Uma das atividades mais comuns para atuação na área florestal é o planejamento e a execução de inventários florestais. No entanto, muitos profissionais ainda tem dúvida sobre o passo a passo a seguir para planejar esta atividade. É normal que isso aconteça, principalmente se você é recém-formado ou se já atua no mercado de trabalho, mas em outros tipos de projetos. Desse modo, esse conteúdo tem o objetivo de fornecer alguns conselhos para te ajudar a planejar o seu primeiro projeto de inventário florestal.
Defina o objetivo do seu inventário florestal
A demanda da realização de um inventário florestal vai surgir porque há necessidade de utilizar as informações coletadas para uma tomada de decisão, certo? Assim, é importante entender qual a necessidade do seu cliente ou de quem irá utilizar essas informações. Essa etapa é muito importante, pois é a partir do objetivo que serão definidas outras variáveis para a execução do inventário florestal, como a precisão exigida e o limite de erro.
Dessa forma, você pode se fazer algumas perguntas como:
- Para qual fim o meu cliente irá utilizar os dados do inventário florestal?
- Ele quer saber o volume atual de madeira na área?
- É um inventário pré-corte?
- Precisa de um estudo para obtenção de licença ambiental?
- Deseja avaliar os danos após um incêndio, tempestade ou a presença de praga ou doença?
- Ou ele quer conhecer a dinâmica da sua floresta e a sua produtividade?
O objetivo do inventário deve ser bem definido e estar claro para todas as partes envolvidas. Assim, você poderá prosseguir o seu planejamento com segurança, sabendo exatamente o que o seu cliente quer, e evitando surpresas ao longo da atividade.
Estude previamente a área a ser inventariada
Antes de decidir entrar na floresta com uma prancheta e uma fita na mão, colete a maior quantidade possível de dados sobre a área objeto de estudo do inventário. Por isso, busque saber sobre o tamanho da área, o relevo, o clima, a facilidade de acesso, a qualidade das estradas, a hidrografia e as tipologias florestais presentes na área. Essas informações serão importantes para um bom planejamento e, assim, evitar ao máximo as dificuldades da atividade de campo.
Da mesma forma, procure saber também sobre o histórico da área: dados de inventários antigos; a existência de manejo florestal e de outras intervenções realizadas; as informações sobre a época de plantio e a espécie (no caso de plantios florestais). Tudo isso irá te preparar para estimar com mais certeza o tempo de coleta de dados em campo. Aliás, nessa estimativa, lembre-se de considerar também a possibilidade de chuvas expressivas na região em que irá trabalhar.
Defina a metodologia
Após definir os objetivos do inventário florestal e conhecer as características físicas da área, você já estará apto ou apta para definir a metodologia de coleta dos dados. Dessa forma, algumas perguntas devem ser respondidas nesse momento:
– Será necessário realizar um censo da área ou a utilização de unidades amostrais é suficiente?
– Se utilizar unidades amostrais, serão temporárias ou permanentes?
– O método de amostragem será de área fixa ou área variável?
– Se o método for de área fixa, as unidades amostrais serão circulares, quadradas, retangulares ou em conglomerados?
– O processo de amostragem será aleatório, sistemático ou estratificado?
– Principalmente em caso de inventário de florestas nativas, qual será o DAP (diâmetro à altura do peito) ou CAP (circunferência à altura do peito) mínimo para inclusão dos indivíduos?
– Quais tipos de dados serão coletados? DAP, CAP, altura total, altura comercial, altura da bifurcação, diâmetro de copa, estado fitossanitário?
– Irá utilizar fichas de papel ou aplicativos móveis como o do Mata Nativa?
Elabore o seu orçamento
Enfim, após conhecer os objetivos, as informações sobre a área e a metodologia a ser aplicada, agora é a hora de definir o seu orçamento. Assim, o Blog Mata Nativa tem um texto específico sobre o tema com informações detalhadas sobre custos e orçamento e também sobre como elaborar um orçamento de qualidade, obtendo lucro em seu inventário florestal. Além disso, temos também uma planilha pronta que pode ser muito útil para te ajudar nessa etapa. Portanto, faça aqui o download da planilha de orçamento básico para inventário florestal.
Monte o seu checklist
Criar um checklist das atividades e dos materiais necessários em campo é essencial para não esquecer de nada. Pois ninguém quer chegar no local do inventário, depois de horas de viagem, e perceber que esqueceu as perneiras, não é?
Portanto, algumas atividades importantes para manter no seu checklist são: alocação das parcelas previamente em mapa; preparação das fichas de campo; compra de material; definição da equipe; aluguel de carro; reserva de hotel; estudar o trajeto com antecedência; reunião com a equipe de campo, e etc.
Além disso, a depender do objetivo do seu inventário, o seu checklist de equipamentos pode conter: canivete e facão; capa de chuva; capacete; garrafas de água; kit de primeiros socorros; lanternas e luvas; perneiras; rádios de comunicação; protetor solar e repelente; apito; colete; fichas de campo e pranchetas; prensa de material botânico; lápis e borracha; lima; mochila; mapa; bússola ou GPS; clinômetro; estacas e marreta; suta ou fita; trenas; máquina fotográfica; binóculos; podão; sacos plásticos; tesoura de poda, e etc.
Peça ajuda
Por fim, é normal surgirem dúvidas nos primeiros inventários. Então, não há mal em convidar um colega mais experiente para te ajudar. Pelo contrário, o importante no início é aprender e pegar confiança no processo. Além disso, o Blog Mata Nativa tem muita informação para te auxiliar: desde as ferramentas para começar no mercado de inventário florestal, como gerenciar uma equipe de campo até dicas sobre como elaborar um relatório técnico de qualidade. Então mãos a obra, e bom aproveito nesta sua nova jornada.
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