Nos inventários florestais existem muitas fontes de erro que podem ser identificadas e então eliminadas ou minimizadas, melhorando assim os resultados a serem obtidos. Mas você sabe quais são os tipos de erro mais típicos em inventários? Veja a seguir quais são estes erros e assim melhore seus resultados de trabalho.
Principais causas de erros
Sabemos que a maior parte dos inventários é realizada através de uma amostragem e não um censo. Assim, um erro, em termos de amostragem, é evidenciado quando detectamos uma diferença da estimativa em relação ao valor verdadeiro, sendo assim chamado de “Erro Amostral”, visto que este decorre do uso de uma técnica de amostragem. Porém também existe o erro decorrente de um engano, chamado de “Erro não Amostral” visto que se trata de uma falha possível de ser avaliada.
Sendo assim, temos que as principais causas de erros em inventários florestais são:
- Falta de acurácia ou acuracidade do equipamento e materiais utilizados na coleta de dados;
- Características do objeto que está sendo medido, como forma, etc;
- Incerteza na medição ou geração de informações;
- Influências físicas ou topográficas do terreno;
- Imperfeição humana.
Erros típicos em inventários florestais
Com relação aos tipos de erros temos que estes podem ser os mais variados possíveis. Vejamos a seguir:
Erros amostrais: ocorrem pelo fato de que toda a população não é medida, ou seja, por se empregar uma técnica de amostragem. Assim, estes erros estão relacionados com a precisão definida para a amostragem. O erro amostral pode ser reduzido ao adotarmos métodos e processos de amostragem adequados, juntamente de uma intensidade amostral adequada, contemplando a aleatorização e a representatividade das unidades amostrais, e decidindo pelo número e tamanho mais adequados de parcelas conforme as características da floresta.
Erros não amostrais: como dito anteriormente, este tipo de erro não tem relação com o processo de amostragem, podendo ocorrer até mesmo nos censos. Como sua avaliação em termos objetivos e numéricos é complicada, os erros não amostrais quase sempre são negligenciados no cálculo do erro total, embora não devessem. Este tipo de erro pode ser reduzido ou eliminado mediante cuidados gerenciais e técnicos, como o controle e aferição de equipamentos e até mesmo a capacitação do pessoal técnico.
Erros de processamento de dados: consistem basicamente em erros de digitação, pelo digitador ao ler incorretamente as fichas de campo ou por cometer enganos ao digitar, e de programação, ao instalar um programa no computador ou por equívocos na digitação do programa. Ambos os erros podem ser evitados ao se realizar uma posterior conferência e supervisão.
Veja também: 5 erros em inventários florestais que podem ser evitados com Mata Nativa
Erros na determinação da área a ser inventariada: importante decisão visto que todas as estimativas calculadas por unidade de área serão multiplicadas por essa grandeza. Os erros na determinação de áreas podem ocorrer da incompreensão ou inabilidade do operador, chamado de engano do operador. Este erro pode ser reduzido ou eliminado com treinamento e condições adequados de trabalho. A qualidade do mapeamento prévio e dos equipamentos também são causas, sendo estes chamados de erros inerentes ao método de determinação. Atualmente, com os sistemas SIG e CAD e do uso de mapas em formato digital, esses erros são menos recorrentes.
Erros na definição da área e forma das parcelas: a forma das parcelas é um aspecto importante, visto que determina à ocorrência de erros que afetam de forma significativa as estimativas do inventário florestal, devido à diferença dos perímetros das parcelas de diferentes formatos. Parcelas com maior perímetro apresentam maior bordadura e, por consequência, maior número de árvores marginais. Portanto, a inclusão ou exclusão de árvores e a forma e tamanho errôneos podem gerar subestimativas ou superestimativas. Outro ponto importante a ser considerado é o estabelecimento de parcelas quadradas ou retangulares, devido aos seus cantos ou vértices, que se estabelecidos com um ângulo diferente de 90° causa erros de diferença angular e linear que afetarão as estimativas do inventário. Assim, se faz necessário o cuidado técnico ao definir o tamanho e forma da unidade amostral conforme as razões operacionais.
Erros na medição do diâmetro das árvores: estes erros podem ser atribuídos aos equipamentos e seu manuseio pelo operador, por arredondamentos na leitura da medida, pelo agrupamento incorreto em classes ou pela mudança da estação do ano. Para reduzir estes erros é importante que se invista no treinamento dos operadores com estabelecimento de arredondamentos e agrupamentos em classes e, em relação às estações do ano, buscar fazer as medidas sempre na mesma época do ano.
Erros na identificação de espécies: este tipo de erro, em geral, é atribuída ao identificador e está relacionada ao desconhecimento ou falta de experiência deste, ou aos enganos de anotação, à confusão no momento da consolidação da lista de espécies reconhecidas pelo nome vulgar, e aos erros ou enganos em herbários. Não zelar pela identificação correta das espécies é um ponto negativo para o profissional responsável pelo inventário, arriscando sua credibilidade no mercado. Este tipo de erro será eliminado ou reduzido com o treinamento e seleção de pessoal especializado.
Todo cuidado é pouco
Ainda há outros mais diversos erros que podem afetar a qualidade de um inventário, como erros de cubagem, de medição de alturas, de ajustes de modelos de regressão, etc. Portanto, devemos estar atentos a estes erros e buscarmos nos aprimorar a todo o momento, de forma a oferecer um trabalho de qualidade e confiabilidade ao mercado exigente que se apresenta atualmente.
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