O Setor Florestal é considerado destaque na cadeia produtiva da economia brasileira. Em 2020, o valor da produção estimada do setor foi de R$ 116,6 bilhões de reais, um crescimento de 17,6% em relação a 2019.
Em suma, de um total de 50 atividades representativas de toda a economia brasileira; a cadeia produtiva de árvores plantadas apareceu na 22ª posição como a atividade de maior contribuição para o produto interno bruto (PIB) brasileiro (IBÁ, 2021).
A Economia Brasileira e o PIB
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 4,6% em 2021, saltando de R$ 7,45 trilhões de reais para R$ 8,7 trilhões. Ainda, no quarto trimestre, foi registrado um crescimento de 0,5% em relação ao terceiro. Em suma, ambos os resultados representaram uma recuperação após a queda de 3,9% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020, além da recuperação de -0,3% e -0,1%, respectivamente, no segundo e terceiro trimestres de 2021.
O PIB em si, representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. A saber, todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.
No ano de 2021, os principais destaques positivos foram o setor de serviços (em alta de 4,7%), impulsionado pelo avanço da vacinação, e a indústria, que cresceu 4,5%, após tombo de 3,4% no primeiro ano da pandemia.
O setor agropecuário, no entanto, registrou queda de 0,2% em 2021. Este resultado está atrelado às quebras de safras devido aos eventos climáticos e problemas na cadeia de produção pecuária.
Participação do Setor Agropecuário na Economia
Apesar da queda, em 2021, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), a participação do setor agropecuário na economia brasileira representou 27,4% no PIB geral do país. Este achado é devido ao destaque do Brasil na produção de diversas commodities, principalmente soja, milho, açúcar, carnes, produtos florestais, laranja, fumo e café.
O Setor Florestal
Dentre os produtos florestais, nos últimos anos, a produção de eucalipto para fabricação de celulose tem ganhado novo impulso. Como resultado, o setor oferece mais de 5.000 produtos diferentes e tem entrado até no setor têxtil, com a viscose, produzida a partir da celulose solúvel.
A celulose, em síntese, é o principal componente da parede celular nas células vegetais, fornecendo assim rigidez e firmeza às plantas. Portanto, o entrelaçamento das fibras deste elemento origina os diversos produtos.
Dos 5.000 produtos diferentes originados da celulose, podemos citar: o papel higiênico, o papel para imprimir e escrever, embalagens, livros, revistas e até papéis especiais, como bonina de máquinas de cartão de crédito e papéis decorativos.
Já a celulose solúvel, além da viscose utilizada no setor têxtil, podemos encontrá-la em diversos produtos. Por exemplo, em vernizes, esmaltes, pneus, cápsulas de remédios, telas de LCD e alimentos como iogurtes e sorvetes.
Outro produto que merece destaque é a produção florestal de madeira sustentável, por meio da fabricação de móveis diversos para ambientes residenciais e de trabalho, e ainda de pequenos objetos, como a fabricação de óculos estilizados. Sem esquecer, da utilização do eucalipto na cadeia de biocombustíveis, como fonte de energia de uso renovável.
Exportações e Importações
Dados do Relatório Anual mais atual (2021) da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), demonstram que a participação nas exportações dos produtos da cadeia produtiva de árvores plantadas representou 4,8% das exportações brasileiras no ano de 2020. Do mesmo modo, para o setor agropecuário, a representatividade da cadeia produtiva foi de 4,4%. Enquanto isso, no segmento da indústria de transformação, a representatividade da cadeia produtiva de árvores no valor adicionado da atividade foi de 6,0%.
Quanto a contribuição para a balança comercial, as exportações registraram um recuo de 14% para US$ 9,8 bilhões de dólares. Tal fato se deu em função da eclosão da pandemia do COVID 19, em que o fluxo do comércio internacional foi fortemente afetado. Todavia, o saldo da balança comercial dos produtos que compõem a cadeia produtiva, continuou superavitário em 2020, em US$ 8,9 bilhões de dólares.
Dos produtos florestais destaques derivados do setor, US$ 6,0 bilhões de dólares foram referentes a exportação de celulose; US$ 1,7 bilhão em papel; US$ 1,2 bilhão em serrados e compensados e US$ 300 milhões de dólares em painéis e pisos laminados.
Em contrapartida, em relação à importação, apenas US$ 162 milhões de dólares foram importados de celulose; US$ 689 milhões de papel; e US$ 70 mil dólares em painéis, pisos e laminados.
Dessa forma, o Brasil se manteve como o maior exportador de celulose do mercado mundial em 2020, tendo exportado um valor de US$ 1,2 bilhão de dólares a mais que o segundo colocado.
Destinos
Em primeiro lugar, a China foi o principal destino das exportações de celulose, representando 48% das exportações; seguido da Europa com 23%; América do Norte com 16%; Ásia com 7%; e Oriente Médio com 3%.
Quanto as exportações de papel, o principal destino foi a América do Sul (47%); seguido da Europa (13%); América do Norte (11%); África (9%); e América Central (6%).
Em relação aos painéis de madeira, os destinos destaques foram América do Norte (43%) e América do Sul (32%); seguido da América Central (9%); China (7%); e África (4%).
E por fim, para a madeira serrada e compensada, as exportações foram destinadas à América do Norte (55%), Europa (18%), Ásia (7%), América Central (6%) e Oriente Médio (5%).
Geração de Emprego, Renda e Perspectivas Futuras
Em síntese, toda essa cadeia produtiva do setor florestal, desde a exploração no terreno ao comércio de produtos florestais, passando pelas indústrias que transformam a matéria-prima em produtos indispensáveis ao dia a dia, torna o setor potencial gerador de empregos e renda.
Segundo a IBÁ (2021), as atividades florestais contribuíram para a geração de mais de 536 mil empregos diretos e 1,5 milhão de postos de trabalho indiretos. Ainda mais, considerando os efeitos induzidos, chega-se a quase 2,91 milhões de postos de trabalho.
De acordo com as projeções futuras, o setor prevê investimentos em expansão de R$ 35,5 bilhões de reais até 2023, destinado para florestas, novas fábricas, expansões, tecnologia e ciência.
Esse investimento é praticamente o dobro do registrado nos anos de 2016, 2017, 2018 e 2019, quando foram realizados investimentos de R$ 18,0 bilhões de reais para a construção de diversas novas unidades.
Dessa forma, o setor florestal possui grande importância, não só para a economia brasileira com a expressiva participação no produto interno bruto do país, mas também para o fornecimento de inúmeros produtos essenciais ao dia a dia da população, tanto à nível local como à nível global.
Link’s relacionados:
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
- Eventos Climáticos Extremos
- PIB do Agronegócio Brasileiro
- Impactos Causados Pelos Resíduos na Pandemia
- Relatório Anual IBÁ 2021
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