A demanda por produtos advindos da floresta se faz cada vez mais crescente. Dos mais diversos recursos fornecidos pelos ambientes florestais, de fato, o que mais se utiliza é a madeira. Tendo em vista a exploração desse recurso e as altas taxas de desmatamento, estratégias e planos que visem garantir uma sustentabilidade ambiental é de suma importância. Dentre as mais diversas políticas, tem-se a cadeia de custódia da madeira.
Extração sustentável da madeira
A madeira é um recurso natural renovável oriundo das florestas, sejam estas nativas ou plantadas. Esta matéria-prima possui grande empregabilidade em diferentes tipos de mercados, atuando assim de forma significante na economia de um país.
Contudo, ressalta-se que a extração e aproveitamento industrial da madeira exige uma atenção no que diz respeito a elaboração das estratégias de uso. Assim, deve-se realizar tais ações de forma a garantir o manejo sustentável do recurso, evitando então que ocorra um esgotamento da madeira ao longo do tempo.
Para atingir este objetivo de viabilidade e sustentabilidade, usualmente empreendem-se técnicas de reflorestamento que atendam aos requisitos das certificações. Dessa forma, a extração sustentável da madeira deve seguir um manejo pré-estabelecido, tanto para o plantio, quanto para a manutenção e extração. A execução desta prática busca otimizar a colheita e reduzir impactos que estão associados às atividades.
Considerando todo o processo que envolve a extração da madeira, diversas políticas norteadoras são criadas para a conservação das florestas naturais. A exemplo, tem-se o sistema de cadeia de custódia da madeira como umas das estratégias preventivas na área florestal.
O que é cadeia de custódia da madeira?
A cadeia de custódia da madeira visa identificar a árvore no nicho ecológico, isto é, dentro de um ecossistema. Em suma, a cadeia de custódia se define como uma série de procedimentos que visam controlar a origem e as rotas da madeira e seus subprodutos. O objetivo desta prática é garantir que a madeira seja de fonte sustentável, assim como possibilitar o rastreio do produto final.
A cadeia é composta de várias fases, desde a matéria-prima, até chegar às mãos do consumidor final. Para isso, seguem-se diversas medidas para que o produto final tenha aceitabilidade de toda a comunidade, nacional e internacional. Essas medidas visam a sustentabilidade e certificação da madeira pelos órgãos competentes.
Ressalta-se que, a custódia é uma ferramenta utilizada pelas empresas em ordem de se abater árvores e fazer uso da madeira para fins diversos. Contudo, deve-se realizar o uso de maneira que não ocorra interferência no equilíbrio ecológico.
Sistema de cadeia de custódia da madeira
Com as informações dos inventários florestais, após a extração da madeira é realizado o controle de corte e traçamento. Em cada tora retirada é feita a identificação do indivíduo por meio do número da árvore, data de corte e de traçamento, assim como identificação das toras. Após o processo de controle, é feita a cubagem das toras. Para isso, realiza-se a mensuração do diâmetro e comprimento de cada tora traçada, seguindo o método de cubagem pré-estabelecido.
Além dos procedimentos citados, em campo, também se realizam as vistorias e os procedimentos adequados para mitigar futuros problemas com a extração da madeira. Com a verificação em campo, transporta-se a madeira. Para isso, acompanha-se a rota de transporte da madeira remotamente via satélite, permitindo o rastreio do caminho percorrido pelo material.
Processos de certificação florestal
A certificação florestal tem o objetivo de garantir que o produto tenha uma origem de manejo ecologicamente sustentável, socialmente justo e economicamente viável. O selo da certificadora orienta aos compradores sobre a confiabilidade do produto, uma vez que todas as leis e legislações específicas devem ser obedecidas para conseguir o selo.
Na certificação da cadeia de custódia, insere-se um selo no produto final. Esse selo da certificadora permite a rastreabilidade do produto desde a matéria-prima, passando pelas fases da colheita, processamento, transporte e comercialização. Esse processo agrega valor ao produto, gerando confiança no mercado.
Tipos de certificação florestal
Mundialmente, a certificadora mais difundida é a Forest Stewardship Council (FSC), também conhecida no Brasil como Conselho de Manejo Florestal. A FSC possui atuação em mais de 75 países. Contudo, foi no ano de 1994, a partir de uma preocupação com a conservação das florestas e seu manejo sustentável, que criou-se a certificadora. Apesar da sua criação na década de noventa, foi somente no ano de 2001 que implementou-se a FSC no Brasil.
Um outro exemplo de certificadora mundialmente aceita e conhecida é a Program for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC). A saber, a PEFC surgiu logo após a FSC, em 1999. Ademais, o surgimento desta certificadora se deu a partir da necessidade de legislações específicas de proprietários de plantios florestais europeus.
No Brasil, em 2002, criou-se uma certificação florestal nacional. Conhecida como Programa Brasileiro de Certificação Florestal, o CERFLOR, é reconhecido pela comunidade internacional. A implantação e gerenciamento do CERFLOR se deu pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). A saber, a iniciativa surgiu a partir da demanda de certificação florestal nacional e a conservação dos recursos naturais.
Ter garantia da procedência de um produto é de grande relevância. Para isso, atentar-se para os procedimentos que garantam a sustentabilidade e viabilidade da matéria-prima se fazem necessários. Assim, pode-se inferir que o produto final está dentro das normas recomendadas. Além disso, políticas como a da cadeia de custódia influem diretamente na conservação e preservação dos recursos naturais.
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