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Informações Obtidas dos Levantamentos Fitossociológicos

Por Eduardo Luiz Pinto

Em 18 de outubro de 2016
Informações obtidas dos levantamentos fitossociológicos

As espécies vegetais presentes em áreas naturais são fundamentais para a biodiversidade dos ecossistemas, além de possuírem uma infinidade de usos para o ser humano e os animais. Dessa forma, o conhecimento das comunidades vegetais é imprescindível para o planejamento de qualquer empreendimento que envolva o meio biótico. A partir das informações estruturais e florísticas de uma área, pode-se subsidiar projetos de recuperação de áreas degradadas, bem como criar políticas públicas, delimitar áreas para conservação, realizar o manejo florestal, respaldar a supressão da vegetação, além de conhecer o potencial da área para o volume, área basal, entre outros. Por conseguinte, muito tem se utilizado os levantamentos fitossociológicos para a obtenção dessas informações. Mas, quais outras informações podem ser obtidas nos levantamentos fitossociológicos?

Os estudos fitossociológicos contribuem para o conhecimento da estrutura das comunidades, bem como o conhecimento da flora regional, subsidiando desta forma, o manejo, a recuperação e/ou conservação dos ecossistemas. A saber, a caracterização fitossociológica de uma floresta é realizada por meio da avaliação de diversos parâmetros que caracterizam a estrutura horizontal e vertical de uma área natural. Por isso, além de informações exclusivamente qualitativas, como a composição florística da comunidade, os parâmetros quantitativos assumem uma posição importante no estudo de um ecossistema florestal. Em suma, os principais parâmetros utilizados estão descritos a seguir.

1. Estrutura Horizontal

A estrutura horizontal consiste em informações acerca da quantidade, bem como da distribuição espacial dos indivíduos na superfície do terreno. Assim, com as informações obtidas dos levantamentos fitossociológicos, pode-se predizer sobre a ocupação e o ciclo das espécies na floresta.

Em síntese, os principais índices, utilizados para estimar a estrutura horizontal, incluem a frequência, a densidade, a dominância, os índices do valor de importância e do valor de cobertura de cada espécie amostrada. Nesse sentido, para conseguir entender o comportamento estrutural das comunidades vegetais, foram criados índices para a realização das estimativas.

1.1 Densidade

A densidade absoluta é o número de indivíduos de cada espécie ou do conjunto de espécies que compõem uma comunidade vegetal por unidade de superfície, geralmente hectare. Por outro lado, a densidade relativa considera a participação de cada espécie em relação ao número total de indivíduos de todas as espécies, sendo as informações obtidas em porcentagem. Portanto, utilizam-se as seguintes fórmulas:

Em que:

DAi = densidade absoluta da i-ésima espécie, em número de indivíduos por hectare;

n i = número de indivíduos da i-ésima espécie na amostragem;

N = número total de indivíduos amostrados;

A = área total amostrada, em hectare;

DR i = densidade relativa (%) da i-ésima espécie;

DT = densidade total, em número de indivíduos por hectare (soma das densidades de todas as espécies amostradas).

1.2 Frequência

A frequência permite entender qual o número de ocorrência de uma determinada espécie nas diferentes parcelas alocadas. Assim, realiza-se a mensuração desse parâmetro de forma absoluta e relativa. Primeiramente, a frequência absoluta é o número de parcelas que uma espécie ocorre, em porcentagem. Por outro lado, a frequência relativa é a relação entre a frequência absoluta de uma espécie pela soma das frequências absolutas de todas as espécies, também em porcentagem.

Em que:

FAi = frequência absoluta da i-ésima espécie na comunidade vegetal;

FRi = frequência relativa da i-ésima espécie na comunidade vegetal;

u i = número de unidades amostrais em que a i-ésima espécie ocorre;

u t = número total de unidades amostrais;

1.3 Dominância

A dominância é um parâmetro que mede a área basal de determinada espécie em relação a toda a comunidade. Dessa forma, expressa a influência de cada espécie na comunidade, por meio de sua biomassa. Nesse sentido, a dominância absoluta é obtida mediante a soma das áreas basais dos indivíduos de uma mesma espécie, por hectare. Logo, a dominância relativa corresponde a contribuição da área basal de uma espécie em relação à área basal total, obtida em porcentagem.

Em que:

DoA i = dominância absoluta da i-ésima espécie, em m2 /ha;

AB i = área basal da i-ésima espécie, em m2, na área amostrada;

A = área amostrada, em hectare;

DoR i = dominância relativa (%) da i-ésima espécie;

DoT = dominância total, em m 2/ha (soma das dominâncias de todas as espécies).

1.4 Valor de Importância

O índice de valor de importância expressa a relevância ecológica da espécie em uma comunidade, em termos da distribuição horizontal. Dessa forma, estima-se o parâmetro por meio do somatório dos índices relativos de densidade, dominância e frequência das espécies amostradas.

Em que:

VI = Valor de Importância absoluto

VIi% = Valor de Importância relativo

DR i = densidade relativa (%) da i-ésima espécie;

FR i = frequência relativa da i-ésima espécie na comunidade vegetal

DoR i = dominância relativa (%) da i-ésima espécie;

1.5 Valor de Cobertura

O valor de cobertura mensura a importância da quantidade de espécies e o grau de ocupação na área. Desse modo, estima-se o parâmetro por meio do somatório dos parâmetros relativos de densidade e dominância das espécies amostradas.

Em que:

DR i = densidade relativa (%) da i-ésima espécie;

DoR i = dominância relativa (%) da i-ésima espécie;

VCi Valor de cobertura;

VCi% Valor de cobertura em (%).

2. Estrutura Vertical

A análise da estrutura vertical, juntamente com a análise da estrutura horizontal, permite um estudo mais completo da vegetação. A estrutura vertical consiste no estudo dos estratos verticais da vegetação e, a partir disso pode-se estimar a importância de cada estrato para a floresta. Comumente, mediante as informações obtidas dos levantamentos fitossociológicos, dividem-se as espécies em estratos dominantes ou superior, intermediários ou médio, inferior e sub-bosque, que são determinados por meio da altura das árvores.

A estratificação pode ser realizada de diferentes formas, a depender do método escolhido. Por isso, os métodos mais comuns são a estratificação baseada na amplitude da altura, estratificação baseada na variância e na média da altura, estratificação considerando o desvio padrão da altura, estratificação vertical utilizando análise multivariada. Aquelas espécies que possuírem um maior número de indivíduos representantes em cada um desses estratos certamente apresentarão uma maior importância ecológica no povoamento em estudo. Por fim, a análise da estrutura vertical de uma comunidade arbórea é realizada por meio da posição sociológica absoluta e relativa e da regeneração natural.

2.1 Posição sociológica

Para a realização do cálculo da posição sociológica da espécie é necessário estabelecer os estratos de altura total dos indivíduos e, posteriormente, calcular o valor fitossociológico. Portanto, o valor fitossociológico consiste na relação entre o número de indivíduos de uma espécie pelo número total de indivíduos da comunidade estudada.

Em que:

VFij = valor fitossociológico da i-ésima espécie no j-ésimo estrato;

N = número total de indivíduos de todas as espécies em todos os estratos;

VFj = valor fitossociológico simplificado do j-ésimo estrato;

nij = número de indivíduos de i-ésima espécie no j-ésimo estrato;

Nj = número de indivíduos no j-ésimo estrato;

De acordo com o cálculo do valor fitossociológico é obtida a posição sociológica absoluta pelo somatório do valor fitossociológico absoluto da espécie de cada estrato e produto do número de indivíduos da espécie no estrato. Do mesmo modo, a posição sociológica relativa é obtida por meio da relação da posição sociológica absoluta da espécie pelo somatório da posição sociológica absoluta de todas as espécies, em porcentagem.

Em que:

VFij = valor fitossociológico da i-ésima espécie no j-ésimo estrato;

nij = número de indivíduos de i-ésima espécie no j-ésimo estrato;

PSAi = posição sociológica absoluta da i-ésima espécie;

PSRi = POS (%) = posição sociológica relativa (%) da i-ésima espécie;

S = número de espécies;

m = número de estratos amostrados.

2.2 Regeneração Natural

A regeneração natural consiste na germinação de sementes de descendentes das plantas arbóreas. Esse processo é fundamental para a recuperação de áreas degradadas, uma vez que ocorre o estabelecimento de plantas sem a intervenção humana. Por isso, é de suma relevância entender quais os parâmetros que regem o crescimento da regeneração natural.

Em síntese, os parâmetros são calculados utilizando as mesmas fórmulas que as utilizadas para árvores adultas, porém, considerando dados de árvores e parcelas em regeneração. Assim, com as informações obtidas dos levantamentos fitossociológicos obtém-se os valores das classes absoluta e relativa de tamanho da regeneração natural pela expressão (FINOL, 1971):

Em que:

CATi = classe absoluta de tamanho da regeneração da i-ésima espécie;

Nj = número total de indivíduos na j-ésima classe de tamanho;
CRTi = classe relativa de tamanho da regeneração da i-ésima espécie;

nij = número de indivíduos da i-ésima espécie na j-ésima classe de tamanho;

N = número total de indivíduos da regeneração natural em todas as classes de tamanho.

3. Obtenção dos índices no Mata Nativa

O Mata Nativa permite a realização de cálculos a partir das informações obtidas dos levantamentos fitossociológicos, assim como de inventário florestal e monitoramento de formações vegetais em qualquer domínio brasileiro. Assim também, pode-se obter outros índices como a diversidade, agregação, estrutura diamétrica, análises de qualquer tipo de amostragem do inventário florestal, entre outros. Em suma, a realização de todos os cálculos podem ser feitos de forma online, pelo Mata Nativa Web. Dessa forma, segue um exemplo de uso do Mata Nativa Web para cálculo dos índices do levantamento fitossociológico:

Para saber mais, entre em contato com nossos consultores. Compartilhe conosco as suas experiências na realização de levantamentos fitossociológicos, bem como sobre os cálculos.

Links relacionados

  • Finol, U.H. 1971. Nuevos parametros a considerarse em el analisis estrutural de las selva virgenes tropicales. Rev. For. Venezolana, 14:29-42
  • Índices do levantamento fitossociológico
  • Estrutura horizontal

Revisado por Kelly Marianne Guimarães Pereira em 26 de fevereiro de 2023.

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Eduardo Luiz Pinto

Com quase duas décadas de experiência, sou responsável pelo Sucesso do Cliente no Mata Nativa. Tenho dedicado minha carreira a aprimorar constantemente nossos serviços para atender da melhor forma possível às necessidades dos nossos clientes.

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