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Sustentabilidade: Responsabilidade Social

Por Tiago José Freitas de Oliveira

Em 27 de fevereiro de 2020
Sustentabilidade - Arvore dentro de uma bolha

Em nosso último artigo, falamos sobre os desafios globais para o século XXI, diretamente relacionados aos três pilares da sustentabilidade (ambiental, social e econômico), conceito proposto por John Elkington.

Para absorvermos a definição de sustentabilidade, bem como a importância dos componentes ambiental, social e econômico, vamos abordar, neste e nos próximos artigos, cada um dos pilares, buscando entender como cada um é fomentado, principalmente no setor empresarial.

O que é ser sustentável?

Aqui faço alguns questionamentos: Uma empresa que apoia e investe na educação de jovens e adultos em comunidades impactadas por sua atividade, pode ser considera sustentável se, ao mesmo tempo, não está engajada às condições de trabalho praticadas por seus fornecedores? Uma empresa que apresenta ações relevantes no que diz respeito ao pilar ambiental, fomentando projetos de preservação da flora e da fauna, de reflorestamento, de proteção a espécies ameaçadas de extinção, mas não apresenta equilíbrio financeiro e por isso não oferece salário digno aos seus funcionários, é uma empresa sustentável?

Por mais que sejam válidas, as ações apresentadas acima estão focadas em apenas um dos três pilares (ambiental, econômico ou social) e, por isso, não apresentam o conceito mais amplo da sustentabilidade.

No que diz respeito ao pilar social, a responsabilidade social trata de todo capital humano que, direta ou indiretamente, relaciona-se às atividades desenvolvidas por uma empresa. Este capital humano é, o que também chamamos de stakeholders, ou seja, os indivíduos ou grupos que dependem da organização para alcançar suas metas e dos quais a empresa depende para funcionar. Isso inclui clientes, funcionários e fornecedores, bem como comunidades, o meio ambiente e a sociedade em geral.

A responsabilidade Social da Sustentabilidade

A responsabilidade social, com foco em todo o capital humano, evoluiu acompanhando o cenário histórico mundial e os desejos e necessidades da sociedade. A princípio, gerar empregos e apresentar aos consumidores bons produtos e serviços era satisfatório, no que diz respeito ao atendimento à responsabilidade social. Evoluindo no que diz respeito ao tema e, acompanhando o contexto histórico mundial, passamos a aceitar que o fundamental era reduzir a poluição e os impactos ambientais. Em outros momentos, quando questionadas em relação a diferentes passivos, as empresas se propuseram a responder por meio de ações sociais. No cenário atual, responsabilidade social não é apenas uma demanda filantrópica ou ambiental, pois envolvem diferentes partes interessadas, – os Stakeholders – seus desejos e necessidades.

Neste momento, apresentamos dois exemplos para enfatizar a importância da responsabilidade social, bem como do atendimento às necessidades e desejos dos Stakeholders. No primeiro cenário, a história de uma grande empresa do setor de calçados e roupas esportivas, que, por ignorar ou adotar superficialmente a responsabilidade social, principalmente quando deixou de atender e “controlar” uma parcela importante dos seus stakeholders, observou grande impacto e perdas, que levaram a prejuízos significativos. Assim como muitas empresas ao redor do mundo, esta, terceirizava toda sua produção em condições desconhecidas. A falta de responsabilidade social e de engajamento com sua cadeia de fornecedores comprometeu a imagem da empresa, quando foram divulgadas fotos de crianças costurando produtos com o símbolo da marca.

Em outro quadro, com uma visão robusta em relação à importância da responsabilidade social e com atuação que ultrapassa a visão do negócio propriamente dita, apresentamos o exemplo de uma empresa brasileira do ramo de cosméticos. A empresa nacional não se preocupava apenas com a origem de suas matérias-primas, como também promovia a prosperidade de sua cadeia. Neste sentido, proporcionou ao longo da sua história crescimento econômico de comunidades, melhoria da educação em diferentes localidades, não necessariamente relacionadas à sua cadeia de fornecimento.

Ao mesmo tempo, seus produtos ampliaram a visão cidadã da empresa por meio da escolha da venda direta, um sistema de comercialização dos seus produtos considerado fonte de renda para muitos brasileiros. Por este modelo de atuação, foi considerada em 2017, a 14ª empresa mais sustentável do mundo, segundo a lista da Corporate Knights (STRAUSS, 2018).

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Implementação

Sendo assim, para padronizar a implementação da responsabilidade social no setor empresarial e, ao mesmo tempo comparar informações em diferentes organizações, definir os indicadores mais satisfatórios e padronizar os relatórios, a normatização da responsabilidade social foi um processo necessário e fundamental. Segundo Fukunaga et al (2018), foram surgindo, como forma de garantir uma verificação padronizada das empresas e em sua cadeia de fornecedores, projetos como Indicadores Ethos no Brasil, Global Reporting Initiative, Pacto Global da ONU, SA 8000, ISO 26000, ABNT NBR 16001 e protocolos setoriais como EICC, BSCI, SMETA. Os autores também afirmam que tais modelos padronizados permitem que a organização veja seu progresso com base no monitoramento e coleta de dados e informações. A padronização também é fundamental para que clientes consigam monitorar a sua cadeia de fornecedores, e investidores tenham acesso a informações padronizadas para tomada de decisão.

A SA 8000, por exemplo, é um padrão de sistematização, implantação e auditoria em responsabilidade social empresarial com foco no público interno e voltado para condições de trabalho. Há preocupação com a cadeia de fornecedores, mas alicerçada nas melhorias das condições de trabalho. Ao mesmo tempo, a norma exige que a empresa cumpra as leis nacionais, mas requer também a consideração das diretrizes nas quais são baseados os requisitos: convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), assim como os direitos humanos defendidos pela Organização Internacional das Nações Unidas (ONU) e pactos internacionais contra a discriminação, fortalecimento e empoderamento feminino, entre outros.

Segundo Louette, 2008, p. 140, A ABNT NBR ISO 26000 foi uma vitória social que envolveu em sua elaboração, 72 países e mais de 35 organizações internacionais. A ISO 26000 tem como objetivo orientar organizações, de qualquer porte ou localização, a incorporarem diretrizes socioambientais em seus processos decisórios e a se responsabilizarem pelos impactos de suas ações na sociedade e no meio ambiente.

A NBR 16001 é a norma brasileira de responsabilidade social e foi fundamental na iniciativa global da construção da ISO 26000 (Fukunaga et al., 2018). A Norma aponta os aspectos mínimos inerentes a um sistema de gestão de responsabilidade social, possibilitando às organizações formular e implementar políticas e de objetivos que levem em conta os compromissos com: a responsabilização pela transparência; o comportamento ético; o respeito pelos interesses das partes interessadas; o atendimento aos requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização; o respeito às normas internacionais de comportamento; o respeito aos direitos humanos e a promoção do desenvolvimento sustentável.

Conclusões e planejamentos futuros

A globalização reduziu a distância entre o mercado consumidor e o processo produtivo, que foi flexibilizado e extinguiu as fronteiras. Neste cenário, não é difícil comprarmos aqui no Brasil, um produto desenvolvido nos Estados Unidos e que foi produzido na China. Ao mesmo tempo, a informação circula cada vez mais rápida ao redor do mundo, fazendo com que os problemas das comunidades, consumidores e trabalhadores sejam conhecidos por mais pessoas e de modo mais rápido.

As mudanças experimentadas pelo setor empresarial voltam-se para a sustentabilidade e seus pilares, social ambiental e econômico. A sustentabilidade, por sua vez, baseia-se no desenvolvimento sustentável, que busca criar valores universais para garantir os recursos necessários para a vida das futuras gerações.

É necessário entender que, não basta somente oferecer bons produtos e serviços, é preciso respeitar consumidores, trabalhadores, meio ambiente e comunidade. A atuação deve ser pautada na ética e transparência. É fundamental dar atenção à cadeia de fornecedores. Explorar mão de obra, se sujeitar à corrupção e ser responsável por danos ao meio ambiente e à comunidade passaram a significar prejuízos relacionados à venda dos produtos e serviços, bem como à atração de investidores.

Lamentavelmente, a busca pela sustentabilidade em favor do desenvolvimento sustentável não é realidade em todos os setores. Por isso, cabe a nós, Stakeholders diretos e/ou indiretos, um posicionamento em relação ao futuro que queremos e ao impacto e às mudanças pelas quais seremos responsáveis. Qual será a nossa escolha? Empresas alinhadas à questão ambiental, social e econômica ou empresas interessadas apenas em colocar o produto ou serviço no mercado? Sem preocupações inerentes ao impacto real da sua atividade.

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Autor(a)

Tiago José Freitas de Oliveira

Engenheiro Florestal, pela Universidade Federal de Viçosa. Atuou como bolsista de iniciação científica no projeto de pesquisa denominado Transferência de tecnologia em plantio e manejo de florestas na Zona da Mata – Projeto Fomento Florestal. Foi Diretor de Projetos e Diretor Presidente da Empresa Júnior do curso de Engenharia Florestal. Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense, com ênfase em Silvicultura, Sistemas Agroflorestais e Recuperação de Áreas Degradadas. Atualmente é redator do blog Mata Nativa e Professor no Centro Tecnológico de Aprendizagem Senhora Santana, Alagoinhas, BA, onde é responsável por disciplinas como Legislação e Licenciamento Ambiental; Diagnóstico e Avaliação de Impactos Ambientais; Ecologia e Meio Ambiente; Recuperação de Áreas Degradadas.

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