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Crescimento e Produção de Povoamentos Equiâneos

Por Fernanda Carvalho

Em 17 de abril de 2018
Florestas Equiâneas

Entre as florestas equiâneas, as de eucalipto, são as mais plantadas e estudadas no Brasil. Sua madeira é utilizada na produção de carvão vegetal, celulose, energia, madeira serrada, entre outros produtos. Para o manejo dessas florestas, é necessário conhecer o potencial de crescimento e produção total do povoamento para planejar o volume a ser colhido.

O crescimento de uma árvore é definido como o aumento de suas dimensões em um período de tempo, enquanto que o crescimento de uma floresta diz respeito às mudanças ocorridas na sua estrutura neste período, em virtude do crescimento propriamente dito das árvores, bem como da contabilidade de outros componentes do crescimento florestal como ingresso, mortalidade e corte ou desbaste seletivo. A produção, por sua vez, é a quantidade do recurso florestal disponível em um dado ponto no tempo.

Saiba também: O engenheiro florestal no manejo de bacias hidrográficas

Esse crescimento é o resultado da interação de dois componentes: um componente positivo, que mostra a expansão de um organismo e representa a tendência natural de multiplicação, e um componente negativo, que representa as restrições impostas por fatores externos e por fatores internos.

Existem alguns métodos descritos para se classificar a capacidade produtiva de florestas equiâneas, porém, a altura dominante correlacionada com a idade, tem sido considerado o método mais prático e usual, já que esta variável representa a resposta aos fatores ambientais interrelacionados e não sofre significativa influência dos tratamentos silviculturais e da competição.

Essa classificação é de grande importância, pois está relacionada a diferentes respostas das espécies, híbridos e clones, que influem diretamente sobre a viabilidade de empreendimentos florestais, com a pesquisa ecológica, visando estudos de luminosidade, biomassa e exportação de nutrientes nas diversas fases de crescimento, com as dimensões dos produtos em diferentes idades e na adoção de técnicas de manejo e conservação do solo e no planejamento da produção, por meio da determinação da idade ótima e econômica de corte.

O crescimento acumulado ao longo do tempo, define uma curva sigmoidal característica e os incrementos definem curvas com ponto de máximo Incremento Corrente Anual (ICA) na idade onde ocorre a inflexão da curva de produção e máximo Incremento Médio Anual (IMA) ao final da fase de maturidade. Veja a curva a seguir, extraída do livro Dendrometria e Inventário Florestal (ver referências bibliográficas), onde é possível verificar que a curva de ICA atinge seu ponto de máximo antes do máximo IMA. A idade onde ocorre o ponto de máximo IMA define a Idade Técnica de Colheita (ITC), que pode ser utilizada como critério para realizar a colheita da madeira.

Florestas Equiâneas

A curva de produção pode ser representada por vários modelos ou funções, sendo o crescimento obtido pela diferenciação dessas funções. Na imagem a seguir, são apresentadas algumas dessas funções.

Florestas Equiâneas

O ajuste de equações referentes aos modelos descritos anteriormente podem ser realizado por meio de softwares de análises estatísticas como o SAS, R, Statistica, entre outros.

Falando um pouco sobre o crescimento diamétrico, ele depende do genótipo, da produtividade do sítio e do espaçamento. A curva de produção em diâmetro será mais inclinada, quanto mais produtivo for o sítio, e assim mais cedo ocorrerá o máximo incremento corrente anual em diâmetro e maiores serão estes valores quando comparados com sítios menos produtivos.

O espaçamento tem grande influência no desenvolvimento diamétrico das populações florestais. Espaçamentos maiores entre plantas propiciam uma maior média aritmética dos diâmetros que espaçamentos mais reduzidos, e essa análise pode determinar o uso da madeira, ou a estratégia de manejo.

O crescimento em altura das árvores em uma população florestal vai depender do genótipo, da produtividade do sítio, do espaçamento e da posição do povoamento. A curva de produção em altura será mais inclinada, quanto mais produtivo for o sítio, e assim maiores serão os valores do incremento corrente anual e mais cedo estes ocorrerão.

Para que o máximo incremento médio anual em volume seja detectado é necessário monitorar através de parcelas permanentes o desenvolvimento das plantas contidas na área monitorada ao longo do tempo, e então construir modelos de projeção da produtividade. Estes propiciarão antever a idade em que ocorrerá este ponto máximo. Se este ponto máximo for detectado muito cedo, pode-se inferir que o espaçamento está reduzido, ou que há falta de adubação nos povoamentos.

Monitoramento com o Mata Nativa

O monitoramento, tem por objetivo verificar as mudanças que ocorrem em uma determinada população florestal, em um determinado espaço de tempo. São medições repetidas periodicamente, com uma estrutura de amostragem mais duradoura e que possibilita a remedição dos indivíduos ao longo do tempo através de unidades amostrais (parcelas) permanentes.

Para realização do monitoramento serão necessárias a alocação e medição de parcelas permanentes de inventário florestal contínuo, realizados em duas ocasiões distintas, de forma a possibilitar a quantificação das mudanças na arquitetura, na estrutura e composição florística, bem como avaliar o crescimento e evolução da floresta. Essa avaliação pode ser realizada tanto em processos de recuperação de área degradadas quanto em florestas adultas, desde que se realize medições em ocasiões sucessivas e periódicas.

Entenda também: Como preparar sua planilha de monitoramento 

Os dados de monitoramentos de parcelas permanentes executados periódica e sucessivamente nas florestas manejadas ou não manejadas proporcionam as seguintes estimativas:

  • Incremento periódico médio anual em diâmetro (IPD), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécies;
  • Incremento periódico médio anual em área basal (IPB), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécies;
  • Incremento periódico médio anual em volume (IPV), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécies;
  • Crescimento bruto(Cb) e líquido (Cl), em número de árvore, em área basal e em volume;
  • Mudança ou evolução do número de árvores (N), diâmetro médio (Dg), da área basal (B), do volume (V), por espécie, por grupo de espécies e por classe de diâmetro;
  • Taxa de ingrowth (I%), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécie;
  • Taxa de mortalidade (M%), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécies;
  • Dinâmica da composição e da diversidade de espécies;
  • Dinâmica da estrutura da floresta;
  • Dinâmica da regeneração natural.

Com o software Mata Nativa é possível realizar inventários florestais contínuos para florestas nativas e plantadas. Para isso, basta cadastrar um projeto de Monitoramento e realizar a importação dos dados de duas medições sucessivas.

Sempre lembrando que deve haver a sincronia das planilhas a serem importadas para que o programa não aconteçam erros. Por isso, cada árvore no campo deverá receber uma plaqueta com o número de indivíduo, de forma que as medições sucessivas sejam realizadas na mesma árvore. Árvores que foram medidas na primeira ocasião e na segunda não foram encontradas ou medidas, serão tratadas como mortas. Já as árvores que foram medidas somente na segunda ocasião, serão consideradas árvores de ingresso.

Referências bibliográficas

  • SOARES, C.P.B.; PAULA NETO. F.; SOUZA, A.L. Dendrometria e inventário florestal. 2. Ed. Viçosa: Editora UFV. 2011. 272 p.
  • Zeide, B. Analysis of growth equations. Forest Science, v.39, n.3, p. 594-616. 1993.

Veja também: 

  • Entendendo a restauração florestal
  • O que é certificação florestal?
  • Conheça os principais biomas presentes no Brasil

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Autor(a)

Fernanda Carvalho

Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa. Continuou seus estudos na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo da Vida Selvagem. Dedicou grande parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental no Meio Ambiente Florestal da Fibria Celulose S/A e como consultora em projetos de Inventário Florestal, Averbação de Reserva Legal e Mapeamento de Áreas, na Florestal Jr. Atualmente é mestranda em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela UFRJ, Consultora de Comunicação da Ocyan e Gestora de Conteúdo do blog Mata Nativa.

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