A crescente nas emissões de gases do efeito estufa e a escassez dos recursos naturais, trazem a necessidade urgente de adotar práticas sustentáveis no nosso dia a dia. A exemplo, a compostagem é um método de grande valia e eficaz, apesar de ser muitas vezes subestimada. Mas afinal, quais são realmente os benefícios da compostagem para o meio ambiente?
É uma prática simples e acessível que não apenas reduz o desperdício, mas também oferece uma série de benefícios ambientais que podem ajudar a preservar o nosso planeta. Neste texto entenderemos um pouco mais sobre esses benefícios.
O que é compostagem?
A compostagem é um processo natural de decomposição de materiais orgânicos, em um material rico em nutrientes conhecido como composto. São exemplos de materiais orgânicos: restos de comida, folhas e aparas de grama.
Esse processo de transformação do material orgânico em composto ocorre com a ajuda de microrganismos, como bactérias, fungos, e das minhocas, que quebram os resíduos orgânicos em nutrientes essenciais para o solo.
Durante a compostagem, empilha-se os materiais orgânicos em um local específico, chamado de composteira. Regularmente, esta pilha é virada ou revolvida, promovendo a aeração e a decomposição adequada do material.
À medida que os resíduos se decompõem, são transformados em um composto rico em nutrientes, que pode ser usado como fertilizante natural para melhorar a qualidade do solo em jardins, hortas e campos agrícolas.
Tipos de compostagem
Existem vários tipos de compostagem, adaptados a diferentes necessidades e ambientes, cada um com suas vantagens e desvantagens. Portanto, a escolha do método certo depende das necessidades específicas de cada pessoa, comunidade ou projeto. É importante garantir que a compostagem seja realizada de forma responsável e sustentável, visando maximizar seus benefícios ambientais.
São tipos de compostagem:
1. Compostagem doméstica ou caseira: Ideal para residências e pequenos espaços, onde se utiliza uma composteira ou recipiente específico para compostagem, geralmente mantido dentro de casa ou em uma área externa. Materiais orgânicos, como restos de comida, cascas de frutas e vegetais, borras de café e folhas, são colocados na composteira e, regularmente, revolvidos para promover a decomposição.
2. Compostagem de jardim: Recomendada para áreas maiores, como jardins residenciais, parques e espaços comunitários. Os resíduos orgânicos são dispostos diretamente no solo, onde se decompõem naturalmente com o tempo, podendo este processo ser acelerado com a adição de materiais estruturantes, como restos de madeira triturados, palha ou papel picado.
3. Compostagem em pilhas: Geralmente usada em escala maior, como em fazendas ou propriedades rurais. Os materiais orgânicos são empilhados em camadas alternadas de material verde (rico em nitrogênio) e material marrom (rico em carbono). Estas pilhas costumam ser regularmente reviradas para garantir a aeração e a decomposição adequada.
4. Compostagem Aeróbica: É um processo que ocorre em presença de oxigênio, ideal para compostagem em pilhas ou leiras. Assegura uma decomposição rápida e eficiente dos resíduos orgânicos, reduzindo o risco de odores desagradáveis e a produção de gases de efeito estufa.
5. Vermicompostagem: Utiliza minhocas para acelerar o processo de decomposição. É realizada em composteiras especiais contendo minhocas, que consomem os resíduos orgânicos e os transformam em um composto de alta qualidade, conhecido como vermicomposto.
6. Compostagem em Leiras ou Windrows: É uma técnica frequentemente usada em escala comercial. Onde os resíduos orgânicos são dispostos em longas fileiras (leiras) e regularmente revirados para promover a aeração e a decomposição.
Uma prática sustentável
A compostagem é uma prática sustentável, pois:
– reduz a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários;
– evita a produção de gases de efeito estufa associados à decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos;
– e promove a saúde do solo, aumentando sua fertilidade e capacidade de retenção de água.
A jardinagem orgânica, a agricultura sustentável e o gerenciamento de resíduos em escala doméstica e comercial, utilizam muito essa técnica.
Redução de Resíduos
A compostagem reduz a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários, considerando que aproximadamente um terço do lixo doméstico é composto por resíduos orgânicos, como cascas de frutas e vegetais, borras de café e restos de comida. Dessa forma, esta é uma das maneiras mais óbvias e imediatas pelas quais a compostagem ajuda o meio ambiente.
Ou seja, ao compostar esses materiais, podemos evitar que eles acabem em aterros sanitários, onde se decompõem anaeróbicamente, liberando metano, um potente gás de efeito estufa.
Melhoria da qualidade do solo
Além de reduzir os resíduos, a compostagem também promove a saúde do solo. Visto que, o composto resultante desse processo é um fertilizante natural rico em nutrientes essenciais para o crescimento das plantas, como nitrogênio, fósforo e potássio.
Sendo assim, quando adicionado ao solo, o composto melhora sua estrutura, aumenta sua capacidade de retenção de água e promove a atividade microbiana benéfica. Isso não só beneficia as plantas cultivadas, mas também ajuda a restaurar a saúde dos solos degradados, promovendo a biodiversidade e reduzindo a erosão.
Conservação da água
A compostagem também desempenha um papel importante na conservação da água. Visto que, ao melhorar a estrutura do solo e aumentar sua capacidade de retenção de água, o composto resultante da compostagem reduz a necessidade de irrigação.
Em regiões afetadas pela escassez de água, onde a agricultura consome uma grande quantidade deste recurso natural, o aumento da retenção de água torna-se especialmente importante.
Além disso, ao promover a saúde do solo e reduzir a erosão, a compostagem ajuda a proteger os recursos hídricos contra a contaminação por nutrientes e produtos químicos agrícolas.
Redução da dependência de fertilizantes químicos
A agricultura convencional depende fortemente de fertilizantes químicos para promover o crescimento das plantas. No entanto, esses fertilizantes podem ter impactos negativos no meio ambiente, como a contaminação da água por nutrientes em excesso e a degradação da saúde do solo a longo prazo.
Dessa forma, a compostagem oferece uma alternativa sustentável aos fertilizantes químicos, fornecendo aos agricultores uma fonte de nutrientes orgânicos de alta qualidade para suas plantações.
Além disso, ao reduzir a dependência de fertilizantes químicos, a compostagem ajuda a mitigar os impactos negativos da agricultura convencional no meio ambiente e promove sistemas agrícolas mais resilientes e sustentáveis.
Mitigação das mudanças climáticas
Por último, mas não menos importante, a compostagem desempenha um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas.
Como mencionado anteriormente, a decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos em aterros sanitários produz metano, um gás de efeito estufa muito mais potente que o dióxido de carbono. Ao compostar esses resíduos, podemos reduzir significativamente as emissões de metano e ajudar a conter o aquecimento global.
Além disso, a compostagem também ajuda a capturar carbono da atmosfera e armazená-lo no solo na forma de matéria orgânica estável, ajudando a compensar as emissões de dióxido de carbono associadas a outras atividades humanas.
Importância geral da compostagem
Em resumo, a compostagem é uma ferramenta poderosa para promover a sustentabilidade ambiental. Além de reduzir os resíduos, melhorar a qualidade do solo, conservar a água e reduzir a dependência de fertilizantes químicos, essa prática também desempenha um papel importante na mitigação das mudanças climáticas.
Sendo assim, ao adotar práticas de compostagem em nossas comunidades, lares e sistemas agrícolas, podemos contribuir para a construção de um futuro mais sustentável para o nosso planeta e para as gerações futuras.
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