O Dia da Árvore é comemorado no Brasil em 21 de setembro e tem como objetivo principal, a conscientização a respeito da preservação desse bem tão valioso. A data, que é diferente em outras partes do mundo, foi escolhida em razão do início da primavera, que começa no dia 23 de setembro no hemisfério sul.
Na última sexta-feira, fiquei refletindo sobre quantos artigos eu escrevi sobre Inventário e Engenharia Florestal, e sobre o fato de que em nenhum desses textos eu falei especificamente sobre as árvores, que querendo ou não, são a razão do nosso trabalho. Assim, resolvi propor algo diferente, e, por isso, cada dia desta semana, eu falarei de uma espécie arbórea diferente.
Cada árvore é única na sua textura, cor, cheiro, folhas, flores e frutos. Ela nos fornece alimento, ar, sombra e muitos materiais, com os quais podemos desenvolver incontáveis produtos. Acompanham nossas histórias, geração após geração, nunca se fazendo indiferente à presença do ser humano, ao contrário, sempre nos dando muito do que necessitamos.
Todas elas desempenham papel importante no ambiente e, queria eu, poder falar de todas elas. Como isso seria impossível, selecionei algumas espécies que encantam a todos. Assim, para iniciar a nossa série de artigos sobre as árvores do Brasil, vamos falar sobre o ipê-amarelo.
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O ipê-amarelo é encontrado em todas as regiões do Brasil e sempre chamou a atenção de naturalistas, poetas, escritores e até de políticos. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, como a Flor Nacional. Desde então o ipê-amarelo é a flor símbolo de nosso país.
O ipê é a árvore brasileira mais conhecida, a mais cultivada e, sem dúvida nenhuma, a mais bela. As árvores denominadas ipê, são na verdade, várias espécies com características mais ou menos semelhantes, com flores brancas denominado ipê-branco e o de flores roxas, ipê-roxo. Não há região do país onde não exista pelo menos uma espécie dele.
Essas árvores, proporcionam um belo espetáculo com sua bela floração na arborização de ruas em algumas cidades brasileiras. São lindas árvores que embelezam e promovem um colorido no final do inverno. Existe uma crença popular de que quando o ipê-amarelo floresce não vão ocorrer mais geadas.
As variedades de pequeno e médio porte são ideais para o paisagismo e a arborização urbana. A coloração das flores produz um belíssimo efeito tanto na copa da árvore como no chão das ruas, formando um tapete de flores contrastantes com o cinza das cidades.
Conhecidos pela sua resistência e durabilidade de sua madeira, os ipês foram muito usados na construção de telhados de igrejas dos séculos XVII e XVIII, que, se não fosse pelos ipês, muitas dessas construções teriam se perdido com o tempo.
Sendo uma espécie caducifólia, o período da queda das folhas coincide com a floração que se inicia no final do inverno. Quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada do ipê-amarelo. As flores desta espécie atraem abelhas e pássaros, principalmente beija-flores que são importantes agentes polinizadores.
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Os ipês também são usados para fins medicinais, embora sem comprovação científica. A Tabeubuia aurea, uma espécie de ipê-amarelo nativa dos cerrados, da caatinga e do Pantanal Mato-Grossense, é muito usada na medicina caseira em algumas regiões do país, principalmente no Nordeste. A entrecasca do caule é empregada no tratamento de gripes e resfriados e a casca, no tratamento de inflamações em geral.
Em resumo, temos que:
Família: Bignoniaceae.
Utilização: madeira utilizada na construção civil, cercas, molduras, postes, tábuas, rodapés, etc. espécie muito utilizada pelo paisagismo urbano.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: outubro a novembro.
Fruto: legume deiscente.
Flor: amarela.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta.
E como não poderia faltar, veja algumas fotos incríveis que encontrei:
Fonte: Soflor
Fonte: Sementes Caiçara
Fonte: Flávio Brandão
Fonte: Flora e Fauna
Fonte: Blog Plantei
Referência:
- LORENZI, HARRI. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arboóreas Nativas do Brasil. vol.1, 3ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.
Veja também:
- Águas e florestas: desafios para conservação e utilização
- Manejo e conservação do solo e da Água
- Carbono Zero
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