O inventário florestal é a principal ferramenta com aplicação de técnicas direcionadas para a quantificação e qualificação do potencial de uma floresta, seja ela nativa ou plantada. Em outras palavras, o levantamento florestal permite inferir quanto ao crescimento, composição e estrutura da floresta. Dessa forma, devido à importância de tais informações é possível se realizar o manejo adequado, de acordo a formação de interesse analisada, assim como quaisquer outras decisões necessárias.
O inventário florestal é caracterizado por exigir um conhecimento prévio da área, possibilitando estabelecer as etapas a serem seguidas no levantamento de forma mais concisa e precisa. Para tanto, é ideal a obtenção de um mapa do fragmento/propriedade, conhecimento da floresta por meio de caminhamento na área, conhecimento da variabilidade da floresta, cálculo da intensidade amostral, seleção das parcelas, localização das parcelas, demarcação das unidades amostrais, quantificação das características de interesse.
Cabe ressaltar que no durante o reconhecimento da floresta a ser inventariada, obtêm-se a medida de variação da floresta, que pode ser o coeficiente de variação, desvio padrão ou variação. Para isso, pode-se contar com a experiência do inventariador, revisão de literatura ou por meio da amostra piloto, sendo este o método mais indicado.
A realização do inventário florestal é tida como uma atividade dispendiosa, devido à exigência de mão de obra qualificada, bem como em decorrência do tempo necessário para a execução dos procedimentos. Nesse sentido, a definição das estratégias a serem utilizadas são imprescritíveis para o correto planejamento das atividades a serem executadas. Por isso, devem ser definidas a intensidade da amostra, tamanho e forma das parcelas a serem utilizadas, visando a otimização do tempo e custos, contudo, garantido a precisão do inventário.
As parcelas, também conhecidas como unidades amostrais, são consideradas como a unidade de área com tamanho fixo ou variado no levantamento florestal. Usualmente o tamanho e forma das parcelas são definidos de forma a atender uma melhor representatividade da área, assim como busca gerar uma maior praticidade e operacionalidade na instalação, medição e localização.
Assim como a intensidade amostral, o tamanho das parcelas tem efeito direto no inventário florestal. Ademais, o tamanho da parcela está intrinsecamente relacionado com a variabilidade, em que considerando uma mesma população e intensidade amostral, o valor do coeficiente de variação (CV) será decorrente do tamanho da parcela, isto é, parcelas maiores, menor o CV. Tal afirmação é direcionada principalmente para áreas naturais, onde há uma maior diversificação de espécies e diâmetros, ao contrário de uma população clonal em que existe uma maior uniformidade das características.
As parcelas, usualmente possuem formas retangulares, quadradas ou circulares. E, a utilização de cada forma é baseada no objetivo a ser alcançado, visto que pode ocorrer variação nas características da área, efeito de borda e outros. Além disso, aspectos como estágio sucessional e tipo de formação vegetal, são determinantes na escolha da forma da unidade amostral.
Tamanho de parcela
Na área florestal, de acordo com a fitofisionomia, já existem tamanhos de parcelas que são difundidos em decorrência de diversos trabalhos realizados a fim de determiná-las. A exemplo:
Eucaliptus sp.: A depender do estágio, pode variar de 250 a 600 m2.
Pinus sp.: 400 a 500 m2.
Cerrado: 600 a 1000 m2.
Florestas de grande porte: 1000 a 5000 m2.
Apesar dos tamanhos de parcela já consagrados, existem metodologias aplicáveis na determinação do tamanho ótimo para as unidades amostrais. Para as florestas nativas é usado o método da curva espécies-rara, em que o tamanho da parcela aumenta proporcionalmente ao número de espécies até o ponto em que a curva se estabilize. Já para as florestas plantadas, usualmente se aplica o método da curva coeficiente de variação versus área, em que quanto menor o tamanho da parcela, maior a variabilidade, isto é, o inverso implica em uma aproximação do valor observado à média para a característica de interesse.
Intensidade amostral
Ao retratar sobre intensidade amostral, o principal conceito é a determinação do número de unidades amostrais a serem lançadas em uma floresta. Destaca-se que, a intensidade amostral está atrelada ao levantamento dos dados de forma a representar com precisão a variabilidade existente na população para uma determinada característica, bem como ao erro máximo admissível para o inventário.
A intensidade amostral é dada em função das seguintes expressões:
Entende-se por população finita, aquela em que há informações quanto o tamanho da área e parcelas. Já para a população infinita, tais informações não estão disponíveis.
A aplicação dos procedimentos supracitados é de grande importância no setor florestal, pois possibilita aos gestores realizar e propor estratégias de uso sustentável, bem como determinar princípios conservacionistas e preservacionistas. Assim, a partir dos levantamentos florestais é possível inferir quanto aos recursos florestais presentes na área de interesse e destiná-los ao uso madeiro e não madeireiro, sendo assim empreendidos como subsídios para o crescimento do setor florestal.
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