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Biomassa Florestal: Quantificação e Estoque do Carbono

Por Fernanda Carvalho

Em 16 de novembro de 2018
Biomassa Florestal: Quantificação e Estoque do Carbono

O Brasil é um dos principais produtores mundiais de painéis, celulose e papel, com exportações que trazem relevante contribuição para a balança comercial e geram muitos empregos e renda em todas as regiões do País. Por sua relevância para o desenvolvimento ambiental, social e econômico nacional, o setor tem investido também para transformar subprodutos e resíduos dos processos industriais em produtos inovadores, renováveis e que contribuam para o fortalecimento de uma economia de baixo carbono.

Neste contexto, os produtos originários das árvores, ganham importância principalmente na substituição das matérias-primas fósseis. Um bom exemplo é a indústria siderúrgica a carvão vegetal de árvores plantadas ou o uso de biomassa para geração de energia, que evita fontes fósseis como carvão mineral e o óleo combustível. Nos parques fabris, o setor tem buscado inovar e aumentar a eficácia da tecnologia utilizada em todo o processo produtivo. Diversos ramos do setor já se aproximam da autossuficiência energética, com foco especial na substituição de fontes fósseis por renováveis, como o licor negro, subproduto da produção de celulose, e a biomassa florestal.

As florestas acumulam biomassa através da fotossíntese. O acúmulo é diferente em cada local onde ela é medida, refletindo uma variação causada por diversos fatores ambientais e por fatores inerentes à própria planta. Ele é influenciado por todos aqueles fatores que afetam a fotossíntese e a respiração, a exemplo luz, temperatura, concentração de CO₂ do ar, umidade e fertilidade do solo, fungicidas, inseticidas e doenças, além de fatores internos, que incluem a idade das folhas, sua estrutura e disposição; a distribuição e o comportamento dos estômatos; o teor de clorofila; e a acumulação de hidratos de carbono.

A avaliação do potencial produtivo de um sítio ou local, por meio da produção de biomassa, é fundamental no manejo e planejamento das indústrias de base florestal, especialmente quando se tem conhecimento da distribuição de biomassa nos componentes da árvore, em sequência de idade.

guia de arvores

Quantificação da biomassa e carbono

As quantidades de biomassa e carbono presentes na parte aérea e sistema radicular de uma árvore podem ser obtidas através do método destrutivo ou do método indireto.

O método destrutivo implica, necessariamente, na seleção e derrubada de árvores-amostra para obtenção dos dados, já o método indireto é preferencialmente utilizado para facilitar o trabalho de campo e diminuir o custo de coleta de dados, utilizando modelos de regressão, lineares ou não-lineares, cujas variáveis independentes são as características diretamente mensuráveis das árvores-amostra (diâmetro, altura, etc) e as variáveis dependentes, a biomassa expressa pelo peso de matéria seco dos seus componentes e a quantidade de carbono.

A seleção de árvores-amostra para obtenção de dados para o estudo da biomassa da parte aérea e do sistema radicular baseia-se, fundamentalmente, em três procedimentos básicos: seleção de um número de árvores igualmente repartidas em classes ou categorias de tamanho relativo às características do povoamento; seleção de um número de árvores, proporcionalmente às respectivas frequências nas classes ou categorias de tamanho; e a seleção de árvores baseadas em parâmetros fitossociológicos, no caso de florestas tropicais naturais.

O livro Dendrometria e Inventário Florestal, explica que, embora existam diferentes metodologias para a determinação da biomassa do fuste, incluindo a madeira e a casca, a seguinte metodologia apresenta maior operacionalidade, bem como menor custo na coleta de dados. Assim, tem-se a seguinte sequência de operações:

  • Cubar rigorosamente o fuste da árvore para obter o volume com casca, o volume sem casca e o volume de casca.
  • Retirar discos de madeira de 2,5 cm de espessura a 0, 25, 50, 75 e 100% da altura comercial da árvore.
  • Retirar, de cada disco, amostras (cunhas) contendo casca e madeira para a determinação, em laboratório, da densidade básica média da madeira e da casca em cada ponto de amostragem do fuste.

Uma vez realizadas a coleta dos dados de campo e as análises laboratoriais, a biomassa de folhas, galhos e raízes das árvores-amostra pode ser obtida pela seguinte expressão:

Em que: PS(c) = biomassa, em kg; PU(c) = peso de matéria úmida de folhas, galhos e raízes, em kg; PU(a) = peso de matéria úmida da amostra levada ao laboratório, em kg; e PS(a) = peso de matéria seca da amostra, em kg.

A biomassa da madeira e da casca dos fustes das árvores-amostra, por sua vez, pode ser obtida pela seguinte expressão:

Biomassa Florestal: Medindo a Quantidade e Estoque de Carbono

Em que: PS(c) = biomassa da madeira ou da casca, em kg; V = volume de madeira ou da casca, em m3; DBMT = densidade básica média da madeira, em kg/m³; e DBC = densidade básica da casca, em kg/m³.

O teor de carbono de diferentes partes da árvore pode ser obtido através de análises químicas. No entanto, segundo a literatura, o teor de carbono elementar presente na constituição da matéria seca (biomassa) de diferentes partes da árvore está em torno de 50%, isto é, para cada tonelada de matéria seca, cerca de 0,5 tonelada é carbono.

Diante do potencial das nossas florestas, é importante que se faça uma revisão das políticas de incentivo ao consumo de produtos de fontes renováveis e de biomassa florestal, criando oportunidades de diversificação no mercado consumidor com foco na economia de baixo carbono, estimulando a demanda por madeira e por fibras.

Leia também: Dendrocronologia a História que as Árvores Contam

Referência Bibliográfica:

  • SOARES, C.P.B.; PAULA NETO. F.; SOUZA, A.L. Dendrometria e inventário florestal. 2. Ed. Viçosa: Editora UFV. 2011. 272 p.

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Autor(a)

Fernanda Carvalho

Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa. Continuou seus estudos na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo da Vida Selvagem. Dedicou grande parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental no Meio Ambiente Florestal da Fibria Celulose S/A e como consultora em projetos de Inventário Florestal, Averbação de Reserva Legal e Mapeamento de Áreas, na Florestal Jr. Atualmente é mestranda em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela UFRJ, Consultora de Comunicação da Ocyan e Gestora de Conteúdo do blog Mata Nativa.

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