Se você trabalha ou é estudante da área florestal, é bem provável que já tenha ouvido falar da aplicação de drones em inventários florestais.
Esses equipamentos são poderosos aliados de grandes empresas do setor florestal e sua principal aplicação está ligada à Modelagem 3D de Florestas Plantadas.
Drones Florestais vêm sendo desenvolvidos e aprimorados há um bom tempo para atender necessidades exclusivas do setor florestal e pode-se esperar que grandes empresas se tornem ainda mais dependentes do uso dessa tecnologia nos próximos anos.
Se deseja saber um pouco mais sobre esse assunto, o Blog Mata Nativa criou este conteúdo para ajudá-lo a entender o que são Drones Florestais, como esta tecnologia funciona e quais são as principais aplicações de drones em Inventários Florestais.
O que são Drones Florestais?
Drones Florestais constituem em aeronaves remotamente pilotadas de alta tecnologia, capazes de trabalhar praticamente de forma autônoma e desenvolvidas exclusivamente para atender necessidades do setor florestal.
Embora pensemos que modelos comercias de drones como o DJI Phantom 4 ou DJI Mavic 2 Pro sejam capazes de realizar inventários florestais, eles não são realmente.
Se você deseja investir em um modelo de drone para inventários florestais, deve estar disposto a realizar um investimento muito alto para começar. Por este motivo, normalmente, apenas grandes empresas do setor florestal utilizam esses equipamentos.
Isso acontece porque essas aeronaves são responsáveis por realizar mapeamentos aéreos muito específicos e estão associadas a um conjunto de tecnologias robustas, o que acaba por encarecer sensivelmente o custo de aquisição e operação desses equipamentos.
Para que você conheça as principais aplicações de drones em inventários florestais, abaixo, explicaremos como estes equipamentos funcionam e como eles vêm sendo desenvolvidos e aprimorados para atender o setor florestal.
Como Drones Florestais funcionam?
A principal tecnologia por trás de Drones Florestais é o LiDAR, sigla para Light Detection and Ranging e esses equipamentos constituem sensores remotos ativos utilizados para criar Nuvens de Pontos e Modelos Tridimensionais de alto detalhamento visual.
A maioria dos modelos comerciais de drones utiliza apenas sensores RGB e não são muito eficientes para a Modelagem 3D de áreas com densa cobertura vegetal. Em contrapartida, o LiDAR apresenta excelentes resultados para estudos volumétricos de formações florestais e agronômicas.
Estes equipamentos trabalham emitindo um grande número de pulsos de laser no espectro do infravermelho próximo, realizando medições das distâncias de objetos na superfície terrestre pelo cálculo direto do tempo decorrente entre a emissão e o retorno do laser.
Por emitir um grande número de pulsos de laser, o LiDAR é capaz de penetrar de forma muito eficiente na vegetação, atravessando os espaços vazios entre galhos e folhas para gerar uma densa Nuvem de Pontos que representa com exatidão a estrutura tridimensional de formações florestais.
Por esse motivo, esses sensores se tornaram os principais aliados de Drones Florestais e a aplicação de drones em inventários florestais está sempre relacionada ao uso adequado e avanços tecnológicos desses equipamentos.
Entretanto, drones embarcados com o LiDAR não são capazes de operar sozinhos para realizar inventários florestais e você irá precisar de um bom suporte de softwares específicos para a aquisição e processamento de dados, aplicação adequada de Receptores GNSS, Pontos de Controle Em Solo e tecnologias modernas de Inteligência Artificial.
Além disso, esses equipamentos ainda não apresentam os melhores resultados para inventariar florestas tropicais e a sua aplicação mais recorrente está relacionada às estimativas volumétricas de florestas plantadas.
Aplicação de Drones em Inventários Florestais
Drones Florestais são equipamentos pouco acessíveis e que exigem profissionais especializados para operá-los em campo, processar dados e gerar os produtos e subprodutos do Mapeamento Aéreo.
Entretanto, os resultados obtidos com esses equipamentos são extremamente confiáveis e grandes empresas florestais têm se beneficiado de uma redução sensível de custos e tempo de execução de inventários florestais.
Além disso, Drones Florestais são ainda capazes de cobrir grandes áreas em espaços de tempo relativamente curtos e gerar Modelos Tridimensionais georreferenciados que representam com exatidão toda a área plantada por florestas.
Em comparação aos inventários florestais tradicionais, que consistem em métodos muito lentos de amostragem, esta é uma vantagem considerável e em casos de censo florestal, isso se torna um fator ainda mais relevante.
Drones embarcados com o LiDAR são poderosas ferramentas para a gestão florestal e são capazes de realizar com muita eficiência a contagem de árvores individuais, a medição de altura, diâmetro e volume de forma praticamente perfeita, apresentando erros mínimos e resultados muito próximos da realidade.
Além disso, a possibilidade de catalogação das coordenadas geográficas de todas as árvores inventariadas em um Mapeamento Aéreo Com Drones, tem tornado essa tecnologia ainda mais cobiçada por profissionais da área de Manejo Florestal.
Quando operados em conjunto com outros sensores além do LiDAR, como Sensores Térmicos, RGB e Multiespectrais, esses equipamentos são capazes de inferir sobre condições fitossanitárias, hídricas e nutricionais de uma floresta e até mesmo identificar espécies em áreas de baixa biodiversidade, como florestas temperadas e plantios florestais mistos.
Novas Aplicações de Drones em Inventários Florestais
Em geral, a aplicação de drones em Inventários Florestais é realizada por meio de um Mapeamento Aéreo Com Drones sobre toda a área de cobertura florestal.
Porém, novos modelos de Drones Florestais vêm sendo desenvolvidos para serem operados abaixo do dossel, para isso, contam com sistemas de Prevenção e Detecção de Obstáculos extremamente eficientes e Inteligência Artificial capaz de torná-los equipamentos que podem ser operados de forma autônoma.
Operar drones abaixo do dossel apresenta algumas vantagens, como a possibilidade da medição exata do fuste comercial de cada árvore, estimativa precisa de estoque de carbono e serrapilheira e uma redução sensível do tempo de processamento de dados e catalogação de árvores individuais.
Entretanto, para isso, softwares específicos e sistemas de inteligência artificial estão em desenvolvimento e a aplicação de drones abaixo do dossel pode ainda não apresentar os melhores resultados para inventários florestais, além disso, operá-los em plantios adensados e florestas nativas ainda é uma tarefa de difícil execução.
Outras Aplicações de Drones no Setor Florestal
Embora o termo Drones Florestais esteja quase sempre ligado às aeronaves embarcadas com sensores LiDAR, eles não são os únicos modelos de drones utilizados por empresas florestais.
Drones comerciais, embarcados apenas com sensores RGB, também possuem muitas aplicações para o setor florestal e eles vêm sendo utilizados em diferentes etapas de um plantio florestal para cumprir uma série de objetivos técnicos.
Eles são utilizados para realizar a Modelagem 3D de áreas a serem plantadas, gerar curvas de nível para a topografia, gerir estudos hidrológicos, geomorfológicos e para otimizar os processos de transporte e colheita florestal.
Além disso, esses equipamentos já vêm sendo empregados para realizar a cubagem de toras em pátios de secagem e são capazes de estimar o volume de madeira de forma muito mais eficiente, rápida e segura que os tradicionais métodos utilizados.
Drones embarcados com Sensores Térmicos também constituem poderosas ferramentas associadas à prevenção e combate de incêndios florestais e se tornaram equipamentos essenciais para a gestão adequada de grandes áreas de florestas plantadas e nativas.
Se você tem interesse nesse assunto e deseja saber um pouco mais sobre a aplicação de geotecnologias no setor florestal, recomendados que acesse o nosso blog post Mapeamento de Inventários Florestais.
Para aprender ainda mais, você não pode deixar de acessar o Blog Mata Nativa para ficar por dentro de todas as novidades e procedimentos que envolvem inventários florestais da teoria à prática.
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