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Identificação de Fitofisionomias em Campo

Por Programa Mata Nativa

Em 22 de fevereiro de 2018
fitofisionomias em campo

É um fato incontestável que uma das maiores dificuldades em campo é a identificação e definição da fitofisionomia presente no fragmento de vegetação estudado.

O problema se intensifica quando nos deparamos com fitofisionomias presentes em áreas de transição entre biomas.

O Brasil possui três grandes áreas de transição vegetal, sendo elas: Amazônia-Caatinga, Amazônia-Cerrado e Cerrado-Caatinga, muito embora haja diversas outras regiões consideradas como ecótono, que se caracterizam por uma transição vegetal regional ou local, como é o caso dos vários pontos em Minas Gerais onde se encontram ecótonos entre a Mata Atlântica e o Cerrado ou mesmo entre o Cerrado e Caatinga.

Saiba também: Avaliação ambiental Estratégica

Então surge a pergunta: como identificar com precisão a fitofisionomia do meu campo de estudo? Certamente, a experiência é a melhor ferramenta, pois um profissional com boa vivência de campo terá maior facilidade na identificação. No entanto, para os não tão experientes, nem tudo está perdido.

Pode parecer um pouco óbvio, mas o primeiro passo para identificação de uma fitofisionomia é a pesquisa bibliográfica. Um erro muito comum de profissionais recém-formados, ou pouco experientes na identificação vegetal, é a chegada a campo sem um levantamento prévio da área.

Mas por que o levantamento de dados da literatura é tão importante, uma vez que cada fragmento de vegetação é único?

Entenda que a identificação da fitofisionomia é embasada no tipo de vegetação, altura dos espécimes, espécies presentes, tipo de solo, relevo, altitude, presença de serapilheira, presença de sub-bosque, epífitas, espécies indicadoras, etc. Essas variáveis determinam inúmeras fitofisionomias possíveis, em tipos de biomas distintos, assim como em áreas de transição vegetal. Logo, possuir uma previsão de possíveis fitofisionomias e tipos de vegetação a ser encontrado no fragmento alvo do estudo, é essencial para se identificar a fitofisionomia local.

No entanto, apenas uma previsão de possíveis fitofisionomias a serem encontradas na área de estudo não é o suficiente para a identificação exata, deve-se compreender os dados que foram levantados na bibliografia e a partir das interpretações, atentar-se aos detalhes de cada tipo de vegetação para só então definir qual tipo de fragmento está sendo analisado.

Coleta de dados do inventário florestal utilizando o Mata Nativa coletor

Quem acompanha minhas postagens no Blog Mata Nativa certamente sabe que sempre enfatizo a necessidade de um pouquinho de humildade e união entre os profissionais da área ambiental. Então, novamente vai a dica de ouro: se houver dúvidas referente ao que está sendo visto em campo, peça ajuda a um profissional mais experiente. Lembre-se, elaborar um estudo com precisão e excelência é muito mais honesto e profissional do que errar por estar com dúvidas.

Voltado às fitofisionomias, como estou em Minas Gerais, gosto sempre de exemplificar usando a área que conheço bem.

Em áreas de ecótono entre Cerrado e Mata Atlântica é muito comum encontrar vários fragmentos de vegetação detentores de fitofisionomias distintas, especialmente quando se trata de áreas com grande extensão. Nesses casos a primeira pergunta é: O fragmento analisado se trata de uma fitofisionomia onde predomina o Cerrado ou a Mata Atlântica?

Para ajudar a responder essa pergunta, muitas variáveis podem ser analisadas. Minha sugestão é começar pela presença de espécies indicadoras. Para o Cerrado, podemos citar o Pequi (Caryocar brasiliense), Pindaíba, também chamada de Articum (Annona coricea), Peroba-do-Cerrado (Aspidosperma tomentosum), Faveiro (Dimorphandra mollis), Barbatimão (Stryphnodendron adstringens), dentre outras e para a mata Atlântica, podemos exemplificar o Pau-Brasil (Paubrasilia echinata), Fruto-de-pedra (Humiriastrum dentatum), Ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus), Pau-d’óleo (Copaifera trapezifolia), Peroba (Aspidosperma polyneuron) e tantas outras.

As presenças das espécies citadas acima é um importante ponto de partida para a definição da fitofisionomia em uma região de transição, pois a partir da observação delas, podemos definir se há no fragmento estudado a predominância do Cerrado ou da Mata Atlântica. Mas lembre-se, a presença de um indivíduo isolado jamais pode ser usada como indicador. Caso aconteça, pode levar o estudo a erros graves. Logo, devemos atentar não apenas a presença das espécies indicadoras, mas também à abundância de indivíduos.

Entenda também: Custos e orçamento do inventário florestal

Propondo uma situação hipotética onde a área de estudo pertence ao Cerrado, vem a pergunta: mas qual a fitofisionomia?

As principais fitofisionomias do Cerrado são o Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerrado Ralo e Cerrado Rupestre, ressalta-se ainda, que as fitofisionomias variam de acordo com a bibliografia e autores consultados.

De maneira geral e sucinta, podemos descrever:

Cerrado Denso: vegetação predominantemente arbórea, cobertura arbórea de 50% a 70% da área e indivíduos variando entre cinco e oito metros de altura. A ocorrência principal desse tipo de vegetação é em latossolo roxo, vermelho-escuro, vermelho-amarelo e cambissolo, podendo estar presente em outros.

Identificação de fitofisionomias em campo



Figura 1: Diagrama de perfil (1) e cobertura arbórea (2) de um Cerrado Denso representando uma faixa de 40m de comprimento por 10m de largura
Fonte: Ribeiro e Walter, Fitofisionomias do Bioma Cerrado (1998)

O Cerrado Típico possui densidade inferior, sendo de 20% a 50% da vegetação em seu estado arbóreo e alturas médias de três a seis metros. Ocorre principalmente em latossolo vermelho-escuro, vermelho-amarelo e cambissolo, areias quartzosas e solos litólicos, podendo estar presente em outros.

Identificação de fitofisionomias

Figura 2: Diagrama de perfil (1) e cobertura arbórea (2) de um Cerrado Típico representando uma faixa de 40m de comprimento por 10m de largura
Fonte: Ribeiro e Walter, Fitofisionomias do Bioma Cerrado (1998)

Já o Cerrado Ralo, possui densidade vegetal entre 5% a 20% com uma vegetação com altura média entre dois e três metros. Essa é a forma mais baixa e menos densa onde o Cerrado se apresenta. Para esse tipo de fitofisionomia, o estrato herbácio-arbustivo é mais marcante que os demais.

fitofisionomias do bioma cerrado

Figura 3: Diagrama de perfil (1) e cobertura arbórea (2) de um Cerrado Ralo representando uma faixa de 40m de comprimento por 10m de largura
Fonte: Ribeiro e Walter, Fitofisionomias do Bioma Cerrado (1998)

Com uma cobertura vegetal de 5% a 20% do solo e indivíduos arbóreos variando até 4 metros, o Cerrado Rupestre possui características bem semelhantes ao Cerrado ralo, no entanto, se difere deste por comportar pouco solo entre afloramentos de rochas, daí o nome rupestre. Esse tipo de Cerrado é presente em solo litólico, originado da decomposição de arenito e quartzito e pobre em nutrientes.

fitofisionomias em campo cerrado

Figura 4: Diagrama de perfil (1) e cobertura arbórea (2) de um Cerrado Rupestre representando uma faixa de 40m de comprimento por 10m de largura
Fonte: Ribeiro e Walter, Fitofisionomias do Bioma Cerrado (1998)

Vale ressaltar que os quatro tipos de fragmentos vegetais citados acima são apenas utilizados para nortear nossos estudos, sendo que o Cerrado possui fitofisionomias diversas, cada uma com suas características específicas, tais como: campo Sujo, Campo Limpo, Cerradão, Vereda, Mata Ripária, Mata Seca, etc. No entanto, para abordar o tema com profundidade, caracterizando cada fitofisionomia presente nesse Bioma, seria necessário um estudo aprofundado complexo, sendo assim, o presente artigo teve como objetivo apenas demonstrar o caminho para a identificação das fitofisionomias em campo e exemplificar alguns tipos de fragmentos vegetais.

Por fim, podemos concluir que a experiência em campo, alinhada a um conhecimento da área a ser estudada por meio de levantamento bibliográfico é a melhor ferramenta para identificação de fitofisionomias.

Veja também: 

  • O que é certificação florestal?
  • O que esperar do setor florestal em 2018?
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