O melhoramento genético florestal pode ser considerado como uma ciência relativamente nova, que teve seu maior desenvolvimento mundial a partir de 1950 e, no Brasil, a partir de 1967.
Naquela época, o setor florestal brasileiro vivia um período de intensa atividade de reflorestamento, alimentada pelos incentivos fiscais do governo, visando a produção de matéria-prima florestal, principalmente para o abastecimento de carvão vegetal para as indústrias siderúrgicas e de madeira para as indústrias de celulose e papel.
De maneira bem simples o melhoramento de plantas consiste em modificar seu patrimônio genético, com a finalidade de obter variedades, ou híbridos, que apresentam maior rendimento, com produtos de alta qualidade e capazes de se a adaptar às condições de um determinado ambiente, além de exibirem resistência às principais pragas e doenças.
Ele tem como base os conhecimentos da área de genética, tratando-se talvez do que poderíamos chamar de genética aplicada, que é uma área do conhecimento que exige a integralização e uso de várias outras disciplinas e campos do conhecimento, como a botânica, taxonomia, genética, citologia, fitopatologia, entomologia, biologia molecular, fisiologia, estatística, entre outras.
Esta ciência apresenta peculiaridades e aspectos próprios, já que as espécies arbóreas são perenes, de ciclo muito longo e com diversidade de sistemas reprodutivos.
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Características do Melhoramento Genético Florestal
Embora os objetivos do melhoramento genético de espécies florestais sejam específicos para cada finalidade industrial ou de uso direto da matéria-prima, existem alguns aspectos de interesse comum. Características como incremento volumétrico, forma de fuste, produção de sementes e tolerância às adversidades do meio são fundamentais para todos os setores como ponto de partida para seus objetivos específicos. A variabilidade existente nessas características básicas precisa ser explorada para tornar os empreendimentos florestais mais produtivos e abrangentes em todas as regiões.
O programa de Melhoramento Genético Florestal parte de uma população-base, a partir da qual a seleção será implantada em diferentes intensidades. Essa população selecionada servirá para a produção de sementes ou de mudas clonais, além de servir para a recombinação em novos cruzamentos.
Cruzamentos entre plantas perenes têm sido utilizados para a obtenção de características tecnológicas da madeira e da polpa, as quais apresentam herdabilidade de média a alta magnitude. No entanto, os limites de variabilidade verificados nas espécies tradicionalmente plantadas no Brasil, tornam-se um empecilho para a obtenção de indivíduos que possam dar saltos quantitativos e qualitativos no desempenho industrial.
Propagação vegetativa e cultura de tecidos vegetais
Dentre os métodos mais usados para o Melhoramento Florestal, está a seleção de árvores elites e a sua propagação por meio de clonagem. Plantios clonais oferecem vantagens para a produtividade devido aos seus ganhos genéticos que podem ser aditivos por meio de seleção massal e propagação de indivíduos-elite.
São construídos os jardins clonais, ou minijardins clonais, ou ainda, por micropropagação. Antes do plantio, os clones são submetidos a testes clonais, que consistem em plantá-los em diferentes condições no intuito de confirmar a superioridade existente no material genético.
Os minijardins clonais que utilizam a técnica de miniestaquia apresentam grande contribuição para a produção florestal e, nessa área, o Brasil apresenta-se como destaque mundial. Os minijardins estão cada vez mais evoluídos, permitindo a redução de área para produção inicial, a redução no tamanho das estacas e o incremento na produção.
Já as técnicas de Cultura de Tecidos vêm sendo utilizadas de diferentes formas para o desenvolvimento de cultivares superiores de plantas. De maneira geral, elas são requeridas em determinada etapa dos programas de melhoramento, oferecendo novas alternativas e, muitas vezes, soluções únicas.
A micropropagação é a técnica mais utilizada da Cultura de Tecidos e, talvez, a de maior impacto. Possui ampla aplicação na multiplicação de plantas lenhosas como árvores-elite, possibilitando a obtenção de clones mais produtivos.
A técnica de embriogênese somática também é amplamente empregada, especialmente para o desenvolvimento de propágulos de coníferas, possibilitando a propagação massal de famílias-elite de árvores. Ela oferece potencial para a produção e para o armazenamento de germoplasma de clones, além da propagação de um número ilimitado de plantas.
Banco de Germoplasma
O principal uso do banco de germoplasma é no melhoramento genético. Para tal objetivo, os bancos abrigam alta variabilidade genética da espécie, que é explorada, durante sua domesticação.
Os bancos de germoplasma também possibilitam restaurar a variabilidade genética perdida ao longos dos ciclos de melhoramento das espécies em domesticação. Além disso, esta variabilidade é essencial para obter indivíduos resistentes a novas pragas e doenças.
Espécies florestais como pinus e eucalipto estão amplamente sendo domesticadas. Entretanto, ainda faltam muitas outras como teca (Tectona grandis), macaúba (Acrocomia aculeata) e paricá (Schizolobium amazonicum). Para estas espécies, há extrema necessidade de criar bancos de germoplasma e avaliar a variabilidade genética existente. Leia mais clicando aqui no link Banco de germoplasma
Speed Breeding
O Speed Breeding consiste basicamente em utilizar de condições artificiais e controladas de luz e temperatura para aumentar o desenvolvimento das plantas. Com este controle, os ciclos são acelerados, tornando possível a redução dos intervalos entre as gerações. Além disso, reduz-se o caminho entre o cruzamento e a seleção de uma progênie a ser usada em um programa de melhoramento. Leia mais clicando no link acima.
E se você gosta muito de genética ou ficou interessado em entender mais sobre o assunto, você precisa acessar o blog da Laborgene. Lá eles explicam genética de forma fácil e interessante.
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