Você já parou para pensar de onde veio o costume de enfeitar as árvores para o natal? Pois saiba que este ritual é mais antigo que o próprio Natal. Já antes de Cristo praticamente todas as culturas e religiões pagãs usavam enfeites em árvores para celebrarem a fertilidade da natureza.
Os primeiros registros de sua adoção pelo cristianismo vêm do norte da Europa, no começo do século 16, mas tudo indica que, a essa altura, a prática já era uma tradição medieval.
Deuses antigos
Da mesma forma que hoje decoramos as nossas casas durante a época festiva com pinheiros, os povos antigos penduravam ramos verdes em suas portas e janelas. Em muitos países, acreditava-se que as plantas vistosas afugentavam maus espíritos e doenças das casas.
No hemisfério norte, o solstício de inverno cai entre os dias 21 e 22 de dezembro, época em que esse tipo de decoração era mais usada, pois muitos povos antigos acreditavam que o Sol era um deus e que o inverno chegava todos os anos porque o deus sol estava doente e fraco. Assim, os ramos verdes simbolizavam a lembrança de todas as plantas que cresciam quando o deus sol se tornava forte novamente com o início da primavera. Era como um amuleto para que os dias mais amenos e agradáveis voltassem trazendo a vida. Por isso, eles utilizavam vários ramos e folhas em suas casas durante a estação fria.
Os antigos romanos também usavam ramos e galhos para decorar seus templos no festival da Saturnália, que era feito em honra à Saturno, o deus da agricultura, para atrair fartura nas plantações.
Outros relatos
Ninguém sabe realmente ao certo quando os ramos e pinheiros foram utilizados pela primeira vez como árvore de Natal. Provavelmente essa prática tenha começado há cerca de mil anos atrás no Norte da Europa, onde árvores de abeto eram penduradas nas casas com algum tipo de decoração.
Outra possibilidade é que as árvores de natal tenham surgido do conceito das árvores do Paraíso, que eram utilizadas em encenações medievais que eram feitas na frente de Igrejas na véspera de Natal. No calendário da igreja primitiva de santos, 24 de dezembro era o dia de Adão e Eva. Dessa forma, a Árvore do Paraíso representava o Jardim do Éden em encenações que eram como um tipo de publicidade que contava as histórias da Bíblia para as pessoas que não sabiam ler.
Os primeiros registros
O primeiro uso documentado de uma árvore nas celebrações de Natal e Ano Novo foi na praça da cidade de Riga, capital da Letônia, no ano de 1510. Nessa praça, existe uma placa dizendo que aquela foi a primeira árvore de Ano Novo, sendo que a frase está traduzida em oito idiomas.
Outro registro é de uma pintura da Alemanha em 1521, que mostra uma árvore sendo levada pelas ruas com um homem montado num cavalo atrás dela. O homem está vestido como um bispo, possivelmente representando São Nicolau (santo que é relacionado com a inspiração para o Papai Noel).
Há também um registro de uma pequena árvore em Breman, na Alemanha, em 1570. Ela era descrita como uma árvore decorada com “maçãs, nozes, tâmaras, pretzels e flores de papel”, que era exibida numa casa aliança, famoso ponto de encontro de uma sociedade de homens de negócio na cidade.
Árvores de natal dentro das casas
A primeira pessoa a levar uma árvore de Natal para dentro de uma casa, na forma como conhecemos hoje, pode ter sido o protestante alemão do século XVI, Martinho Lutero. A história conta que, uma noite antes do Natal, ele estava andando pela floresta e olhou para cima para ver as estrelas brilhando por entre os galhos das árvores. Ele achou que aquilo era tão bonito que foi para casa e disse a seus filhos que a cena lembrava Jesus, que deixou as estrelas do céu para vir a Terra no Natal. Então, para reproduzir e bela cena que tinha presenciado, ele levou uma árvore para casa e a enfeitou com velas.
Outra história diz que São Bonifácio de Crediton (um vilarejo em Devon, Reino Unido) deixou a Inglaterra e viajou para a Alemanha para pregar nas tribos germânicas pagãs e convertê-las ao cristianismo. Ele disse ter se deparado com um grupo de pagãos prestes a sacrificar um menino ao adorar uma árvore de carvalho. Para interromper o sacrifício, a lenda conta que São Bonifácio cortou o carvalho e, para seu espanto, um pinheiro abeto novo surgiu a partir das raízes. São Bonifácio tomou isso como um sinal da fé cristã, associando a forma da árvore com a Santíssima Trinidade, e seus seguidores decoraram a árvore com velas para que ele pudesse pregar aos pagãos durante a noite.
Popularização das árvores de Natal
O príncipe Albert e a princesa Victoria eram grandes fãs das árvores de Natal e ajudaram a deixá-las populares na Inglaterra em 1841. Uma foto se tornou icônica e mostrava Albert, Victoria e seus filhos trocando presentes perto de uma árvore de Natal enfeitada no castelo de Windsor. A imagem foi publicada no jornal Illustrated London News e ajudou a popularizar as árvores de pinheiro como símbolo e tradição do Natal na Inglaterra. Dizem que a foto foi modificada e as coroas dos monarcas foram retiradas popularizando a tradição pela América.
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