses fenômenos e quais os principais agentes impulsionadores para que os mesmos aconteçam.
As mudanças climáticas possuem impacto direto no meio ambiente. Além disso, as alterações do clima inferem também na saúde humana e no fornecimento de bens e produtos para a população, como por exemplo, na produção de alimentos. Nesse sentido, tais eventos podem trazer impactos nos âmbitos sociais, econômicos e ambientais.
Mas, o que são mudanças climáticas?
As mudanças climáticas, também denominadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) como alterações climáticas, se caracterizam como variações no clima do globo terrestre. Essas variações podem estar ligadas, em uma escala global, principalmente à temperatura e precipitação. Tais eventos podem ser decorrentes de causas naturais ou antrópicas, sendo as ações humanas as mais comuns nas últimas décadas.
Ao retratar sobre mudanças climáticas, muito se discorre sobre efeito estufa, aquecimento global e emissão de carbono. O efeito estufa se caracteriza por ser uma camada de gases que cobrem a superfície da Terra. Dentre os principais compostos presentes nessa camada, tem-se o dióxido de carbono (CO₂). Essa camada é responsável pela manutenção da temperatura. Contudo, o aumento na emissão de gases tem gerado um maior aquecimento no Planeta. A emissão dos gases de efeito estufa é decorrente principalmente das ações antrópicas, como o desmatamento, forte degradação ambiental, industrialização e reversão das florestas para pastagem, ou seja, aumento do agronegócio.
Muitas são as consequências decorrentes das mudanças climáticas. Além da interferência provocada na biodiversidade, as alterações no clima podem ocasionar em aumento de desastres naturais, desertificação, dentre outros aspectos. Portanto, estratégias de conservação das florestas precisam ser implementadas.
Importância das formações florestais na mitigação das mudanças climáticas
As florestas possuem grande relevância na provisão de serviços ecossistêmicos. Dentre tais, as formações florestais estão intrinsecamente relacionadas com a mitigação climática. As florestas se destacam por ser a principal fonte de absorção de carbono da atmosfera e, portanto, consideradas como sumidouros de carbono.
Contudo, apesar de serem uma das principais fontes na absorção de dióxido de carbono, as florestas quando desmatadas também podem atuar na emissão do carbono. Assim, são as florestas em pé, em regeneração e jovens que atuam como sumidouros de carbono.
O avanço de atividades agropecuárias tem provocado uma grande perda nas formações florestais. Consequentemente, ocorre uma redução no potencial de estocagem de carbono por parte destas florestas. Assim, considerando a problemática, cada vez mais faz-se necessário a aplicação de estratégias para a conservação e proteção das áreas naturais.
O que contribui para aumento do dióxido de carbono na atmosfera?
A alta concentração de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera é decorrente principalmente das ações antrópicas, isto é, ações humanas. Nas últimas décadas, tem-se intensificado atividades agropecuárias e industriais. Além disso, queimadas em florestas e pastos tem sido cada vez mais frequente. Outros fatores que podem ser incluídos como responsáveis pelo aumento do CO₂ são a queima de combustíveis fósseis e o emprego de aerossóis e gases para a refrigeração.
O aumento desse composto na atmosfera traz diversas consequências. A exemplo, a intensificação de eventos como tempestades, furacões, tornados e até mesmo ondas de calor. Tais fatores caracterizam as alterações climáticas, contudo, além deste aspecto, tem-se também uma maior probabilidade de aumento da temperatura média global.
Tendo em vista a situação, realizam-se debates, por meio de reuniões e eventos, como a Cúpula do Clima.
O que é a cúpula do clima?
A Cúpula do Clima, também denominada de Cúpula de Líderes sobre o Clima, é um evento que reúne os principais líderes mundiais. O ajuntamento tem como objetivo discutir e propor ações que visem auxiliar as tomadas de decisão frente a crise global das mudanças climáticas. Nesse sentido, a cúpula do clima pode ser considerada como um dos principais eventos impulsionadores das ações climáticas global.
Apesar de envolver diversos países, a Cúpula do Clima é de fato um evento realizado pelos Estados Unidos. Além de ter como objetivo discutir os aspectos climáticos, no ano de 2021, o evento marcou o retorno do país para o debate climático. Diferentemente na Conferência das Partes (COP), a Cúpula do Clima não é um evento oficial de acordo com as diretrizes da ONU.
Durante o evento, realizam-se os debates quanto às questões climáticas e busca-se encontrar maneiras que subsidiem o alcance da meta estabelecida no Acordo de Paris. Tal meta está atrelada ao não aumento da temperatura média mundial de 1,5° C acima dos níveis pré-industriais. O Acordo de Paris foi firmado durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no ano de 2015.
Ademais, na realização da cúpula, os debates envolvem definições de estratégias e metas para que se tenha redução de emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.
Os países participantes do evento estão envolvidos em uma política de combate às mudanças climáticas. Para tanto, estabelecem-se compromissos que visem atingir uma diminuição de emissão de gases de efeito estufa em um dado intervalo. É também durante o evento que debatem-se questões e possibilidades de financiamento climático.
O que é o financiamento climático?
Durante o Acordo de Paris de 2015, firmou-se a iniciativa de prover financiamento aos países em desenvolvimento, principalmente aqueles em situação de maior vulnerabilidade. O intuito é fazer com que, tais países, estejam engajados no compromisso de redução de emissões. Além disso, por meio do financiamento surge a possibilidade de uma melhor gestão dos impactos decorrentes das mudanças climáticas.
Como ressaltado, as florestas possuem grande importância no combate global às mudanças climáticas. Portanto, a conscientização, tanto dos poderes públicos, quanto da sociedade é um importante aspecto a ser considerado. Dado o cenário, faz-se necessário a elaboração de estratégias e implementação de alternativas que visem a expansão, restauração e manejo adequado das formações florestais.
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