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Sistemas Silviculturais Aplicados às Florestas Nativas

Por Fernanda Carvalho

Em 31 de agosto de 2017
Sistemas silviculturais aplicados às florestas nativas

O Manejo Florestal é um conjunto de técnicas e práticas de gestão empregadas para administrar a floresta cuidadosamente considerando-se suas características e condicionantes ambientais e econômicas e o conhecimento técnico e científico existente, visando com que a produção da floresta seja contínua ao longo dos anos. O manejo engloba atividades relacionadas aos processos de colheita de madeira e com os tratamentos silviculturais aplicados ao estoque de árvores remanescentes e à regeneração natural para garantir as produções sustentadas dos referidos bens e serviços.

O conjunto de regras e ações necessárias para conduzir uma floresta a uma nova colheita, incluindo, principalmente os tratamentos silviculturais, é chamado de sistema silvicultural, que também pode ser entendido como o processo pelo qual os constituintes da colheita de uma floresta são assistidos, removidos e substituídos por uma nova colheita, resultando na produção de madeira de uma forma distinta.

Tratamentos silviculturais

Tratamentos silviculturais são intervenções realizadas na floresta que visam aumentar a sua qualidade e produtividade. A produção das florestas pode ser significativamente aumentada pela aplicação de tratamentos silviculturais. Uma floresta só é considerada manejada se houver prescrição e aplicação de tratamentos silviculturais, mesmo que sejam os mais elementares possíveis.

Os tratamentos silviculturais são indicados para estimular a dinâmica de sucessão, o crescimento e melhorar a qualidade da floresta manejada. A abertura do dosel da floresta pela exploração florestal ou por tratamentos silviculturais pode estimular a regeneração, produção, crescimento e, além disso, árvores de espécies desejáveis, também podem ser beneficiadas.

Saiba também sobre:  Regeneração florestal

Os primeiros passos a serem executados na prescrição e aplicação de tratamentos silviculturais, são a elaboração da listagem das espécies a serem favorecidos e a fixação de critérios para os indivíduos vegetais a serem removidos. Dentre os tratamentos podemos destacar o corte de cipós, exploração florestal, refinamento, liberação e plantio de enriquecimento.

Corte de cipós

A infestação por cipós, lenhosos ou não-lenhosos, representa forte competição e condições inadequadas à sucessão natural e ao crescimento e produção das espécies arbóreas. Assim sendo, sua população deverá ser controlada para reduzir a competição por luz, umidade e nutrientes.

O controle da população de cipós não é efetuado somente para minimizar a competição, mas também para facilitar o acesso às áreas de colheita, reduzir os danos de exploração, evitar acidentes durante a execução das operações de exploração, refinamento e liberação e melhorar a qualidade dos fustes.

O tratamento pode constituir-se numa limpeza, representar uma liberação de copas e de fustes e promover maior luminosidade, posto que também implica abertura do povoamento. O corte de cipós pode ser feito com facão ou com foice, e estes devem ser cortados em dois lugares, rente ao chão e o mais alto possível.

Veja também: Sistemas de colheita para o manejo florestal

Por desempenhar importantes funções no ecossistema de florestas naturais, recomenda-se que o corte de cipós seja precedido de levantamento da composição florística e da estrutura fitossociológica, para minimizar o seu impacto negativo na biodiversidade. Recomenda-se limitar o corte de cipós ao mínimo possível.

Plantio de enriquecimento

O plantio de enriquecimento visa melhorar a composição florística de um povoamento florestal por meio da introdução de espécies de interesse ecológico ou comercial. O plantio de enriquecimento é empregado em florestas onde a regeneração natural de determinadas espécies arbóreas é inexistente ou deficiente, em florestas pobres em espécies comerciais, em florestas ricas em espécies comerciais, mas que não se regeneram adequadamente, em florestas onde se pretende introduzir novas espécies de valor ecológico e, ou, econômico, ou em áreas onde se deseja elevar a diversidade de espécies e regular a composição florística, principalmente quando se trata de espécies com má distribuição diamétrica, regeneração deficitária, raras (com baixa densidade), ameaçadas de extinção.

O plantio pode ser feito em linha ou grupos, preferencialmente, após o refinamento. As linhas deverão ser abertas na orientação leste-oeste ou em curva de nível. Dentro das linhas, as mudas deverão ser plantadas nos locais mais apropriados, de acordo com as exigências ecológicas das espécies plantadas, mesmo que isso resulte em espaçamento irregular. Sempre que necessário, a floresta enriquecida deve receber tratamentos silviculturais adequados.

 Abate de árvores

O corte de árvores é a atividade fundamental da colheita de impacto reduzido. Deve ser planejado e executado com rigoroso critério técnico, já que influencia no planejamento e operação de arraste. Por ser uma atividade de alto risco, necessita de equipamentos adequados e de pessoal capacitado.

O corte direcional deve ser feito com motosserras e com cunhas. Só as árvores marcadas devem ser derrubadas e a equipe deverá determinar a melhor direção de queda, para garantir a segurança da equipe, colocar a árvore na melhor posição de arraste e evitar danos às árvores remanescentes.

Refinamento e liberação

O refinamento é a eliminação de indivíduos arbóreos com características indesejáveis, ao passo que a liberação consiste no favorecimento de indivíduos desejáveis. O refinamento é aplicado uniformemente na floresta, ao passo que a liberação é aplicada somente em torno da árvore desejável. Entre os indivíduos indesejáveis incluem-se os indivíduos da lista de espécies sem valor comercial e as árvores tortuosas, as senescentes, as ocas e podres, as mortas e as severamente danificadas, mesmo que pertençam a espécies desejáveis. No entanto, quando determinadas árvores apresentam outros valores, como valor cênico, abrigo, proteção e habitat de fauna, suporte para outras espécies vegetais, e quando pertencerem a espécies raras e, ou, ameaçadas de extinção, elas podem ser retidas para cumprirem suas funções ecológicas.

Se houver mercado para os produtos obtidos dos refinamentos, as receitas auferidas podem compensar os custos dos tratamentos silviculturais e, dessa forma, aumentar a viabilidade econômica do manejo. Porém, a adoção desse tipo de tratamento com propósitos econômicos deve ser criteriosamente regulamentada, para precaver o seu uso indiscriminado.

Veja também:

  • Manejo florestal de precisão
  • Roteiro básico para elaboração de um plano de manejo florestal
  • Crescimento das florestas nativas

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Autor(a)

Fernanda Carvalho

Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa. Continuou seus estudos na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo da Vida Selvagem. Dedicou grande parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental no Meio Ambiente Florestal da Fibria Celulose S/A e como consultora em projetos de Inventário Florestal, Averbação de Reserva Legal e Mapeamento de Áreas, na Florestal Jr. Atualmente é mestranda em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela UFRJ, Consultora de Comunicação da Ocyan e Gestora de Conteúdo do blog Mata Nativa.

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