A restauração florestal é o processo de auxílio ao restabelecimento de uma vegetação, que foi degradada ou completamente destruída, em direção à saúde e integridade do sistema.
O grande desafio é aplicar técnicas eficientes de restauração que auxiliem a recuperação da vegetação em grandes escalas e com qualidade.
São muitos os benefícios gerados pela restauração da vegetação nativa: a reconexão de fragmentos florestais, conservando a biodiversidade e recursos genéticos; o aumento da cobertura florestal; a manutenção dos serviços ambientais, além de benefícios socioeconômicos, como geração de emprego e renda.
A restauração torna-se necessária quando a floresta perde a capacidade de se recuperar sozinha, ou seja, quando o ambiente sofre distúrbios que, pela amplitude, não consegue se recuperar até voltar ao seu estado de equilíbrio, ou quando os processos do ecossistema estão vagarosos e se deseja apenas acelerar o processo de regeneração.
Saiba também: Custos e orçamento do inventário florestal
Para alguns casos, o direcionamento da área a ser restaurada já é suficiente, ou seja, quebrar algumas barreiras que impedem a regeneração espontânea da área. Dentre estas barreiras, podemos citar: a baixa disponibilidade de sementes ou raízes para a colonização do local, falhas na germinação das sementes e no crescimento das mudas, aumento da predação de sementes e mudas, ausência de um clima favorável, solos pobres e compactados, poucos animais polinizadores e dispersores de sementes e a competição com espécies invasoras.
O planejamento da restauração florestal é iniciado com a avaliação da situação da área. Para isso, é realizado um diagnóstico ambiental para constatar o estado de degradação ambiental. Esse diagnóstico auxiliará na definição da técnica de restauração mais adequada.
Independente da técnica escolhida, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução n.º 429, estabelece que as medidas de recuperação devem observar seis requisitos necessários:
- A proteção das espécies nativas mediante isolamento ou cercamento da área a ser recuperada;
- Adoção de medidas de controle e erradicação de espécies vegetais exóticas invasoras;
- Adoção de medidas de prevenção, combate e controle do fogo;
- Adoção de medidas de controle da erosão, se necessário;
- Prevenção e controle do acesso de animais domésticos ou exóticos;
- Adoção de medidas para conservação e atração de animais nativos dispersores de sementes.
Regeneração Natural
A regeneração natural é indicada para áreas que apresentam pequeno grau de perturbação. Em alguns casos a recuperação ocorrerá mais rapidamente se já estiverem disponíveis indivíduos jovens remanescentes, banco de sementes ou rebrota de plantas por raízes. Assim, esse método é barato e de fácil execução, porém, em alguns casos, é necessário a construção de cercas para o isolamento da área.
Plantio de mudas
As atividades de plantio de mudas envolvem diferentes etapas, como a produção e transporte de mudas, formação de uma equipe de plantio, preparo do solo, distribuição das mudas na área e o plantio nas covas.
Para se conseguir a quantidade de mudas com as espécies desejadas, é ideal que se encomende ou produza as mudas com antecedência. Se for possível, é interessante que se produza as mudas em áreas próximas, para economizar nos custos de transporte, mas como nem sempre tem-se mão-de-obra disponível, na maioria das vezes, opta-se pela aquisição das mudas prontas.
A escolha das espécies é fundamental para o sucesso do plantio, por isso deve-se observar quais são as espécies frequentes na região e levar em consideração os diferentes tipos de vegetação.
A disposição aleatória das mudas e a escolha por espécies locais diminuem as chances de propagação de pragas e a competição por recursos, pois cada espécie tem necessidades diferentes de luz, água e nutrientes. Além disso, quando colocadas aleatoriamente, uma espécie cria condições para a outra se desenvolver.
Entenda também: Biomas do Brasil
Os plantios com mudas podem ser planejados de diferentes formas, ou seja, em linhas com diferentes espaçamentos ou em ilhas. De modo geral, esses plantios demandam alto custo inicial, mas são utilizados em larga escala devido ao seu alto índice de sucesso.
Plantio com sementes ou semeadura direta
O plantio por sementes ou semeadura direta é uma técnica que supera uma das primeiras barreiras à regeneração natural, isto é, a ausência de sementes. Nesta técnica as sementes são lançadas diretamente no solo. Para que esta técnica funcione, a semeadura depende de condições mínimas para que ocorra a germinação das sementes e, posteriormente, possibilitem que as mudas cresçam e se estabeleçam. A semeadura pode ser utilizada para o adensamento e o enriquecimento de áreas degradadas, assim como para o plantio na área toda.
Enriquecimento
O enriquecimento é recomendado para áreas que possuem poucas espécies e consiste em reintroduzir sob a copa das árvores de floresta degradada ou em recuperação algumas espécies de plantas que existiam originalmente. Com esta técnica, nem espaçamentos, nem alinhamentos são definidos e podem ser utilizados mudas ou sementes. As mudas podem ser distribuídas isoladamente ou agregadas e pode-se optar por uma ampla diversidade de espécies e diferentes formas de vida, como: ervas trepadeiras, arbustos e árvores.
O enriquecimento pode ser feito com espécies frutíferas, madeireiras, medicinais e melíferas, cujo aproveitamento pode servir de fonte de renda alternativa e até mesmo fonte de alimentação para pequenos produtores rurais.
Veja também:
- O que esperar do setor florestal em 2018?
- O que é certificação florestal?
- Como elaborar a proposta e o contrato de inventário florestal
__________ xxx __________