A Fitossociologia é a forma de classificar, reconhecer e observar qualitativa e quantitativamente, as relações, distribuição e dinâmica de comunidades vegetais, sejam florestais ou não.
Entre os problemas atuais, a conservação da biodiversidade representa um dos maiores desafios, em função do elevado nível de perturbações antrópicas dos ecossistemas naturais, existentes no Brasil. Assim, os estudos sobre a composição florística e a estrutura fitossociológica de formações florestais são de fundamental importância, pois oferecem subsídios para a compreensão da estrutura e da dinâmica destas comunidades, parâmetros imprescindíveis para o manejo e regeneração das diferentes comunidades vegetais.
A Fitossociologia é o ramo da Ecologia Vegetal mais amplamente utilizado para diagnóstico quali-quantitativo das formações vegetacionais. Vários pesquisadores da Ciência Florestal defendem a aplicação de seus resultados no planejamento das ações de gestão ambiental como no manejo de florestas nativas e na recuperação de áreas degradadas.
Ela envolve o estudo de todos os fenômenos que se relacionam com a vida das plantas dentro das unidades de análise. Ela retrata o complexo vegetação, solo e clima. Ademais, os conhecimentos florísticos e fitossociológico das florestas são condições essenciais para sua conservação e que a obtenção e padronização dos atributos de diferentes ambientes florísticos e fisionômicos, são atividades básicas para a conservação e preservação.
Martins (1989) descreve que “a Fitossociologia envolve o estudo das inter-relações de espécies vegetais dentro da comunidade vegetal no espaço e no tempo, referindo-se ao estudo quantitativo da composição, estrutura, funcionamento, dinâmica, história, distribuição e relações ambientais da comunidade vegetal, sendo justamente esta ideia de quantificação que a distingue de um estudo florístico”.
Desta forma, a Fitossociologia fundamenta-se nos princípios da Taxonomia Vegetal e tem estreitas relações com a Fitogeografia, e diretamente associada às Ciências Florestais. E para fazê-la o profissional precisa ter conhecimento nos aspectos botânicos e identificação de plantas e espécies florestais, de modo a otimizar a dinâmica do levamentamento, e favorecer o processamento e interpretação de dados.
Um fator importante é a inserção da tecnologia em favor do aumento de produção por ganho de produtividade na elaboração de projetos de fitossociologia, com destaque ao software Mata Nativa, que flexibiliza a coleta de dados do inventário florestal, que possibilita uma melhor gestão de dados coletados em campo, e gerando resultados e informações estatísticas de forma mais rápida, ágil e confiável.
Parâmetros fitossociológicos
A caracterização fitossociológica de uma floresta é auxiliada pela avaliação de diversos parâmetros numéricos que expressam a estrutura da mesma. Além de informações qualitativas, como a composição florística da comunidade, os parâmetros quantitativos assumem uma posição importante no estudo de um ecossistema florestal.
Estrutura horizontal
Uma das análises mais importantes são os cálculos dos parâmetros da estrutura horizontal. A estrutura horizontal é a organização e distribuição espacial dos indivíduos na superfície do terreno. As estimativas dos parâmetros da estrutura horizontal incluem a frequência, a densidade, a dominância, e os índices do valor de importância e do valor de cobertura de cada espécie amostrada.
Estrutura vertical
A análise da estrutura vertical nos dá uma ideia da importância da espécie considerando a sua participação nos estratos verticais que o povoamento apresenta. Os estratos verticais encontrados na floresta podem ser divididos em: espécies dominantes, intermediárias e dominadas. Aquelas espécies que possuírem um maior número de indivíduos representantes em cada um desses estratos certamente apresentarão uma maior importância ecológica no povoamento em estudo.
As estimativas dos parâmetros fitossociológicos da estrutura vertical, somadas às da estrutura horizontal, proporcionam uma análise mais completa da importância ecológica das espécies na comunidade florestal. A análise da estrutura vertical engloba as estimativas dos parâmetros de posição sociológica e da regeneração natural.
Para analisar a posição sociológica de uma espécie na comunidade vegetal é preciso primeiramente estabelecer os estratos de altura total dos indivíduos para, posteriormente, calcular os valores fitossociológicos de cada estrato. Em seguida, deve-se estimar os valores absoluto e relativo da posição sociológica da espécie na comunidade.
O número de estratos ocorrentes na floresta é definido pelas características da floresta relacionadas às diferenças em composição de espécies, relações competitivas, restrições ambientais e perturbações antrópicas ou naturais.
Diversidade
A diversidade refere-se ao estudo das relações quantitativas entre a riqueza de diferentes categorias biológicas e a abundância relativa de espécies dentro das comunidades.
Uma das formas de quantificação da diversidade é através da contagem das espécies encontradas nas amostras. Dessa forma, a diversidade pode ser considerada a própria riqueza de espécies de determinada área.
A diversidade é composta pela variedade de espécies e o número de indivíduos dentro de cada espécie. Na maioria das vezes os estudos de diversidade estão relacionados aos padrões de variação espacial e ambiental. Desse modo, quanto maior a variação ambiental, maior será a diversidade de espécies do ecossistema.
Quando empregados em áreas delimitadas, no espaço e no tempo, os índices de riqueza apresentam estimativas muito úteis, expressando de forma compreensível e instantânea a diversidade.
Florística
A composição florística visa a indicar o conjunto de unidades taxonômicas que compõem a floresta, como as suas espécies e famílias. O levantamento florístico tem como objetivo, listar as espécies vegetais ocorrentes em determinada área.
Os estudos florísticos, além de gerar informações sobre classificação e distribuição taxonômica no nível de família e espécie de uma comunidade vegetal, também podem oferecer informações sobre atributos ecológicos das espécies.
Eles representam uma importante etapa no conhecimento de um ecossistema por fornecer informações básicas para os estudos biológicos subsequentes. Essas informações podem ser utilizadas na elaboração e no planejamento de ações que objetivem a conservação, o manejo ou na recuperação das formações florestais, de forma a retratar as suas diversidades.
Mata Nativa e o levantamento fitossosiológico
O Mata Nativa é o software que realiza todos os cálculos de inventário florestal e análise fitossociológica, com aplicação efetiva em todos os biomas brasileiros.
O software permite, dentre muitas análises, realizar diagnósticos qualitativos e quantitativos de formações vegetacionais, análises fitossociológicas completas, elaborar inventários e planos de manejo, monitorar a floresta através de inventários contínuos acompanhando o crescimento e desenvolvimento das espécies e analisando as características de valoração e exploração florestal. Com o Mata Nativa, o cálculo relacionados à fitossociologia podem ser feitos de forma simples e rápida.
Referências:
- MARTINS, F. R. Fitossociologia de florestas no Brasil: um histórico bibliográfico. Pesquisas – série Botânica, São Leopoldo, n. 40, p. 103-164, 1989.
- CHAVES, A. D. C. G.; SANTOS, R. M. S.; SANTOS, J. O.; FERNANDES, A. A.; MACARAJÁ, P. B. A importância dos levantamentos florístico e fitossociológico para conservação e preservação das florstas. ACSA, v.9, n.2, p.42-48, 2013.
- SOUZA, A.L.; SOARES, C.P.B. Florestas Nativas: estrutura, dinâmica e manejo. Viçosa: Editora UFV, 2013, 322 p.
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