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Como a Poeira do Deserto do Saara Fertiliza a Amazônia?

Por Thaynara Lopes

Em 14 de dezembro de 2021
Como a poeira do deserto do Saara fertiliza a Amazônia
Em vez de ler que tal ouvir o artigo? Experimente no player acima

É muito difícil imaginar que a poeira do Saara atravessa milhares de quilômetros e traz nutrientes para a Floresta Amazônica, não é mesmo? Contudo, um estudo realizado pela Nasa confirmou isso. Essa agência espacial dos Estados Unidos coletou dados entre 2007 e 2013. Como resultado, registraram em vídeo como ocorre o deslocamento da poeira do Saara. A partir desse vídeo é possível perceber que o deserto do Saara e a Floresta Amazônica estão mais ligados do que parece.

Assista o vídeo abaixo.

O deserto do Saara

Cientistas afirmam que, durante a pré-história, esse deserto africano era uma região de savanas e pradarias, onde possuía lagos repletos de algas e microrganismos. No entanto, há cerca de 5 mil anos, uma mudança na órbita terrestre causou uma grande transformação climática gerando o Saara. Então, dessa região, sobrou uma poeira composta de diferentes elementos químicos. Muitos desses elementos são nutrientes, como o fósforo e nitrogênio, que são muito usados pelas plantas.

A região do Chade, que abriga parte dessa poeira na depressão de Bodélé, devido a sua geografia, é atingida por constantes e gigantescas tempestades de areia. O vento é tão forte que carrega a poeira rica em fósforo por quase 5 mil quilômetros até a América do Sul.

A Floresta Amazônica

Apesar da Amazônia ser um dos lugares mais produtivos do mundo em termos biológicos, possui o solo notadamente pobre em alguns elementos essenciais, sobretudo em fósforo, que é fundamental para o crescimento das plantas. Isto porque as frequentes chuvas fortes sobre a Bacia Amazônica “lavam” e eliminam esse nutriente.

O fósforo, apesar de raro na floresta, é muito importante para a sua biodiversidade. Juntamente com a mata ciliar, ele é fundamental para o equilíbrio do meio ambiente.

As chuvas da Amazônia ajudam a irrigar regiões do sul e sudeste brasileiro, fenômeno chamado de rios voadores. A poeira do deserto do Saara faz algo parecido com a região Amazônica. Ela traz nutrientes, como o fósforo, e é muito importante para manter a exuberância e a biodiversidade amazônica.

Estudo da Nasa

A análise da Nasa mostra que, todos os anos, cerca de 182 milhões de toneladas de poeira atravessam o oceano Atlântico. Essa poeira sai do Saara para o Continente Americano, em especial, América do Norte, Caribe e América do Sul. Do total, 27,7 milhões de toneladas caem na floresta, sendo que 0,08% desse valor é fósforo. Ou seja, a região amazônica recebe, em média, 22 mil toneladas de fósforo por ano. Essa quantia é semelhante a que a floresta produz anualmente com a decomposição das folhas, mas que, em seguida, perde com as chuvas e cheias.

Além de fertilizar a floresta, é bem provável que exista um fenômeno de fertilização no oceano. Durante o percurso, os fragmentos minerais que formam a nuvem de poeira caem da nuvem em movimento e se depositam na superfície do oceano. Segundo Santiago Gassó, geofísico argentino e pesquisador da Nasa, “quando o pó se deposita sobre o oceano, em termos gerais, podem acontecer duas coisas. Uma delas é que o pó é muito pesado e começa a submergir em direção ao fundo do oceano. Mas, se a poeira demora a descer, na área onde estão microrganismos, como o fitoplâncton ou bactérias, eles podem fazer uso dele (do pó) e liberar todos esses nutrientes que são úteis.”.

39-Cartilha do Código Florestal Brasileiro

A poeira

Esse pesquisador também afirmou que “é uma poeira muito, muito pequena. Se tomarmos como referência a espessura de um fio de cabelo, podemos dizer que a poeira doméstica que vemos em nossa casa, por exemplo, é dessa espessura. Mas a que viaja por cima do Atlântico é cem vezes menor que isso: um grão não é visível a olho nu, o que é visível é o acúmulo deles.”

Para ter certeza de que a poeira encontrada na região vem mesmo do Saara e não de um terreno próximo, os pesquisadores da Nasa mediram a formação química das substâncias na atmosfera da Amazônia. Alumínio, manganês, ferro e silício estão presentes na composição química dessas substâncias. A quantidade desses elementos nas partículas coletadas na Amazônia é a mesma que é encontrada na poeira do Saara. Além disso, há correlação entre a presença desses aerossóis e o movimento das massas de ar.

Segundo a Nasa, o próximo passo da pesquisa é entender em quanto tempo esse processo acontece e conseguir prever até quando o Saara poderá fertilizar a Amazônia.

Impactos negativos da poeira do deserto do Saara

Já ficou claro que a poeira do deserto do Saara que chega à América é fundamental para a fertilização do solo e, consequentemente, para o desenvolvimento da Floresta Amazônica. Mas, é preciso mostrar alguns efeitos negativos desse evento.

Alguns pesquisadores afirmam que essa poeira afeta a qualidade do ar nos lugares onde chega, apresentando um risco para pessoas alérgicas ou asmáticas. O Instituto Nacional de Meteorologia da Costa Rica (IMN, na sigla em espanhol) informou que a concentração de poeira no Saara está na faixa de 30 a 50 microgramas por metro cúbico, um número muito alto, comparável ao de grandes metrópoles com alta poluição atmosférica.

Além disso, ela pode prejudicar os corais. Isto porque a poeira pode conter elementos tóxicos, como o cobre, que é tóxico para certas bactérias e outros microrganismos importantes na base da pirâmide ecológica marinha. Verificou-se também que, quando esses elementos se depositam sobre o Mar do Caribe, o sedimento vai caindo e atinge os corais que assimilam esse elemento tóxico e adoecem.

Apesar dos pontos negativos, não se pode negar que a poeira do Saara é essencial para a vida da floresta de maior importância do planeta. O maior deserto do mundo é responsável por manter a maior floresta do mundo!

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Autor(a)

Thaynara Lopes

Engenheira Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com um período internacional na Universidad de Córdoba (UCO), na Espanha. Mestre em Ciência Florestal, com ênfase em Incêndios Florestais, pela UFV. Gosta de atuar na área de Conservação da Natureza, mas sempre com “um pezinho” no Manejo Florestal. Tem experiência em incêndios florestais, inventário florestal, inteligência artificial, Sistema de Informação Geográfica (SIG) e gestão.

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