Araucária é o nome popular dado para a árvore da espécie Araucaria angustifolia, que também possui outros diversos nomes populares como: Pinheiro-do-paraná, Curi, Pinheiro-brasileiro, Pinheiro-caiová, Pinheiro-das-missões e Pinheiro-são-josé. Seus indivíduos crescem até alturas entre 20 m e 50 m e atingem diâmetros entre 1 m e 2 m.
Ocorre predominantemente na Floresta Ombrófila Mista e em Campos de Altitude da Região Sul do Brasil, formando um ecossistema próprio conhecido como Floresta com Araucária, um dos mais ameaçados do país. Estima-se que restem cerca de 2% a 13% da cobertura original dessa floresta no Brasil, e apenas cerca de 3% da área remanescente está protegida em unidades de conservação.
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A Araucaria angustifolia é uma espécie madeireira de grande valor comercial, que sofreu redução populacional muito severa ao longo do último século. Esse período é inferior ao tempo de geração da espécie, que varia de 120 a 166 anos. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, estima-se que, entre 1930 e 1990, foram derrubados cerca de 100 milhões de araucárias. Assim, a criação de novas unidades de conservação deve figurar como principal medida para a conservação da espécie e a proteção de sua área de ocorrência.
Quando a árvore está madura, a copa possui um formato peculiar, pois como o tronco cresce em linha reta sem desvio nenhum, a árvore se ramifica apenas no topo; seus ramos desenvolvem-se horizontalmente com as pontas curvadas para cima, sobrepostos uns aos outros, formando assim vários andares.
Estruturas florais da espécie são polinizadas entre setembro e outubro. Esta planta possui macho e fêmea. As plantas fêmeas são as que produzem as pinhas, com 20 cm de diâmetro, sendo que cada uma pode abranger até 150 sementes (pinhões). Já a planta macho é responsável pela formação de cones alongados que podem chegar até 15 cm de comprimento e 4 cm de diâmetro, e é este cone que produz o pólen. Entre abril e julho, 20 meses depois de sua polinização, as pinhas já amadurecidas soltam pinhões saborosos que são procurados por animais como aves e mamíferos.
As araucárias tem uma forte atuação no processo de nucleação. Neste processo araucárias estabelecidas em campos e pastagens agem como plantas-enfermeiras, atraindo aves dispersoras de sementes que promovem a colonização do local por outras espécies de árvores. Este processo ajuda a expansão florestal sobre campos naturais e facilita a regeneração de áreas florestais degradadas.
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Diante da importância desta espécie, cabe também à sociedade, cobrar do poder público, para que medidas relacionadas à preservação e o processo de criação de unidades de conservação sejam agilizados. Todos os esforços investidos e o patrimônio biológico que reúnem essas áreas não podem ser ignorados. Ampliar as unidades, criar outras, regularizar as propriedades rurais do entorno, recuperar áreas de preservação permanente e reservas legais e estabelecer corredores ecológicos são medidas complementares igualmente urgentes.
Referências
- Ministério do Meio Ambiente (MMA). 2005. Proteção e recuperação da Floresta com Araucárias.
- Propostas de criação de novas Unidades de Conservação Federais no Paraná e em Santa Catarina.
- Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e Grupo de Trabalho Araucárias Sul, 8 p.
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