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Impactos da Guerra ao Meio Ambiente

Por Thalita Geovana Cassiano Ferreira

Em 10 de maio de 2022
Impactos da guerra ao meio ambiente
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Os impactos da guerra atuam sobre uma vítima direta e pouco evidenciada: o meio ambiente. Os bombardeios, lançamento de mísseis, movimentação de tanques e a destruição de infraestruturas provocam destruições na natureza. Na verdade, os impactos ocorrem antes mesmo da guerra iniciar. Existe uma alta demanda por recursos naturais para abastecer as tropas e sustentar as forças militares. E as consequências a longo prazo, para a população e a natureza, são inúmeras.

Guerra, civilização e meio ambiente

A origem das guerras implica na busca por novos territórios, exploração de recursos e trabalhos. Usando as palavras de Carlos Bocuhy, guerra representa um desequilíbrio civilizatório. Ailton Krenak, em seu livro Ideias para adiar o fim do mundo, aponta que a colonização se apoia no fato de que existe uma humanidade esclarecida que precisa “salvar” uma humanidade obscurecida. Contudo, questiona: somos mesmo uma humanidade? Uma humanidade que briga e se distancia do seu lugar natural?

Nas guerras, o que ocorre é uma devastação de locais, seres vivos e histórias. No entanto, a motivação é sempre disputa de poder. Segue-se, então, o que Krenak citou. Apesar da motivação, as ações baseiam-se em falsos objetivos e discursos de salvar povos e pátrias. Enquanto desestrutura organizações sociais, a guerra gera impactos ao meio ambiente. Frequentemente, limita o acesso a recursos, afeta a biodiversidade local, altera paisagens, lança poluentes no ar, água e solo.

Como consequência, ocorre a contaminação de rios, queima de plantações e degradação de florestas. Ainda, corre-se o risco de propagação de materiais tóxicos ou radioativos. Nesse sentido, os danos podem ser graves e lidar com as consequências ambientais significa enfrentar um grande desafio. Além disso, é necessário um planejamento a longo prazo — o que dificilmente ocorre. Dessa maneira, é exposta, sobretudo, uma tendência a subestimar os impactos da guerra sobre o meio ambiente.

Guerra da Ucrânia e meio ambiente

Iniciada em fevereiro de 2022, a guerra entre a Ucrânia e Rússia já trouxe inúmeras consequências negativas à população. Segundo relatório realizado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), ocorre uma reconfiguração das cadeias de suprimento com o aumento do preço de alimentos, combustíveis e fertilizantes. Nota-se que os produtos possuem um fator comum: são provenientes de recursos naturais.

Juntos, os países produzem cerca de 30% do trigo comercializado mundialmente e altas quantidades de fertilizantes. Com a interrupção, a subida dos preços é certa, enquanto a escassez de alimentos é uma preocupação. Os produtores cessaram o plantio e, agora, preocupam-se em abrigar familiares ou pessoas que fogem do bombardeio.

Grandes quantidades de elementos químicos poluentes são lançados na atmosfera a medida que o exército russo avança. Além disso, demanda um alto suprimento energético, que certamente provém de combustíveis fósseis. Também, ocorreram incêndios em dutos de gás e óleo, lançando materiais particulados carcinógenos. Ainda, a biodiversidade local está sendo impactada junto a importantes áreas úmidas.

Capazes de carregar grandes quantidades de substâncias químicas nocivas, as regiões ricas em carvão também gera alerta. Por consequência, pode-se ocorrer a contaminação de solo e alimentos, bem como exposição da população a metais pesados e materiais tóxicos. No entanto, o que mais traz receio são os ataques próximos a usinas nucleares. Já foi confirmado que a radiação de Chernobyl aumentou consideravelmente e soldados russos se expuseram a uma alta quantidade de radioatividade. Portanto, segundo María José Caballero, porta-voz do Greenpeace, o que ocorre é um ecocídio, sendo a destruição ambiental um uso bélico.

Guerras mundiais e impactos ao meio ambiente

Ao iniciar uma guerra, o objetivo torna-se destruir o território oponente. Acabar com os suprimentos e infraestrutura até que não sobre meios para resistência. Desde os primeiros relatos de guerra, o ataque aos recursos naturais é a principal maneira de desestabilizar o adversário. Assim, não sobra saúde ou qualidade de vida para a população. O que dá lugar ao caos. Já foi muito comum matar animais, colocar fogo em plantações e, até mesmo, envenenar fontes de água. Com o passar dos tempos e o avanço das tecnologias, as ameaças foram evoluindo.

Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), por exemplo, gerou problemas ambientais que possuem impactos atuais. Foram gerados lixos a níveis globais, trânsito de espécies invasoras, poluição industrial e precipitação nuclear. Além disso, já no final da Segunda Guerra, os Estados Unidos da América (EUA) jogaram uma bomba atômica em Hiroshima e em Nagasaki, cidades do Japão. As pessoas foram expostas à radiação, sofrendo, inclusive, modificações genéticas. O calor foi intenso e a radioatividade se espalhou por rios e lagos, além de formar chuvas ácidas.

Guerra do Vietnã

Dez anos depois, durante a Guerra do Vietnã (1955 – 1975), os EUA lançaram o Agente Laranja em selvas e campos do Vietnã. Esse herbicida foi jogado com o propósito de desfolhar as árvores para expor os inimigos e destruir safras agrícolas. No entanto, a consequência foi uma devastação ambiental: erosão do solo, inundações, perda de florestas e da capacidade de armazenar carbono, mudança do clima local, alteração na biodiversidade e acumulação de contaminantes na cadeia trófica. Cinquenta anos depois do fim da guerra, o solo vietnamita segue contaminado. Além disso, desde então a população passou a ter altas taxas de câncer, distúrbios respiratórios e epidérmicos.

Protocolo e Declaração de proteção ao meio ambiente

Diante de tal cenário de destruição, em 1977, foi incluído o artigo 35 ao Protocolo Adicional à Convenção de Genebra. O artigo institui que os métodos ou meios de guerra não são ilimitados, sendo proibido usar métodos que causem danos graves e de longo prazo ao meio ambiente. Mais tarde, em 1992, durante a 2ª Conferência Internacional do Meio Ambiente da ONU (ECO-92) foi lançada a Declaração Universal do Direito ao Meio Ambiente e ao Desenvolvimento Sustentável. Em tal documento, é explicitado que a guerra é contrária ao desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, os Estados devem respeitar o direito internacional de proteção ao meio ambiente em épocas de conflitos armados. Ainda, coloca que a paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes.

Dia Internacional para prevenção da exploração do ambiente em tempo de guerra e conflito

Conforme exposto, a proteção do meio ambiente é assegurada por declarações internacionais. Entretanto, a prática é diferente. Em tempos de conflitos, tais princípios tendem a ser desrespeitados. Animais são comumente mortos, solos e águas são poluídos e plantações são queimadas. Além disso, ocorre também a exploração de ouro, petróleo, madeira e diamantes. Dessa maneira, promove-se a morte de ecossistemas sem qualquer alarde.

Outra estratégia para defender o meio ambiente dos conflitos armados foi o estabelecimento do Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Ambiente em Tempo de Guerra e de Conflito Armado. Desde 2001, celebra-se no dia 6 de novembro por iniciativa da ONU. Assim, espera-se reconectar às pessoas ao meio ambiente, além de mostrar que a proteção ambiental só é possível se for mediada pela paz.

Paz e meio ambiente

Dessa maneira, conclui-se que a guerra só traz prejuízos ao meio ambiente. É necessário substituí-la pela paz para então alcançar os valores do desenvolvimento sustentável e a preservação da natureza. Além disso, o cenário de conflitos atrapalha qualquer tipo de esforço de demandas globais, como no caso da redução de emissão de carbono. É necessário priorizar o diálogo, a troca. Pois, do contrário, os impactos negativos atravessarão fronteiras.

Links relacinados:

  • O impacto no comércio e no desenvolvimento da guerra na Ucrânia
  • 50 anos depois, agente laranja continua contaminando o solo do Vietnã
  • DECRETO n.º 849, DE 25 DE JUNHO DE 1993
  • Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

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Autor(a)

Thalita Geovana Cassiano Ferreira

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), professora de Ciências da rede pública e redatora do Mata Nativa. Guiada pelos pilares da sustentabilidade, acredito que a Educação Ambiental seja a chave para a transformação e formação de cidadãos mais críticos e engajados com as pautas ambientais. Atuei com o desenvolvimento de planos setoriais urbanos e criação de cursos para comunidades tradicionais. Também participei de projetos de extensão, organizações não governamentais e dediquei-me a realizar pesquisas sobre Unidades de Conservação e Educação Ambiental.

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