A Indústria 4.0 é um termo recente que explica a aplicação das novas tecnologias nos principais processos industriais. Entre as características mais marcantes deste conceito, estão a automação de tarefas e o controle de dados e informações.
A tecnologia e a inovação já fazem parte da rotina de qualquer empresa interessada em crescer no mercado, sendo esta uma das principais formas de se destacar no mercado, otimizar processos e obter mais lucro.
Entenda neste texto o que realmente é a Indústria 4.0, suas vantagens e possíveis impactos.
Contexto histórico
A primeira revolução industrial teve origem na Inglaterra entre os anos de 1760 a 1840, na qual substituiu-se métodos artesanais de fabricação por máquinas movidas a vapor. Portanto, esta revolução teve como base a utilização do vapor da água como fonte de energia, promovendo a mecanização de processos de fabricação, principalmente na indústria têxtil. Também houve gradativamente a mecanização da produção de diversos itens consumidos, como por exemplo: vidro, papel, couro e tijolos.
A segunda revolução industrial aconteceu no período de 1870 a 1914 e foi marcada pelo aprimoramento de tecnologias e pesquisas científicas. Houve significativas evoluções nas áreas elétrica, química, biológica, transportes, engenharia de produção, agricultura, materiais, etc. Como exemplo, temos a lâmpada elétrica incandescente com filamento de carvão, patenteada por Thomas Edison.
A terceira revolução industrial iniciou próximo ao ano 1970, não há registro exato. Considerada uma revolução digital, disseminou o uso de semicondutores, computadores, automação e robotização de linhas de produção. Passou-se a processar e armazenar informações em meio digital, assim como ocorreu a otimização de métodos de comunicação, com o desenvolvimento e proliferação da internet e telefonia móvel. Na década de 1990, segmentos da indústria mecânica começaram a demandar uma avançada integração com a automação industrial programável e flexível. Assim, criou-se espaço para um novo complexo industrial formado pela fusão da mecânica, automação industrial e computação.
A quarta revolução industrial é ainda mais recente. O termo indústria 4.0 é derivado de industrie 4.0 e foi criado na Alemanha no ano de 2011 como uma estratégia de alta tecnologia para o ano de 2020. Espera-se que a quarta revolução industrial ofereça melhorias nos processos industriais que envolvem operação, engenharia, planejamento e controle da produção, logística e análise contínua durante o ciclo de vida de produtos e serviços. A essência da indústria 4.0 está baseada nos sistemas cibernético-físico (CPS) e Internet das Coisas (IoT), que levarão as fábricas a atingirem um novo patamar de produção. A quarta geração industrial apresenta como principais características a interconexão de dados, a integração e inovação.
As principais ferramentas da indústria 4.0
O conceito básico da 4º revolução industrial entende que, ao conectar máquinas, sistemas e ativos, as empresas podem criar redes inteligentes ao longo de toda a sua cadeia de produção e, com isso, controlar diversas ações de forma autônoma. Ou seja, as fábricas inteligentes terão a capacidade e a autonomia necessárias para agendar manutenções, prever falhas nos processos e se adaptar aos requisitos e mudanças não planejadas na produção. Porém, para que isto ocorra será necessário utilizar algumas ferramentas imprescindíveis, são elas:
- Internet das coisas: A internet das coisas consiste na conexão de objetos físicos, máquinas, veículos e até ambientes com dispositivos eletrônicos que permitem o controle remoto destes itens. Por isso, podemos dizer que este conceito é a base da indústria 4.0, pois permite a automação de processos industriais. Cada vez mais, organizações de diversos setores estão usando a IdC para operar com mais competência, compreender melhor os clientes para oferecer um serviço aperfeiçoado ao cliente, melhorar a tomada de decisões e aumentar o valor dos negócios.
- Big Data Analytics: Outro grande aliado da indústria 4.0 é o Big Data Analytics, que se refere aos gigantescos armazenamentos digitais de informações, velocidade e variedade. A análise de big data é o recurso da utilização de software para descobrir tendências, padrões, correlações ou outras informações úteis nesses enormes armazenamentos de dados.
- Sistemas Ciber-Físicos: Os CPS (Sistemas ciber-físicos) é a associação entre a computação, rede e processos físicos. É a combinação de vários sistemas de natureza diferente, cujo objetivo principal é administrar um processo físico e, através do seu feedback, adequar-se a novas condições, em tempo real.
- Computação na nuvem: Este é um vocábulo geral para qualquer coisa que compreenda a transmissão de serviços hospedados pela Internet. Esses serviços fazem com que empresa não necessite mais de uma infraestrutura de TI em sua unidade.
- Inteligência Artificial (IA): É a habilidade da máquina para executar tarefas normalmente associadas a seres inteligentes. A IA é frequentemente empregado ao projeto de elaboração de sistemas dotados dos processos intelectuais peculiares aos seres humanos, como a predisposição de raciocinar, descobrir significado, generalizar ou aprender com a experiência passada.
Vantagens X Impactos da indústria 4.0
Já entendemos o que é indústria 4.0 e como deve funcionar, mas como este conceito irá beneficiar ou impactar nossas vidas? A seguir, alguns exemplos de como a quarta revolução industrial poderá nos afetar.
1 – Vantagens
- Menos custos: Com a tecnologia baseada em nuvem, não será necessário muitas pessoas para gerenciar e manter sistemas, o número de funcionários irá diminuir, uma vez que as máquinas irão fazer muitas funções que hoje adotamos pessoas para realizá-las.
- Operações em tempo real: Será possível a construção de um banco de dados, vindo diretamente dos processos de produção da fábrica, em tempo real, o que irá auxiliar na tomada de novas decisões da empresa.
- Manufatura modular: As máquinas poderão ser alteradas/reprogramadas com facilidade, dessa forma, a flexibilidade nos processos de produção irá ser maior, permitindo a facilidade na criação de novos produtos, alterando algum produto já existente, já que a forma de alterar as máquinas será mais rápida.
- Operações integradas: Com a adoção dos Sistemas ciber-físicos, as fábricas ficarão mais inteligentes, dessa forma, a infraestrutura será capaz de estabelecer contato com a cadeia de fornecedores e clientes, tendo assim, uma demanda mais sincronizada.
- Otimização: Com a otimização da indústria 4.0, a empresa que utiliza os dispositivos inteligentes, terá tempo de inatividade quase zero, oferecendo maior produção, com menor custo e mais facilidade, não precisando da tanta mão de obra humana.
2 – Impactos
- Postos de Trabalho: O impacto no número de empregos é o que mais gera polêmica na Indústria 4.0. Os debates têm sido polarizados por aqueles que acreditam em oportunidades ilimitadas de novos empregos e aqueles que prevêem a substituição direta da mão de obra e o desaparecimento de postos de trabalho. A necessidade do aperfeiçoamento de competências e habilidades é uma consequência lógica da geração de empregos que exigem uma maior qualificação.
- Interação homem-máquina: A interação entre o homem e a máquina é um dos impactos a serem provocados pela Indústria 4.0 no trabalho, trazendo, significativas mudanças para a natureza do trabalho industrial e para a estrutura organizacional das empresas.
E como está a Indústria 4.0 no Brasil?
De maneira geral as empresas já investem em automação, porém ainda não chegaram ao patamar da indústria digital. Isso porque, para considerarmos que uma fábrica entrou no modelo 4.0, ela precisa não só investir em tecnologia, mas também em processos integrados e em uma mudança na cultura. Elas precisam conversar entre si e tornar a planta cada vez mais inteligente e autônoma.
No Brasil, a Indústria 4.0 e as tecnologias digitais ainda são pouco exploradas pelas empresas nacionais. O atraso brasileiro diante da integração das tecnologias físicas e digitais em todas as etapas de desenvolvimento de um produto fica evidente porque 43% das empresas não identificam quais tecnologias têm potencial para alavancar a competitividade do setor industrial. Nas pequenas empresas, esse percentual sobe para 57%. Entre as grandes, a fatia recua para 32%.
Diante desses números vemos que o Brasil ainda precisa amadurecer nas empresas quando o assunto é a aderência ao conceito da indústria 4.0. No entanto, espera-se que essa tendência ganhe força, alinhando-se ao cenário de países em que a indústria está mais associada à tecnologia e à inovação. A tendência é que a indústria 4.0 se inclua de maneira gradual nas empresas, conforme elas sentem a necessidade de inovar e, principalmente, sentem que estão preparadas para investir nesse campo. Além disso, deve-se mencionar também que à medida que o conceito se fortalece e a tecnologia se aprimora, a tendência é que tudo que se relaciona a ele fique mais acessível.
Reconhecendo a importância do tema, recentemente o Governo Federal, por meio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), lançou a Agenda Brasil para a Indústria 4.0, conjunto de iniciativas que visam promover o desenvolvimento da Indústria 4.0 no país.
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