Os bioprodutos, de acordo com o conceito clássico, são produtos derivados da conversão de biomassa por meio de bioprocessos. Neste texto entenderemos um pouco melhor sobre os bioprodutos, abordando sua definição, alguns exemplos e a importância da sua fabricação.
Definição
Os bioprodutos caracterizam-se como produtos de origem biológica derivados de 3 fontes:
- Vegetais: plantas inteiras, células e tecidos, resíduos agroindustriais e florestais;
- Microbianas: processos fermentativos, biotransformação, biomassa celular;
- e animais: células e tecidos.
A matéria-prima utilizada na fabricação dos bioprodutos é a biomassa, que por definição é um material orgânico de origem biológica.
A conversão da biomassa em bioprodutos, que serão comercializados, é feita por meio de biotecnologias capazes de controlar os processos biológicos necessários para a produção do produto final.
Em suma, as tecnologias aplicadas na fabricação dos bioprodutos utilizam processos químicos, fermentativos, enzimáticos e processos verdes.
Quem são os Bioprodutos?
Os bioprodutos estão presentes em diversas áreas no nosso dia a dia. A exemplo, tem-se: biocombustíveis, materiais avançados, alimentos, bebidas, eletrônicos, produtos farmacêuticos, produtos médicos e de higiene, embalagens avançadas e químicos sustentáveis.
As aplicações dos bioprodutos se dividem em 3 classes:
- biomateriais;
- biocombustíveis;
- compostos químicos e/ou biológicos de interesse comercial.
Bioplásticos
Os bioplásticos fazem parte da classe dos biomateriais. A Associação Europeia de Bioplásticos os definiu e separou em três tipos:
- Os bioplásticos derivados de recursos renováveis e não biodegradáveis;
- Aqueles que são derivados de recursos fósseis e são biodegradáveis;
- E os derivados de fontes renováveis e biodegradáveis ou compostáveis.
Mediante esta diferenciação entre os tipos de bioplásticos é possível perceber que esses materiais podem ser biodegradáveis ou não, e possuírem ou não origem renovável. Dessa forma, para que um material possa ser chamado de bioplástico, ele deve possuir pelo menos uma das seguintes características: origem renovável e ser biodegradável.
Como um exemplo temos os plásticos verdes, que podem ser vistos em alguns supermercados. Esses bioplásticos têm origem renovável, mas não são biodegradáveis, devido à estrutura química que é idêntica à dos produtos de origem petroquímica.
Biocombustíveis
Os biocombustíveis são derivados de biomassa e são capazes de substituir os combustíveis derivados de petróleo e gás natural. Apresentam-se como fontes de energia alternativa e possuem baixo índice de emissão de poluentes.
No Brasil, atualmente, utiliza-se como biocombustíveis: o etanol, obtido a partir do bagaço da cana-de-açúcar; e o biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais ou de gorduras animais com adição do diesel de petróleo em proporções variáveis.
Cabe ressaltar que há um grande potencial de crescimento deste setor, visto que as pesquisas nesta área estão avançando cada vez mais.
Biofármacos
Os biofármacos são medicamentos produzidos por meio da biossíntese em células vivas, ou seja, são feitos a partir da produção de compostos químicos por seres vivos. Por isso, também são denominados de medicamentos biológicos.
No Brasil, há pouco investimento em tecnologia para avançar na inovação e pesquisa farmacêutica relacionada a essa área. No entanto, em outros países, os biofármacos representam uma revolução no tratamento e na prevenção de várias doenças, como exemplo: câncer, Alzheimer, diabete e hepatite.
Biocompatibilidade
A biocompatibilidade é uma característica que diz respeito à compatibilidade de um material com os tecidos animais e/ou humanos. Em outras palavras, é divergente de toxicidade, uma das múltiplas características negativas presentes em muitos plásticos petroquímicos.
Sendo assim, pode-se afirmar que os biomateriais possuem maiores chances de biocompatibilidade do que aqueles materiais de origem não-renovável.
Ainda assim, a realização de testes de biocompatibilidade para todos os materiais se faz necessária. Esses testes são padronizados e obrigatórios para obter a autorização dos órgãos competentes e comercializar os produtos.
Geração de Resíduos
Todos os tipos de resíduos gerados pelas atividades produtivas em zonas rurais são denominados resíduos rurais. Ou seja, são os resíduos das atividades agrícolas, pecuárias ou florestais. Já os resíduos agrícolas se definem como aqueles gerados no campo, resultado das atividades de colheita dos produtos agrícolas, por exemplo: as cascas, palhas, e raízes.
Os resíduos agrícolas geralmente são deixados na área de cultivo para proteger o solo contra processos erosivos, e também para garantir a ciclagem de nutrientes, restabelecendo parte da adubação do solo. Contudo, nem sempre essa “solução” é eficiente.
Utilizando como exemplo a palhada, quando deixada no solo após a colheita, esta pode causar incêndio na área dependendo das condições do clima. Com isso, o que era para ser uma solução acaba causando mais problemas.
Importância dos Bioprodutos
Devido à intensificação na geração de resíduos e o descarte incorreto dos mesmos, há uma ocorrência de impactos ambientais desnecessários. Por isso, os bioprodutos são tão importantes, já que se apresentam como uma alternativa para a destinação desses resíduos, além de agregar valor a um produto que seria descartado.
Além disso, a fabricação de bioprodutos traz alternativas de materiais biodegradáveis ou pelo menos com origem renovável. Assim, alguns dos produtos utilizados no nosso dia a dia, que são totalmente poluentes, podem ser substituídos pelos bioprodutos.
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