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O Controle da Formiga Cortadeira no Brasil

Por Marina Stygar Lopes

Em 19 de dezembro de 2019
formiga cortadeira

As formigas cortadeiras são consideradas pragas por atacarem plantas em áreas de reflorestamento, pastagens e cultivos agrícolas. As formigas cortadeiras (Atta sexdens, Atta laevigata e Acromyrmex spp.) podem causar severas desfolhas em mudas ainda mesmo nos viveiros. Quando não controladas, após a transferência das mudas para o campo, retardam o desenvolvimento e podem causar até morte de plantas.

Neste texto serão abordados os principais aspectos do controle desta importante praga florestal além da polêmica sobre o uso da Sulfluramida, principal componente químico utilizado nos formicidas.

Tipos de controle

Na literatura são descritos três tipos de controle, são eles:

  • Controle Cultural: trata-se de quatro diferentes práticas.
  • Movimentação do solo nos locais dos formigueiros, principalmente no caso das quenquéns, pois seus formigueiros são bastante superficiais;
  • Revestimento do caule com um cone de proteção (confeccionado com plástico ou câmara de ar), a 30 cm do solo, com a parte mais larga voltada para baixo, tem dado resultados por impedir a subida das formigas;
  • Uso de garrafas de plástico (refrigerantes) para proteger plantas jovens e mudas recém-plantadas; e
  • Cultivo próximo ao pomar de plantas repelentes como: batata-doce, gergelim, rim de boi e algumas euforbiáceas.
  • Controle Biológico

Os predadores naturais das saúvas são: aves, sapos, rãs, tatus, tamanduás, lagartos, lagartixas, besouros dos gêneros Canthon e Taeniolobus, formigas dos gêneros Solenopsis, Paratrechina e Nomamyrmex, além de mosca da família Phoridae.

  • Controle Químico

O controle químico é instrumento importante e, muitas vezes, imprescindível no controle das formigas cortadeiras. As técnicas mais comuns de controle empregadas são as iscas tóxicas e a termonebulização, por apresentarem boa eficiência de controle. Contudo, existem vários produtos disponíveis no mercado, como: pós-secos, líquidos, gases.

As iscas à base de bagaço de laranjas, óleos essenciais e cobre atuam por ingestão e são de ação retardada, características essenciais para garantir a dinâmica de contaminação da colônia. Devem ser colocadas próximos às bocas dos formigueiros e junto dos carreiros. É o método de controle mais comum e eficiente.

https://info.matanativa.com.br/faixa-blog-guia-para-tornar-um-expert-em-inventario-florestal

Isca formicida

O controle químico por meio do uso de iscas é o mais utilizado no Brasil e o principal produto utilizado é a isca formicida granulada. Este produto apresenta como principais vantagens a facilidade de aplicação, o alto rendimento operacional, alta eficiência e condições econômicas favoráveis.

O formicida é uma mistura de produtos químicos que pode ser apresentar na forma de isca, que é um produto granulado que a formiga leva para o interior do formigueiro como se fosse mais um alimento. O efeito lento das iscas faz com que as formigas sejam envenenadas em doses baixas ou mínimas, sem perceberem. Caso contrário, elas parariam de levar o alimento para dentro da colônia e a eficiência do produto seria mínima.

Um dos desafios da efetividade da isca tóxica é simular o alimento das formigas. Elas são sensíveis e muito especializadas na sua alimentação e sabem evitar aquilo que não faz bem para elas e sua colônia. Por isso, o elemento atrativo da isca, um de seus principais constituintes, tem que ser os próprios componentes da sua alimentação.

As Iscas a base de Sulfluramida

A sulfluramida é um princípio ativo que forma parte de diversos inseticidas de ação lenta sob a forma de iscas com componentes atrativos para as formigas principalmente.

Por questões de segurança e estratégia biológica ela é utilizada em pequenas doses. A quantidade dela presente em qualquer inseticida é regulamentada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) através de monografias disponíveis na internet. O número de CAS é 4151-50-2, cuja sigla em inglês é PFOSA.

Nas iscas, a sulfluramida é absorvida junto com o óleo usado na sua composição por uma glândula localizada na cabeça do inseto. Isso provoca a morte, ao inibir a produção de energia nas mitocôndrias, estruturas celulares responsáveis por essa função no organismo da formiga.

No mercado existe por exemplo a isca formicida ATTA MEX-S, que possui como ingrediente ativo a SULFLURAMIDA (N-ethylperfluorooctane – 1- sulfonamide), apresentando características como: ausência de odor, ação de forma lenta, atuando diretamente na mitocôndria das formigas, rompendo o fluxo de prótons, evitando assim, a formação de ATP, onde a formiga fica sem energia e morre.

A polêmica em torno da Sulfluramida

Apesar do produto ser regulamentado deve-se sempre ter em mente que sempre há possibilidade de efeitos residuais no ambiente em concentrações ainda nocivas para o meio ambiente e isto tem gerado diversos debates sobre o uso deste componente químico aqui no Brasil.

Em maio deste ano os representantes dos governos presentes na 9ª Conferência das Partes da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes aprovaram a continuidade da utilização da sulfluramida e não estabeleceram prazos limites para seu uso.

Ambientalistas afirmam que quando a sulfluramida se degrada no solo transforma-se em PFOS (sulfato de perfluorooctano), uma substância tóxica bioacumulativa, que pode persistir no meio ambiente por centenas de anos. Assim, o seu uso contribui para contaminação da água e do solo, acumulando-se nos alimentos.

O Brasil é o principal produtor mundial de sulfluramida, substância que já não é mais fabricada nos Estados Unidos, na Europa e que, ainda este ano, teve produção interrompida também na China.

Nos últimos anos, como o uso de PFOS foi eliminado na maior parte do mundo, a indústria brasileira de sulfluramida cresceu. Em 2008, o país produziu cerca de 30 toneladas do pesticida. Em 2015, ano das estimativas mais recentes, a produção havia crescido para 40 a 60 toneladas.

Um mal “necessário”?

Os inseticidas são substâncias utilizadas para o controle dos insetos considerados pragas, obtendo como benefício direto o aumento da produtividade agrícola e bem estar humano.

A necessidade no aumento da produtividade torna praticamente imprescindível o uso de inseticidas como forma de proteger as plantações das mais diferentes culturas desde o cultivo, crescimento, armazenagem até o transporte.

A Abraisca (Associação Brasileira das Empresas Fabricantes de Iscas Inseticidas), associação comercial que representa os principais fabricantes do agrotóxico no Brasil, insiste que a sulfluramida é necessária “para garantir a segurança das pessoas e do meio ambiente”.

Enquanto grupos ambientalistas apontam que há maneiras de matar formigas cortadeiras que não envolvem a criação de resíduos tóxicos persistentes, o grupo industrial insiste que não existem alternativas eficazes para a sulfluramida.

Vemos que ainda há, contudo, pouca conscientização sobre os benefícios e malefícios deste composto. Como o uso da sulfluramida cresceu, estudos apontam um aumento expressivo de contaminação por PFOS no país.

Entre 2004 e 2015, a produção de sulfluramida resultou em até 487 toneladas de PFOS sendo liberadas no meio ambiente – uma porção considerável. Enquanto isso, o PFOS, que permanece indefinidamente no meio ambiente, tem aparecido cada vez mais no solo, plantas, águas costeiras e rios no Brasil.

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Autor(a)

Marina Stygar Lopes

Engenheira Florestal pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Gestão Florestal, Mestra e Doutoranda em Engenharia Florestal também pela Universidade Federal do Paraná. Dedica sua pesquisa ao estudo da nanotecnologia aplicada aos recursos florestais. Anteriormente a carreira acadêmica trabalhou com inventários florestais em diversas regiões do Brasil. Atualmente, também atua como redatora do blog Mata Nativa.

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