Como qualquer outro ser vivo, as árvores passam pelos quatro estágios cruciais de desenvolvimento: nascimento, crescimento, reprodução e morte, mas com algumas peculiaridades adaptativas que aumentam sua expectativa de vida. Primeiro, as árvores realizam o chamado crescimento modular: como cada parte da árvore funciona de maneira relativamente independente, um tecido danificado pode ser substituído por outro novo sem que a planta morra. Segundo, ao contrário da maioria dos outros vegetais, as árvores também crescem em espessura. A parte viva fica concentrada na região externa, no cerne do tronco, uma estrutura rígida sustenta a planta. Além disso, sua composição química a protege de alguns dos inimigos mais frequentes, como fungos e insetos. Não é de espantar que essas grandes plantas estejam há tanto tempo no planeta.
O mais interessante sobre as árvores é sua longevidade, existem espécies que podem viver até 4 mil anos. Sua altura e dimensão também chamam atenção. Em São Paulo, por exemplo, existe uma cidade chamada Santa Rita do Passa Quatro onde existe um belíssimo jequitibá-rosa no Parque Estadual Vassununga com mais de 600 anos.
Mas por que algumas árvores vivem tanto tempo? Em comum, elas têm uma característica: são árvores de crescimento lento. Elas demoram a crescer porque produzem uma madeira de alta densidade, ou seja, uma madeira mais dura, mais compacta, que leva mais tempo para ser formada do que uma madeira menos densa e, portanto, menos compacta.
As árvores centenárias brasileiras, como o cedro-rosa, o jacarandá-da-baía e a araucária, por exemplo, têm madeiras bastante compactas e vivem cerca de 500 anos ou mais, podendo ser encontradas, entre outros lugares, na Mata Atlântica, que se estende do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul.
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As árvores poderiam agir exatamente como os arbustos: crescer a todo o vapor no verão, florescer, formar sementes e virar húmus. Dessa forma teriam uma vantagem decisiva: a cada nova geração existe uma chance de mutação genética, o que pode ser ótimo para o cruzamento ou a fertilização. Num ambiente de mudanças constantes, a adaptação é necessária à sobrevivência.
Toda vez que os traços hereditários são passados de geração em geração, os genes podem ser danificados e, com sorte, isso gera uma característica especial e vantajosa para a planta. É a evolução, processo que ajuda na adaptação dos organismos às constantes mudanças do meio ambiente e garante a sobrevivência das espécies. Quanto mais curto o período entre as gerações, mais rápido animais e plantas conseguem se adaptar.
As árvores parecem não dar a mínima para essa necessidade comprovada pela ciência. Envelhecem e em geral vivem séculos, em alguns casos, milênios. Reproduzem-se, no mínimo, a cada cinco anos, e em geral não nasce uma geração completamente nova de árvores.
Mas de que adianta a árvore produzir centenas de milhares de descendentes que não encontram um lugar onde crescer? Enquanto a árvore-mãe capta quase toda a luz na copa, a seus pés quase nada acontece, sua prole não faz nenhum progresso real. Mesmo que o broto possua características novas e maravilhosas, o normal é que precise esperar séculos para florescer pela primeira vez e transmitir os genes superiores. Tudo acontece muito lentamente, e, num ritmo normal, isso seria insustentável para a árvore.
Quando o repertório da árvore se esgota, a genética entra em cena. Ela demora para formar uma nova geração de brotos, ou seja, é incapaz de se adaptar rapidamente para reagir a mudanças no meio ambiente.
Entretanto, existem outras saídas. Numa floresta, cada indivíduo de uma espécie é geneticamente muito diferente dos outros. Algumas árvores de certas espécies de uma mata natural são tão distintas que cada uma poderia ser considerada uma espécie por si só. Muitas enfrentam a seca melhor do que o frio, algumas se defendem bem contra insetos, outras não se abalam com o excesso de água no solo.
Se por qualquer motivo as condições climáticas mudarem, os espécimes menos adaptados para lidar com o novo clima serão os primeiros a sucumbir. Alguns espécimes antigos morrem, mas grande parte da mata sobrevive.
O período de vida de uma árvore varia muito. Um pessegueiro, por exemplo, não passa dos 30 anos, enquanto uma sequóia gigante, espécie de conífera americana, supera os 3000 anos de idade. Engana-se, porém, quem pensa que longevidade é sinônimo de vida tranquila. Para ter uma ideia, 95% das sementes morrem antes de germinar.
Da pequena porcentagem que supera essa primeira etapa, apenas 5% sobrevive ao primeiro ano de vida. Há perigos durante toda a trajetória: falta de água ou de nutrientes no solo, variações inesperadas de temperatura, ventos fortes ou mesmo a poluição, que pode reduzir em até 40% a taxa de crescimento de um vegetal.
O maior problema, entretanto, ainda é o desmatamento predatório.
Como descobrir a idade da árvore?
O tempo de vida de uma árvore. Depende muito da espécie, algumas te longevidade curta e outras muito longas. As árvores tropicais geralmente crescem mais rápido que as de clima temperado (ou frio), mas também morrem mais cedo.
Em árvores mais antigas, a idade é determinada pela contagem dos anéis de crescimento em núcleos tomados a partir da borda para o centro da árvore ou de todas as seções transversais. Esta determinação é possível somente para as árvores que produzem anéis de crescimento, geralmente aquelas que ocorrem em climas sazonais.
Em climas tropicais não sazonais uniformes, onde as árvores crescem continuamente e não têm anéis de crescimento distintos, as estimativas de idade são feitas com base na extrapolação de taxas de crescimento atuais.
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