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Impactos dos Resíduos Eletrônicos no Meio Ambiente

Por Thalita Geovana Cassiano Ferreira

Em 15 de setembro de 2022
Impactos dos resíduos eletrônicos no meio ambiente
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O desenvolvimento de produtos eletrônicos trouxe inúmeros benefícios para a qualidade de vida da população. No entanto, deve-se contrabalancear os impactos dos resíduos eletrônicos no meio ambiente. De acordo com a Diretiva 2002/96/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, definem-se como Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) aqueles que necessitam de correntes elétricas ou campos magnéticos para seu funcionamento. Também, incluem-se os equipamentos destinados à geração, transferência e medição de tais correntes e campos.

Os resíduos eletrônicos

Normalmente, chamam-se de lixos eletrônicos, e-lixo ou e-waste. No entanto, vale ressaltar que, tecnicamente, os lixos englobam os resíduos e os rejeitos. Ambos se diferem pela capacidade de serem aproveitados ou não, respectivamente.

Segundo o Decreto n.º 10.240, consideram-se como produtos eletroeletrônicos aqueles de uso doméstico, dependentes de correntes elétricas com tensão nominal de até 240 (duzentos e quarenta) volts. Portanto, utiliza-se aqui o termo “resíduo eletrônico” por se tratar sobre produtos descartados pela rápida obsolescência, como celulares, computadores, aparelhos de som e televisores com potenciais de serem reaproveitados.

Inegavelmente, o avanço tecnológico e o desenvolvimento de produtos eletrônicos impactaram positivamente as relações sociais, trabalhistas e fortaleceram a qualidade de vida da população. Com o advento da Revolução Industrial, intensificaram-se as técnicas produtivas. Mais tarde, com a abertura de mercado e a competição global, exigiram-se produções de baixo custo, alta variedade e disponibilidade imediata. Fatores que aumentaram a distribuição de aparelhos eletrônicos pelo mundo. Dessa maneira, passou-se a incentivar uma sociedade mais consumista. Com isso, aparelhos eletrônicos passaram a ser substituídos rapidamente – mesmo que, muitas vezes, ainda estivessem funcionando.

Contudo, a alta produção gera desequilíbrio ao meio ambiente, que acontece durante dois processos:

  1. Fabricação do produto, uma vez que são necessários diversos recursos naturais, utilização de compostos químicos e liberação de gases poluentes; e
  2. Destinação inadequada do material pelo mau funcionamento, constituídos por metais pesados tóxicos. Assim, ocorre o acúmulo de materiais em locais indevidos, como margens de rios ou terrenos baldios. Os resíduos eletrônicos são considerados de coleta obrigatória. Todavia, muitas regiões ainda carecem do trabalho de coleta seletiva, promovendo o descarte inadequado dos materiais.

A problemática do descarte incorreto

Pelo crescente acesso aos materiais eletrônicos, preocupa-se também com o descarte incorreto de seus resíduos. Isso porque tem sido observado um consumo excessivo, a fim de atender as demandas imediatistas. Dessa forma, rapidamente os produtos se tornam obsoletos e rapidamente são descartados. Contudo, falta informação e infraestrutura para o recolhimento correto desses materiais.

Segundo dados da The Global E-waste Monitor 2020, muitos brasileiros não sabem o que são os resíduos eletrônicos, tampouco sabem como descartá-los. A pesquisa ainda aponta que ⅓ (um terço) dos entrevistados consideram lixos eletrônicos como sinônimo de spam (lixo eletrônico digital). Além disso, quase 90% da população brasileira guarda produtos eletrônicos sem funcionamento em casa. Ainda, há aqueles que já ouviram falar sobre pontos de entrega de produtos eletrônicos, mas que não efetivam a entrega por não saberem onde esses pontos estão, por distância, falta de tempo ou informação.

Concomitantemente, o setor eletrônico é o que mais cresce, sendo capaz de gerar até 41 toneladas de lixos por ano. A nível mundial, o Brasil se firma como o 5º país com maior produção de resíduos eletrônicos. Na América latina, ocupa o 1º lugar. No entanto, fomentado pelas informações anteriores, menos de 3% dos resíduos têm sido reciclados. Por consequência, ocorre desperdício de materiais, que gera impactos ao meio ambiente como contaminação de solo, água e ar. Além disso, favorece a extração de recursos naturais para o desenvolvimento de novos produtos – que poderiam ser reutilizados.

Impactos gerados pelos resíduos eletrônicos

Por conterem metais pesados que podem ser altamente tóxicos na composição, os resíduos eletrônicos causam impactos ao meio ambiente. Caso a retenção de metais pesados pelo solo seja saturada, podem infiltrar e contaminar as águas subterrâneas. Ainda, os metais passam a fazer parte da cadeia alimentar, acumulando-se nos seres vivos. Portanto, de maneira alguma, os produtos eletrônicos devem ser descartados juntamente aos resíduos comuns. Pois, assim, seriam direcionados a aterros sanitários ou lixões, correndo risco de difundir a contaminação para grandes áreas, como rios, mares e vegetações.

Ao final, a fauna e flora são prejudicadas, bem como os recursos naturais locais e do entorno. Além disso, a saúde humana também é negativamente impactada. Ao absorver um elemento tóxico em concentrações elevadas, pode-se causar alteração no funcionamento do organismo. Ainda, pode-se associar às doenças respiratórias, neurológicas e reprodutivas. A absorção pode ocorrer via inalação, ingestão ou cutânea, mas a distribuição no organismo e seus efeitos dependem das propriedades dos elementos.

Efeitos nocivos à saúde humana

Apresenta-se abaixo os principais elementos encontrados nos produtos eletrônicos e seus efeitos:

  • Alumínio: anemia, intoxicação crônica, alterações neurocomportamentais.
  • Arsênio: danos ao sistema respiratório, cardiovascular, nervoso e hematopoiético; câncer de pulmão; e câncer linfático.
  • Bário: hipocalemia, taquicardia, hipotensão ou hipertensão; inchaço cerebral; fraqueza muscular e paralisia.
  • Berílio: câncer no pulmão.
  • Cádmio: descalcificação óssea; lesão renal; enfisema pulmonar; e câncer.
  • Chumbo: distúrbios no sistema nervoso; redução da hemoglobina; prejuízos às funções psicomotoras e neuromusculares.
  • Cobalto: danos ao sistema respiratório e epitelial.
  • Cobre: dano ao epitélio gastrointestinal; irritação das fossas nasais; cirrose hepática.
  • Lítio: lesões crônicas.
  • Manganês: desordem neurológica permanente; dificuldade de caminhar; dores abdominais e vômitos; anemia; seborreia.
  • Mercúrio: danos ao cérebro, olhos, sistema digestório e cardiovascular; dores de cabeça; tosse; distúrbios neuropsiquiátricos; teratogênico (atrapalha o desenvolvimento do feto).
  • Níquel: dermatite; inflamação e câncer no pulmão.
  • Zinco: fraqueza; febre; cólicas abdominais; náusea; vômito e diarreia.
https://info.matanativa.com.br/faixa-blog-entendendo-o-licenciamento-ambiental

Logística reversa e descarte correto

Conforme exposto, os resíduos eletrônicos apresentam em sua composição metais pesados que oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos. Sabe-se, então, que não se deve descartá-los de maneira comum aos outros tipos de resíduos que se tem em casa.

Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, entende-se por logística reserva o conjunto de ações, procedimentos e meios que possibilitam a coleta dos resíduos sólidos para reaproveitamento ou destinação final adequada. O decreto n.º 10.240 regulamenta a implementação do sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos. 

A partir disso, o decreto estabelece que os produtos devem ser descartados pelos consumidores em pontos de entrega voluntária. Cabe ressaltar que não se deve desmontar os equipamentos para descarte. Também é importante seguir as recomendações dos fabricantes, pois, normalmente, eles possuem pontos de coleta em locais autorizados. Em seguida, os produtos devem ser transportados até pontos de consolidação e, se houver necessidade, para a destinação final adequada.

Saiba também: Resíduos Sólidos e o Meio Ambiente

Ademais, para descartá-los corretamente, foi criada uma categorização dos resíduos, considerando o tamanho, tempo de vida útil, valor econômico e aplicação dos produtos.

  • Linha branca: geladeiras, freezers, máquinas de lavar, fogões, micro-ondas, etc.
  • Linha azul: batedeiras, aspiradores de pó, ventiladores, secadores de cabelo, ferramentas elétricas, calculadoras, câmeras digitais, rádios, etc. 
  • Linha verde: tablets, notebooks, computadores, celulares, monitores, impressoras, fones de ouvido, etc. 
  • Linha marrom: televisores, aparelhos de som, equipamentos de DVD/VHS, etc.

Dessa maneira, a logística reversa promove maior valor aos resíduos, estendendo seu ciclo de vida. Consequentemente, diminui a necessidade de extração de recursos naturais. Além disso, evita que se tenha impactos negativos ao meio ambiente em decorrência de contaminação por metais pesados.

Considerações finais

O grande consumo de produtos eletrônicos, bem como a rápida obsolescência dos mesmos, tem gerado um alto volume de resíduos eletrônicos. No entanto, a falta de informação ocasiona no descarte incorreto dos resíduos eletrônicos, gerando impactos negativos ao meio ambiente e a saúde humana. Portanto, é demandado maior cuidado com o manejo desses resíduos, sendo a separação para coleta o instrumento mais efetivo capaz de evitar prejuízos maiores. Dessa maneira, conclui-se que existe uma responsabilidade compartilhada entre os consumidores e fabricantes ou gestores para garantir que os resíduos eletrônicos tenham a destinação correta.

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Autor(a)

Thalita Geovana Cassiano Ferreira

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), professora de Ciências da rede pública e redatora do Mata Nativa. Guiada pelos pilares da sustentabilidade, acredito que a Educação Ambiental seja a chave para a transformação e formação de cidadãos mais críticos e engajados com as pautas ambientais. Atuei com o desenvolvimento de planos setoriais urbanos e criação de cursos para comunidades tradicionais. Também participei de projetos de extensão, organizações não governamentais e dediquei-me a realizar pesquisas sobre Unidades de Conservação e Educação Ambiental.

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