Seja mineiro ou não, você provavelmente já ouviu falar que Minas Gerais formaliza adesão ao Race to Zero. Mas, afinal, o que isso significa?
Race To Zero é uma campanha global para reunir liderança e apoio de empresas, cidades, regiões, investidores para uma recuperação saudável, resiliente e zero de carbono que evite ameaças futuras, crie empregos decentes e desbloqueie, inclusive, o crescimento sustentável.
Ela mobiliza uma coalizão de iniciativas líderes, representando 708 cidades, 24 regiões, 2360 empresas, 163 dos maiores investidores e 624 instituições de ensino superior. Esses atores da “economia real” se unem a 120 países, na maior aliança já comprometida com as emissões líquidas de carbono zero até 2050. Coletivamente, esses atores cobrem quase 25% das emissões globais de CO₂ e mais de 50% do PIB.
Liderada pelos Campeões do Clima de Alto Nível para Ação Climática – Nigel Topping e Gonzalo Muñoz – o Race To Zero mobiliza atores externos aos governos nacionais para se juntarem à Climate Ambition Alliance, lançada pelo Presidente do Chile, Sebastián Piñera, na Cúpula de Ação Climática de 2019.
O objetivo é criar impulso em torno da mudança para uma economia descarbonizada antes da COP26, onde os governos devem fortalecer suas contribuições para o Acordo de Paris. Isso enviará aos governos um sinal de que empresas, cidades, regiões e investidores, estão unidos para cumprir as metas de Paris e criar uma economia mais inclusiva e resiliente.
A adesão de Minas Gerais
Nesta quarta-feira (9), Minas Gerais aderiu à campanha Race to zero, tornando-se o primeiro estado da América Latina e de países em desenvolvimento a se comprometer com o movimento que busca o comprometimento de atores em torno da meta de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.
O governador Romeu Zema ressaltou a importância do pioneirismo de Minas Gerais e da união de esforços junto ao setor produtivo para garantir que as próximas gerações tenham um meio ambiente com mais qualidade.
“Somos o estado que mais gera energia solar e ficaremos no primeiro lugar mais isolado ainda com os novos investimentos que estão sendo feitos aqui. Tudo isso faz parte deste contexto. Fico agradecido ao Reino Unido por nos dar esta oportunidade, e também às entidades representativas do setor produtivo. O agricultor sabe melhor do que ninguém a importância de uma nascente, de ter rios perenes. Este projeto vai ajudar a atrair investimentos, a valorizar o nosso produto, o café, o queijo, porque será visto como um produto que foi produzido com responsabilidade. Com certeza, em 2050, nós deixaremos um estado para nossos filhos e netos muito melhor do que o atual”, afirmou o governador em seu discurso.
A poucos meses da COP26 (Conferência da Organização das Nações Unidas de Mudanças Climáticas), evento global que acontecerá entre os dias 1º e 12 de novembro em Glasgow, na Escócia, este é um movimento que irá projetar Minas Gerais globalmente, e, dentro do país, trata-se de uma sinalização do estado para as demais unidades federativas e para o governo federal de que está no caminho para descarbonizar de sua economia.
O que acontece agora?
A candidatura à campanha será submetida a um grupo de especialistas liderados pela Universidade de Oxford, que avaliam tecnicamente o pleito, concedendo um prazo de 12 meses para que o estado, apresente as ações para alcançar não apenas o objetivo de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050, mas, também, os objetivos parciais, ou seja, quanto terá reduzido em 2030 e em 2040.
Zema também aposta que isso via atrair novos negócios para o Estado. “Isso vai ajudar a atrair investimento, isso vai ajudar a valorizar o nosso produto, o café, o queijo que nós vendemos para fora, porque será visto como um produto que foi produzido com responsabilidade”, encerrou.
Ações em curso
Minas já está desenvolvendo ações para atrair investimentos no setor de energias renováveis, sendo o estado líder no Brasil em geração solar fotovoltaica, com 18% de toda a potência instalada no Brasil. Essa energia evita a emissão de 394 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano.
No início de 2021, o Estado anunciou investimento de R$ 25 bilhões com a instalação de uma fábrica de veículos elétricos e baterias em Minas como resultado da atração de investimentos sustentáveis. O governo estadual vai publicar decreto criando o Fórum Mineiro de Energia e Mudanças Climáticas, que vai determinar medidas específicas para alcançar o race to zero até 2050.
Também estão sendo elaborados projetos de lei para análise da ALMG criando Lei de Enfrentamento às Mudanças Climáticas para o Estado.
Conservação do bioma Mata Atlântica
Também nesta quarta-feira (9) foi assinado Protocolo de Intenções entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a ONG SOS Mata Atlântica. O documento define estratégias para a realização de ações conjuntas e integradas para conservação e restauração ecológica de áreas no Bioma Mata Atlântica em Minas Gerais. Este é o segundo maior bioma em Minas, segundo o IEF.
Outra meta do protocolo é a elaboração e instrumentalização do Plano de Proteção e Conservação da Mata Atlântica dos municípios mineiros. O documento será assinado pela secretária Marília Melo, o diretor-geral do IEF, Antônio Malard, e o diretor da ONG SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani.
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