As mudanças climáticas e suas consequências são, sem dúvidas, um dos maiores desafios da sociedade atual. Apesar do urso-polar ser usualmente utilizado como símbolo das mudanças, temos que as alterações no clima estão longe de atingir apenas esses animais ou locais distantes, como os polos.
Portanto, as mudanças climáticas são extremamente significativas e afetam desde a nossa saúde até a produção de alimentos.
A seguir, você entenderá melhor o que são as mudanças climáticas e como elas afetam e poderão afetar a nossa vida e a dos outros seres vivos do planeta.
O que são as mudanças climáticas
Mudanças climáticas são alterações provocadas nos padrões climáticos a longo prazo, com base nas alternâncias meteorológicas observadas.
Tais mudanças podem ser causadas por processos naturais (atividades vulcânicas, EL Niño e La Niña, etc) e também pela ação humana (queima de combustíveis fósseis, desmatamento, poluição das águas e do solo, entre outros).
Devemos ter em mente que as mudanças climáticas não aconteceram agora de uma hora para outra.
Pelo contrário, estudos mostram que alterações de clima ocorrem desde a formação da Terra, visto que houve, nos últimos 400 mil anos, quatro ciclos diferentes de glaciação e interglaciação. Especialista afirmam que no momento atual vivemos em um período de interglaciação.
Porém, se estas alterações fazem parte da história de nosso planeta, por que as mudanças climáticas e suas consequências são um dos maiores desafios da sociedade atual? Veja alguns dos motivos para tamanha preocupação nos tópicos a seguir.
Elevação rápida na temperatura da Terra
Nos últimos 150 anos o planeta viu sua temperatura aumentar de maneira considerável. Estudos indicam que a Terra aqueceu cerca de 0,2°C por década. Registros mostram que a temperatura em 2018 foi a quarta mais alta nos últimos 140 anos.
Além disso, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão responsável por produzir informações científicas, afirma que o aumento de temperatura mundial é causada pela ação do homem.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o planeta está mais quente do que no período anterior ao processo de industrialização.
Ou seja, após a Revolução Industrial o cenário mundial mudou não só economicamente, como também no modo de produzir e de consumir, provocando mudanças ambientais.
Portanto, tais mudanças além de aumentar a exploração dos recursos naturais, provocam também o aumento da poluição atmosférica e do desmatamento, desencadeando alterações rápidas no clima.
Quando falamos em elevação da temperatura da Terra nos referimos ao efeito estufa. O efeito estufa é essencial à manutenção da vida.
O problema é que esse processo natural, que mantém a temperatura média do planeta, é agravado pela ação humana, principalmente pelas atividades industriais e pelo aumento de veículos que emitem à atmosfera gases poluentes.
Como os gases do efeito estufa (GEE) atuam na absorção de calor, o seu agravamento tem provocado o aumento considerável das temperaturas da Terra, que, associado ao aumento dos níveis de desmatamento e da poluição, provoca o que chamamos de aquecimento global.
No Brasil, as mudanças do uso do solo e o desmatamento são responsáveis pela maior parte das emissões, fazendo o país ser um dos líderes mundiais em emissões de GEE.
Porém, as emissões dos gases de efeito estufa por outras atividades, como agropecuária e geração de energia, vem aumentando consideravelmente ao longo dos anos.
A aceleração das mudanças climáticas
Já observou que notícias sobre grandes desastres naturais em todo o nosso planeta tem se tornado cada vez mais comuns?
Popularmente conhecido como “desastre natural”, um evento climático extremo resulta de uma séria interrupção do funcionamento normal de uma comunidade ou sociedade, afetando seu cotidiano.
Essa paralisação abrupta envolve perdas materiais e econômicas, assim como danos ao ambiente e à saúde das populações.
Exemplos são diversos, como as grandes enchentes na Alemanha e na China e o atual terremoto do Haiti que tiraram centenas de vidas.
Além disso, houve este ano temperatura máxima histórica de 49,6 °C no Canadá e neve em mais de 40 cidades brasileiras.
Também não podemos esquecer dos vulcões que têm entrado em atividade com maior frequência e em diferentes regiões do mundo.
O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) alertou que até 2050 eventos climáticos extremos serão corriqueiros. Segundo um dos seus pesquisadores, o que mais assusta é o aumento da frequência e intensidade dos eventos extremos.
Portanto, 2050 está logo ali e se os países não conseguirem mitigar as emissões, altas temperaturas, enchentes e secas vão acontecer com mais frequência.
Os eventos climáticos extremos, geralmente, são classificados como de origem:
- Geológicos ou geofísicos (processos erosivos, de movimentação de massa e deslizamentos);
- Hidrológica (inundações, alagamentos, enchentes, deslizamentos);
- Meteorológicos (raios, ciclones tropicais e extratropicais, tornados e vendavais); e
- Climatológicos (estiagem e seca, queimadas e incêndios florestais, chuvas de granizo, geadas e ondas de frio e de calor).
No Brasil, nossa fonte de dados sobre desastres são os decretos de situação de emergência ou de estado de calamidade pública reconhecidos pelo governo federal. A sistematização dessas informações permite, portanto, identificar a ocorrência desses eventos.
As mudanças climáticas e suas consequências
Apesar de não sabermos exatamente como cada um de nós será diretamente afetado, sabe-se que países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento são os mais afetados pelas mudanças climáticas e suas consequências.
Sabemos que as mudanças climáticas geram uma série de consequências ambientais graves e muitas já podem ser observadas atualmente em diferentes ambientes, tais quais:
Mar
Uma das consequências mais conhecidas é o aumento do nível do mar em virtude do degelo das geleiras, resultando em inundação de áreas costeiras.
Ainda existe o caso dos corais que vem desaparecendo em todo mundo devido a sua elevada sensibilidade à alteração de temperatura das águas do mar.
Terra
Já um dos efeitos mais extremos das mudanças climáticas é o aumento de incêndios florestais. O ar cada vez mais quente e seco facilita os incêndios, que liberam grandes quantidades de GEE na atmosfera, contribuindo ainda mais para o aquecimento.
Por outro lado, as altas temperaturas também causam grandes secas que afetam a agricultura, ocasionando diversos problemas em relação à produção de alimentos. Com a diminuição da produção de alimentos e aumento dos preços, muitas pessoas sofrem com a questão da segurança alimentar.
Além disso, a seca está relacionada com a escassez de água, desencadeando sofrimento para a população com baixa disponibilidade de água potável.
Ao mesmo tempo que algumas áreas enfrentam seca extrema, outras sofrem com um aumento exagerado das chuvas, o que pode causar problemas como inundações e deslizamentos de terras.
Ecossistemas diversos
A flora e a fauna também são diretamente afetados pelas mudanças climáticas, já que ocorrem mudanças em seu habitat.
Isso pode acarretar na extinção de uma grande quantidade de espécies, diminuindo assim a biodiversidade. A exemplo disso, temos diversos animais e plantas já em extinção. Porém, também existe uma grande lista daqueles ameaçados de extinção.
Cidades ou comunidades
Outro ponto importante a se destacar diz respeito à saúde da população, que pode se agravar devido à poluição atmosférica.
Assim, será cada vez mais comum a ocorrência de doenças cardiovasculares e respiratórias, além de outras doenças, como dengue e malária, transmitidas por mosquitos.
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