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Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca

Por Thaynara Lopes

Em 17 de junho de 2024

Anualmente, no dia 17 de junho celebra-se o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação. Em 1994, a Organização das Nações Unidas criou esse dia para despertar a conscientização sobre o fenômeno e o problema da seca e da desertificação dos solos do planeta.

O fenômeno da seca

A seca é um fenômeno natural, com eventos cíclicos. Ela se caracteriza pela escassez de água, provocada pela deficiência de chuva por um período de tempo. No Brasil, a seca afeta, principalmente, a região do semiárido do Nordeste.

No semiárido brasileiro, o regime de chuvas é influenciado, principalmente, pela Zona de Convergência Intertropical, que atua sobre o Oceano Atlântico. Outros fatores climáticos que atuam no regime das chuvas são o El Niño e La Niña Oscilação Sul, resultantes de alterações nos valores da temperatura da água da superfície do mar no Oceano Pacífico, do dipolo no Oceano Atlântico, dos Ventos Alísios e do comportamento da pressão ao nível do mar.

A seca no semiárido brasileiro se repete anualmente. Segundo a Embrapa, em média, a cada dez anos há ocorrência de eventos de maior intensidade. Calcula-se que a cada 100 anos há entre 18 e 20 anos com secas intensas na região.

Combate x convivência com a seca

Durante muitos anos, achava-se que a seca era uma inimiga que precisava ser derrotada, por isso, visava-se o combate à seca. Ao longo do tempo, a ideia de derrota-la deu lugar a vontade de entendê-la.

De acordo com a Embrapa, para a efetiva convivência com a seca, faz-se necessário um conjunto de ações que aproveitem as potencialidades da região. Essas ações também devem contribuir para melhorar a qualidade de vida da sua população, principalmente rural, garantindo produção sustentável, mínimo êxodo rural, além de contribuir para a conservação dos recursos naturais.

Uma das ações de convivência é ter sistemas de produção diversificados com cultivos alimentares, culturas de renda e, principalmente, pequenas criações, trabalhando com plantas mais resistentes e animais mais rústicos, ainda que menos produtivos. Uma outra ação é usar de estratégias para aumentar a eficiência no uso da água na produção agrícola. Por exemplo, aumento do teor de matéria orgânica nos solos, uso de adubações orgânicas e uso de cobertura morta para reduzir a evaporação.

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS)

Em 1909 criou-se o DNOCS, que recebia o nome de Inspetoria de Obras Contra as Secas. Um dos objetivos de sua fundação é dar dignidade aos sertanejos que vivem em regiões semiáridas e desenvolver projetos que mitiguem os impactos da seca.

O Decreto nº 11.198, de 15 de setembro de 2022, lista as competências do DNOCS. Algumas delas são:

– contribuir para a implementação e para a operação de ações, sob sua responsabilidade ou conjuntamente com outros órgãos, com vistas à melhor distribuição das disponibilidades hídricas regionais;

– implantar os planos e os projetos de irrigação e, em geral, de valorização de áreas, inclusive áreas agricultáveis não irrigáveis, que tenham por finalidade contribuir para a sustentabilidade do semiárido, e apoiar a sua execução;

– colaborar na elaboração de estudos de avaliação permanente da oferta hídrica e da estocagem nos seus reservatórios, com vistas à adoção de procedimentos operacionais e emergenciais de controle de cheias e de preservação da qualidade da água;

– promover estudos, pesquisas e difusão de tecnologias destinados ao desenvolvimento sustentável da aquicultura e de atividades afins.

O problema da desertificação

A desertificação é definida como um processo de degradação ambiental causada pelo manejo inadequado dos recursos naturais nos espaços áridos, semiáridos e subúmidos secos, que compromete os sistemas produtivos das áreas susceptíveis, os serviços ambientais e a conservação da biodiversidade.

As causas da desertificação estão prioritariamente ligadas às ações humanas. Sendo assim, podemos citar: o desmatamento, os incêndios florestais, as más práticas agrícolas e pecuárias e a excessiva exploração dos recursos naturais.

A desertificação gera graves consequências tanto para o meio natural quanto para a sociedade humana. Ela ocasiona, por exemplo, a diminuição da fertilidade dos solos, a perda da biodiversidade, a escassez dos recursos hídricos, a insegurança alimentar devido ao prejuízo na produção e oferta de alimentos, entre outras consequências.

Meio Físico, Biótico e Socioeconômico

A desertificação no mundo

A desertificação é um processo que ocorre em escala mundial, uma vez que, cada vez mais, o espaço natural vem sendo antropizado. Alguns exemplos de zonas no mundo que passam por um processo de desertificação são listados a seguir:

– O oeste da América do Sul, especialmente em parte do Chile;

– O sudoeste da América do Norte, em áreas do México e dos Estados Unidos;

– A região do Sahel, entendida como as bordas do deserto do Saara, localizado na África;

– A porção situada nas proximidades do deserto do Kalahari, também na África;

– A maior parte do território da Austrália;

– A Ásia, com destaque para a Ásia Central, China, Índia, Mongólia e países do Oriente Médio. Essas localidades vivem, inclusive, diversas disputas pelo controle de fontes de água.

A desertificação no Brasil

De acordo com o Atlas das Áreas Susceptíveis à Desertificação do Brasil, nosso país possui cerca de 1.340.000 km² de Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD). Com isso, atinge-se diretamente 30 milhões de pessoas. Do total da área, 180 mil quilômetros quadrados já se encontram em processo grave e muito grave de desertificação, concentrados principalmente nos estados do Nordeste, que têm 55,25% do seu território atingido em diferentes graus de deterioração ambiental.

As ASD estão localizadas nos nove estados da região Nordeste do Brasil, no norte de Minas Gerais e no norte do Espírito Santo. O bioma característico dessas áreas é a Caatinga, compreendendo cerca de 62% desta região. Porém, também encontra-se os biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. Este último é encontrado em uma parcela ínfima localizada ao norte do Estado do Maranhão.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirma que o processo de desertificação no Brasil é consequência do uso inadequado dos recursos florestais, principalmente da Caatinga e Cerrado, para o fornecimento de biomassa florestal no atendimento de considerável percentual da matriz energética do Nordeste e de outras regiões, por meio de desmatamentos; pelas práticas agropecuárias sem manejo adequado dos solos, provocando os processos erosivos e esgotando os solos;  pelo sobrepastejo na pecuária extensiva comprometendo a textura dos solos e com isso a regeneração da vegetação; e pelo manejo inadequado dos sistemas de irrigação, com a consequente salinização da terra.

A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas (UNCCD)

A UNCCD é reconhecida como o instrumento fundamental para erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável nas áreas rurais das terras secas. Ela tem por objetivo combater a desertificação e os efeitos da seca dentro de uma abordagem consistente com a Agenda 21 Global. Além disso, visa a realização do desenvolvimento sustentável das áreas afetadas.

Essa convenção estabelece padrões de trabalho e metas internacionais convergentes em ações coordenadas na busca de soluções qualitativas que atendam às demandas socioambientais nos espaços áridos, semiáridos e subúmidos secos, particularmente onde residem as populações mais pobres do planeta.

Combate à desertificação

A seguir, descreveu-se algumas alternativas já estudadas e disponibilizadas pela Empraba e seus parceiros para ajudar a combater a desertificação:

Recuperação da mata ciliar – Controla a erosão das ribanceiras das calhas dos rios e riachos, controla o aporte de nutrientes e de produtos químicos carreados aos cursos d’água, protege a zona ripária e filtra os sedimentos e nutrientes.

Reflorestamento – Regularização do ciclo hidrológico, prevenção da erosão, proteção à fauna, melhoria das condições geoambientais, aumenta os recursos hídricos, reduz os prejuízos na agricultura relacionados com enchentes.

Sistemas Agroflorestais (SAFs) – Custos de implantação e manutenção reduzidos, diversificação na produção, aumentando a renda familiar e melhorando a alimentação, favorece a recuperação da produtividade de solos degradados através de espécies arbóreas implantadas, melhora a estrutura e fertilidade do solo devido à presença de árvores que atuam na ciclagem de nutrientes, reduz a erosão laminar e em sulcos, aumenta a diversidade de espécies e aumenta a produtividade, devido a fatores interligados do sistema (sombra + conforto animal).

Barragem subterrânea – Contribui para a produção agropecuária familiar, minimiza os riscos da agricultura dependente de chuva, porque capta e armazena a água de chuva para produção de alimentos.

Poços rasos – Contribui para manter a família de pequenos produtores rurais no campo e amplia a renda familiar a partir da produção contínua de frutas e hortaliças.

Isolamento da área – Conduz a regeneração natural e enriquecimento da área para incremento da biodiversidade.

Acesse também:

Caatinga: muito além da seca que todos falam

Ameaças ao bioma exclusivamente brasileiro: A Caatinga

El Niño: Quais os Impactos e Consequências?

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Autor(a)

Thaynara Lopes

Engenheira Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com um período internacional na Universidad de Córdoba (UCO), na Espanha. Mestre em Ciência Florestal, com ênfase em Incêndios Florestais, pela UFV. Gosta de atuar na área de Conservação da Natureza, mas sempre com “um pezinho” no Manejo Florestal. Tem experiência em incêndios florestais, inventário florestal, inteligência artificial, Sistema de Informação Geográfica (SIG) e gestão.

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