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Dia Nacional da Mata Atlântica

Por Thalita Geovana Cassiano Ferreira

Em 26 de maio de 2022
Dia Nacional da Mata Atlântica
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Celebra-se o Dia Nacional da Mata Atlântica no dia 27 de maio. Em suma, a data foi escolhida em referência à “Carta de São Vicente”, escrita em 1560. No conteúdo, o padre Anchieta descreve a biodiversidade da floresta tropical. Todavia, instituiu-se a data via decreto presidencial, em 1999, com o intuito de alertar a importância de se preservar os remanescentes da Mata Atlântica brasileira.

A Carta de São Vicente

Considera-se a Carta de São Vicente como o primeiro registro sobre a Mata Atlântica. De autoria do padre José de Anchieta, a carta descreve ricos detalhes sobre a fauna e flora local. Anchieta cita, inclusive, os nomes dados aos animais pelos povos indígenas, como em alusão as jararacas:

“Ha tambem outras quasi semelhantes, chamadas jararáca e tambem bóipeba, isto é, “cobras chatas”, porque quando feridas, contraem-se e ficam mais largas; a mordedura dessas é também mortal”.

Faz referência, ainda, a personagens do folclore brasileiro — crença da população tradicional da época:

“É cousa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios, a que os Brasis chamam <corupira>, que acometem aos Indios muitas vezes no mato, dão-lhe de açoites, machucam-os e matam-os. […]”

Hoje, a beleza observada pelo padre está fortemente devastada. Os povos indígenas sofrem constantes ameaças. Com a destruição da natureza, perde-se muito mais do que os recursos naturais. Em outras palavras, perdem-se histórias, culturas e saberes sobre uma floresta tão rica e importante para a manutenção dos serviços ecossistêmicos. Diante disso, a instituição de um Dia Nacional da Mata Atlântica se faz necessário para refletir sobre o valor de manter o bioma vivo.

Mata Atlântica brasileira

A Mata Atlântica é uma floresta tropical, localizada entre 17 estados brasileiros e em partes da Argentina e Paraguai. Com extensa distribuição, apresenta variações no relevo e nos índices pluviométricos. Além disso, é composta por diferentes fitofisionomias, dentre elas:

  • Floresta ombrófila densa;
  • Floresta ombrófila mista;
  • Florestas estacionais;
  • Restingas;
  • Formações campestres;
  • Formações litorâneas;
  • Ecótonos.

Ainda, a floresta abrange a Mata das Araucárias, formação vegetal com predominância da Araucaria angustifólia, que se estende desde Minas Gerais e São Paulo até o sul do país. Há, também, os Mares de Morros, formado por conjuntos de morros próximo à região litorânea. Em síntese, as principais serras que constituem os mares de morro são: Serra do Mar, Serra da Mantiqueira, Serra da Canastra, Serra do Caparaó, Serra da Diamantina.

Destruição da floresta

A história da Mata Atlântica se mistura com a história do Brasil. A colonização dos portugueses começou pela floresta e a exploração dos recursos naturais deu início ali. Nesse sentido, a floresta foi e continua sendo negativamente impactada pelo crescimento urbano desordenado, assim como pelas atividades humanas.

Além disso, vive-se um período de desmonte da legislação ambiental brasileira, onde governantes sugeriram “passar a boiada” pelo bioma enquanto a mídia focava na COVID-19. Tais falas em referência a Mata Atlântica legitima a substituição de florestas por gados ou monoculturas. Contudo, as consequências disso incluem alteração no nível pluviométrico e emissão de gases do efeito estufa, por exemplo.

A Mata Atlântica possui um dos maiores níveis de endemismo e diversidade biológica do mundo. Ademais, garante a manutenção de serviços ecossistêmicos. No entanto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2018 restavam apenas cerca de 12% de sua cobertura vegetal. A saber, o bioma comporta cerca de 50% das áreas urbanas do país. Nesse sentido, a alta densidade demográfica, junto à pressão das atividades antrópicas prejudicam o equilíbrio da natureza.  

Áreas protegidas e biodiversidade

Em resposta às ações antrópicas, criaram-se as primeiras áreas protegidas do país no território da Mata Atlântica. Em 1937, criou-se o Parque Nacional do Itatiaia (RJ/MG) e dois anos mais tarde, os Parques Nacionais do Iguaçu (PR) e Serra dos Órgãos (RJ). A Mata Atlântica é o bioma que possui maior número de Unidades de Conservação (UC’s). No entanto, segundo dados do Cadastro Nacional das Unidades de Conservação (CNUC), nota-se que apenas 10% das áreas naturais são protegidas.  

A Mata Atlântica é o bioma mais biodiverso do país. Estima-se que existam cerca de 1,6 milhão de espécies de animais. Muitas destas espécies são endêmicas, por exemplo, o palmito-juçara (Euterpe edulis), Muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) e a Onça-parda (Puma concolor). Apesar desta grande biodiversidade, o bioma também apresenta o maior número de espécies ameaçadas de extinção. Em função destas características, considera-se a floresta como um dos 36 hotspots mundiais. Afinal, apesar de possuir uma rica biodiversidade, o domínio corre alto risco de destruição.

Pode-se inferir que a perda da biodiversidade é consequência, principalmente, do desmatamento. A partir de tal evento ocorre a fragmentação de habitats e o efeito de borda. Contudo, a caça, atropelamentos em rodovias e o isolamento populacional se incluem como fatores de ameaça aos seres vivos. Sinaliza-se, então, uma necessidade de maior proteção da floresta.

Qualidade da água

Recentemente, a SOS Mata Atlântica realizou um levantamento sobre a qualidade da água de 90 (noventa) rios do bioma. Em síntese, concluiu-se que apenas 7% dos rios possuem água de boa qualidade. Entretanto, pode-se considerar que nenhum possui água totalmente limpa. Ainda, a água presente em 20% dos pontos de coletas foi considerada ruim ou péssima.

Como resultado, foi identificado alto índice de fosfato, nitrato e coliformes totais. Pode-se associar tais achados ao uso de sabão e ao esgoto doméstico. Tristemente, uma água nesse estado não pode ser usada para nada. Ademais, pode atrair vetores de doenças e disseminar contaminantes ao solo e ao ar. Além disso, ocorre o transporte de poluentes para outros rios.

Nota-se uma defasagem nas redes de tratamento de esgoto. Tal fato evidencia a falta do cumprimento das legislações ambientais. Dessa maneira, tem-se o prejuízo na qualidade e quantidade da água.

https://info.matanativa.com.br/faixa-blog-entendendo-o-licenciamento-ambiental

Estratégias de conservação da Mata Atlântica

A criação de Unidades de Conservação pode ser considerada como uma estratégia efetiva. Reconhecidas como instrumentos de conservação e preservação da biodiversidade in situ, ainda conseguem integrar compromissos ambientais, sociais e econômicos. Além disso, esses espaços promovem a interação dos visitantes com a natureza, sensibilizando-os para a conservação da mesma.

No entanto, é preciso acrescentar o monitoramento da biodiversidade e do volume/qualidade dos recursos naturais. Sugere-se também maior fiscalização das leis ambientais, a promoção do uso sustentável e maior participação dos cidadãos no processo de desaceleração da perda da biodiversidade.

Celebração do Dia Nacional da Mata Atlântica

Diante de um histórico de exploração, é justo dedicar um dia nacional para celebrar a Mata Atlântica. E, mais do que isso, refletir sobre a proteção do bioma. O texto escrito por Henry Thoreau encaixa bem no contexto da Mata Atlântica, em que se diz:

“Eu não gostaria de pensar que algum semi deus tivesse vindo antes de mim e escolhido para si algumas das melhores estrelas. Eu quero conhecer um paraíso inteiro e uma Terra inteira. Todas as grandes árvores e animais selvagens, peixes e aves se foram.”

Quais serão os frutos colhidos por consequência das ações antrópicas? A geração atual já vive com poucos remanescentes da floresta; que Mata Atlântica sobrará para as futuras gerações? É necessário cobrar ações de apoio à floresta. E, sobretudo, agir para reverter o histórico de destruição de um bioma tão importante, considerado a casa da maioria dos brasileiros.

Links relacionados:

  • A lei da Mata Atlântica;
  • Painel Unidades de Conservações Brasileiras;
  • Educação Ambiental em Unidades de Conservação.

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Autor(a)

Thalita Geovana Cassiano Ferreira

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), professora de Ciências da rede pública e redatora do Mata Nativa. Guiada pelos pilares da sustentabilidade, acredito que a Educação Ambiental seja a chave para a transformação e formação de cidadãos mais críticos e engajados com as pautas ambientais. Atuei com o desenvolvimento de planos setoriais urbanos e criação de cursos para comunidades tradicionais. Também participei de projetos de extensão, organizações não governamentais e dediquei-me a realizar pesquisas sobre Unidades de Conservação e Educação Ambiental.

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