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10 Dicas para um Carnaval Sustentável

Por Fernanda Carvalho

Em 20 de fevereiro de 2020
Carnaval - Mulher curtindo a festa

Carnaval é época de soltar a criatividade. Muita cor, brilhos e fantasias das mais diversas possíveis podem ser vistas nos bloquinhos que já estão desfilando pelas ruas de diversas cidades brasileiras. Mas você já parou para pensar na quantidade de lixo que emitimos durantes os dias de festa? São milhares de copos descartáveis, canudinhos, fantasias que nunca mais serão usadas e muito glitter. Tudo isso vai poluir nossas cidades depois que a festa termina. Pensando nisso, separamos 10 dicas incríveis para você curtir a folia no melhor estilo sustentável.

1- Confete de folhas

Uma alternativa divertida e sustentável às serpentinas de papel são os confetes naturais feito com folhas e flores. Tão coloridos quanto os de papel, eles são baratos, fáceis de fazer e não impactam negativamente o meio ambiente.

Para confeccioná-los basta juntar folhas e ou pétalas de flores secas que encontrar caídas nas ruas ou jardins (quanto mais tipos diferentes de plantas você coletar, mais coloridos ficarão seus confetes). Depois é só usar um furador de papel para cortar as folhas e pétalas em pedaços e guardar em um pote com tampa para cair na folia!

2- Glitter biodegradável

O glitter é considerado um dos vilões do carnaval. Como eles têm menos de 5 milímetros, são pequenos demais para serem filtrados no sistema de tratamento de esgoto e acabam parando nos rios e mares, podendo ser ingeridas pela fauna marinha.

Mas não se preocupe, existem algumas alternativas para você brilhar neste carnaval. Uma delas é o pó de mica. A mica é um tipo de rocha que inclui diversos minerais proximamente relacionados. Ela ocorre naturalmente no Brasil e é atóxica. Depois do uso, não há problema em voltar para o ambiente, de onde ela veio.

Você também pode produzir em casa o seu próprio glitter. É possível fazer glitter ecológico com gelatina vegetal, feita com alga ágar. Essa gelatina não precisa ir à geladeira para ficar firme e também não derrete em temperatura ambiente, como acontece com a animal (que é a gelatina mais comum usada para sobremesas). A receita leva apenas uma colher de sopa de gelatina vegetal em pó e meia xícara de água de beterraba gelada.

Também são alternativas ecológicas:

  • Sal com corante alimentício;
  • Pó de mica;
  • Açúcar com corante alimentício;
  • Pó de pimentão (páprica);
  • Gelatina com corante alimentício;
  • Pó de urucum (colorau);
  • Glitter de confeiteiro;
  • Filtro solar colorido;
  • Produtos de maquiagem.

3- Use copos reutilizáveis

Uma boa forma de evitar emissões de resíduos é a utilização de copos reutilizáveis. Você deve ter em casa algum copo que ganhou em festas ou eventos. Então, antes de sair de casa, lembre-se de pegar o seu copinho. Se ele tiver alça, melhor ainda. Basta prender uma cordinha colorida e cair na folia.

Biomas do Brasil

4- Prefira bebidas enlatadas

Na hora de beber, escolha bebidas vendidas em latas. Por ser altamente reciclável, a embalagem é mais sustentável do que garrafinhas de vidro ou de plástico, por exemplo. A reciclagem de latas de alumínio ainda gera renda para milhares de catadores no Brasil.

5- Não use canudinhos

O canudinho de plástico representa 4% de todo o lixo plástico do mundo e, por ser feito de polipropileno e poliestireno (plásticos), não é biodegradável, podendo levar até mil anos para se decompor no meio ambiente.

O problema do canudinho é semelhante ao do glitter, já que ele também gera microplásticos. E não adianta usar o canudinho de plástico, jogar na lixeira e achar que está tudo bem. Mesmo se descartado corretamente, e levado para aterros legalizados, o canudinho pode escapar pela ação do vento (principalmente por ser leve) e ser carregado pela chuva para mares e rios, impactando toda a fauna aquática. Estima-se que 90% das espécies marinhas tenham ingerido produtos de plástico em algum momento.

 6- Use fantasias upcycling

Se você é do tipo que tem um monte de roupas guardadas que não sabe mais nem para que servem, a dica é reinventá-las e criar sua própria fantasia de upcycling misturando peças e acessórios – ou resgatando aquelas fantasias de outros carnavais.

Tudo bem que você pode fazer questão de comprar aquela roupa novinha para divar total. Nesse caso, a dica é investir em marcas sustentáveis. Quando chegar do bloquinho ou da balada, é só lavar a peça e deixar secar para ela estar pronta para ser reutilizada.

7- Reveze fantasias com os amigos

Trocar de fantasia com os amigos para mudar de visual nos diferentes dias da festa é uma ótima ideia. A fantasia será mais aproveitada e vocês ainda vão economizar um dinheirinho.

8- Transporte sustentável

A melhor opção é sempre ir a pé ou de ônibus, mas se você não se sente seguro com nenhuma destas opções, pode optar por dividir um Uber/Cabify/Táxi com os coleguinhas para ir ao bloquinho. Juntos no mesmo veículo, vocês geram menos emissões de CO₂ e ainda economizam durante o trajeto.

9- Economize energia

Dá para economizar bastante energia durante o carnaval, principalmente porque a maioria das pessoas passa a maior parte do tempo fora de casa. Desligue tudo que puder ser desligado, apague as luzes e tire os aparelhos das tomadas.

10- Jogue o lixo no lixo

Se você fez seu glitter, seu confete, foi de ônibus para o bloquinho, reutilizou fantasias, levou o seu copinho e seguiu todas as outras dicas, esta parte vai ser moleza pra você. Jogar o lixo no lugar certo deve ser hábito diário de todas as pessoas. Básico, né?

Infelizmente, não é todo lugar que possui lixeiras próximas ou estação de coleta seletiva. Mas tente, então, se programar para levar um saco de lixo para descartá-lo em um local mais apropriado. Vale a pena o esforço!

E aí, você se lembra de mais alguma dica para um carnaval mais sustentável? Deixe-as nos comentários.

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Autor(a)

Fernanda Carvalho

Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa. Continuou seus estudos na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo da Vida Selvagem. Dedicou grande parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental no Meio Ambiente Florestal da Fibria Celulose S/A e como consultora em projetos de Inventário Florestal, Averbação de Reserva Legal e Mapeamento de Áreas, na Florestal Jr. Atualmente é mestranda em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela UFRJ, Consultora de Comunicação da Ocyan e Gestora de Conteúdo do blog Mata Nativa.

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