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O Setor Florestal no Brasil e a Importância do Reflorestamento

Por Mariana Barbosa Vilar

Em 1 de janeiro de 2019
reflorestamento

Seria redundante dizer que o Brasil é um país essencialmente florestal? Além de ser reconhecido pela sua riqueza natural e sua biodiversidade, seu nome homenageia o Pau Brasil (Caesalpina echinata), árvore cuja exploração para obtenção da tintura vermelha se espalhou por toda a costa brasileira e resultou na quase extinção da espécie. A atividade de exploração do Pau Brasil caracterizou este momento histórico, marcando com algum simbolismo o início da história florestal no Brasil.

Segundo um estudo da FAO publicado em 2015, a área total de florestas no mundo corresponde a aproximadamente 4 bilhões de hectares. O Brasil é o segundo país com maior cobertura florestal, ficando atrás apenas da Rússia. O Brasil tem aumentado a sua área de reflorestamentos com fins comerciais e em 2015 ocupava a nona posição, em termos de área de florestas plantadas, respondendo por menos de 2,7% dos plantios florestais do mundo. Entretanto, o índice de desmatamento no país ainda representa uma grande ameaça aos biomas brasileiros e à biodiversidade. Mesmo com todos os esforços dos órgãos ambientais e de todas as regulamentações legais sobre o assunto, este ainda é um desafio para a gestão florestal brasileira.

Reflorestar significa recompor uma área desflorestada (desmatada ou desarborizada) através do plantio de novas árvores. Portanto, o reflorestamento pode ser entendido como uma atividade de plantio de árvores cuja finalidade e especificidades de espécies e manejo podem variar conforme objetivos definidos pelos responsáveis.

As condições edafoclimáticas (solo e clima) do Brasil favorecem o desenvolvimento das atividades florestais. No contexto da silvicultura, o país apresenta grandes vantagens quando comparado com países localizados fora dos trópicos. Atualmente o desenvolvimento científico e tecnológico no setor é também um aliado para transformar todas estas vantagens naturais em indicadores de produtividade e competitividade. Em termos de área disponível para atividades de reflorestamento, alguns estudos já foram realizados por instituições de pesquisa e por organizações não-governamentais e os números variam bastante em função dos métodos utilizados para escolha das áreas e demais restrições. Sabe-se que a área que pode ser reflorestada no Brasil é bem extensa e, normalmente, possui baixo potencial agrícola e alto grau de perturbação/ degradação. Desde 2011 alguns países se organizam no Desafio de Bonn, um esforço global para reflorestar até 350 milhões de hectares no mundo até 2030. O Brasil é um desses países e já se comprometeu a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares.

Saiba mais sobre o Desafio de Bonn clicando aqui.

A atividade de reflorestamento com espécies florestais nativas para recomposição dos biomas brasileiros abrange muitas particularidades e tem alto nível de complexidade e importância. As exigências legais de recomposição de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal exigirão assistência técnica de qualidade para que estes plantios florestais possam cumprir as obrigações legais, mas também gerar renda, bem-estar e outros benefícios em termos de estrutura da paisagem e serviços ecossistêmicos em geral.

Saiba mais sobre Reflorestamento com Espécies Nativas em: Projeto VERENA

A atividade florestal no Brasil é de alta relevância pela sua empregabilidade, pela geração de renda e pela sua dimensão. Estima-se que a área de florestas plantadas no Brasil seja de aproximadamente 10 milhões de hectares (SNIF/ IBGE, 2016). O setor florestal envolve uma cadeia extensa de atores, fornecedores e prestadores de serviços que atuam nos segmentos relacionados a produção de mudas/ sementes, preparo de solo, fertilizantes, controle de pragas e doenças, corte, processamento, transporte e escoamento da produção em suas diferentes modalidades. As instituições financeiras também merecem destaque neste setor visto que disponibilizam uma variedade de opções de empréstimos e financiamentos. Isto viabilizou o crescimento das atividades de reflorestamento no país, incluindo o plantio em áreas de propriedades rurais de pequenos, médios e grandes agricultores.

Dentre os múltiplos produtos obtidos da atividade de reflorestamento, destaque para a produção de madeira para energia (carvão vegetal e lenha), serrados, painéis e polpa para a produção de papel. Outros produtos florestais não madeireiros, não menos importantes, também merecem a nossa atenção como a produção de óleos, resinas, látex, fibras, sementes e frutos. As áreas reflorestadas também podem reestabelecer os processos ecológicos e funções ecossistêmicas, promovendo assim diversos serviços ambientais fundamentais para a sobrevivência humana, tais como: regulação hidrológica, proteção do solo contra erosões, regulação climática (sequestro e fixação de carbono), fornecimento de habitat para a biodiversidade, ciclagem de nutrientes, polinização, dente outros. Os plantios de florestas com fins comerciais no Brasil são também muito importantes, pois reduzem a pressão sobre as áreas de florestas nativas, diminuindo os índices de exploração de florestas nativas para produção de lenha e carvão, por exemplo.

Dados do painel interativo do Sistema Nacional de Informações Florestais mostram a evolução das áreas de florestas plantadas no Brasil. Os plantios de eucalipto que ocupavam cerca de 3,8 milhões de hectares em 2006, chegaram a cobrir uma área de 5,6 milhões de hectares em 2016. A evolução da contribuição do setor florestal para a balança comercial brasileira também é significativa. Dados da Embrapa publicados em 2017 indicam que em 2014, os produtos florestais contribuíram com 10,2% das exportações do agronegócio e com 4,42% das exportações nacionais. Neste período, o setor importou menos do que exportou, e foi responsável por 9,3% do saldo da balança comercial do agronegócio.

Reforçando a importância das atividades de reflorestamento para o Brasil, destaca-se que em 2013 foram mais de 668 mil empregos diretos gerados pelo setor conforme dados publicados pela Embrapa em 2017. Este é um indicador relevante para demonstrar o desempenho da economia de um país. O setor florestal tem alto potencial de geração de empregos, sendo que os processos de transformação e agregação de valor ao produto florestal são os que empregam mais profissionais.

Em resposta a evolução significativa do setor e a demanda por profissionais qualificados para atuação na área e para vencer os desafios inerentes à atividade, houve também uma progressão no número de cursos de graduação em Engenharia Florestal. Dados do levantamento realizado pelo INEP em 2015 contabilizaram 71 cursos de bacharelado em Engenharia Florestal em todo o país, todos na modalidade presencial. O aumento no número de profissionais habilitados para atuar no setor florestal pode significar mais evoluções em termos de produtividade e sustentabilidade. Certamente, os profissionais florestais estarão cada vez mais atentos às demandas e desafios do setor, desenvolvendo pesquisas e respondendo aos anseios da sociedade. O resultado que se espera deste panorama é um crescimento ainda maior do setor florestal no Brasil e no mundo. Além disso, espera-se que haja uma ampliação das áreas de reflorestamento no país, visto que estas podem alcançar múltiplos objetivos produtivos e de conservação ambiental, contribuindo para o desenvolvimento do país e manutenção de sua riqueza natural.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Ab’Sáber, A.; Goldemberg, J.; Rodés, L.; Zulauf, W. Identificação de áreas para o florestamento no espaço total do Brasil. Estudos Avançados. V. 4, n. 9, São Paulo, May/Aug. 1990;
  • Sistema Nacional de Informações Florestais;
  • FAO. Global forest resources assessment 2015: how are the world’s forests changing?
  • Embrapa

 

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Autor(a)

Mariana Barbosa Vilar

Engenheira Florestal e Mestre em Ciências Florestais pela UFV. Experiência em temas como Mudanças do Clima, Restauração florestal, Agricultura de Baixo Carbono, Manejo de Bacias Hidrográficas, Economia Ambiental, Manejo de Florestas Nativas e instrumentos econômicos para a conservação ambiental. Nos últimos anos prestou serviços para o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, Instituto Terra de Preservação Ambiental, Instituto Xopotó, Polo de Excelência em Florestas – SECTES/MG, dentre outras instituições. Atua como consultora na área de Recursos Florestais e Desenvolvimento Sustentável e colabora com o Blog Mata Nativa redigindo artigos sobre temas relevantes para o setor florestal.

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