O Método do Ponto-quadrante, ou simplesmente Quadrantes, é um método que dispensa a instalação de parcelas, oferecendo maior rapidez em sua execução. Este método se baseia no fato de que o número de árvores por unidade de área pode ser calculado a partir da distância média entre árvores.
O ponto-quadrante é muito útil para levantamento da flora e para obtenção de informações para animais sésseis, desde que, a população possua distribuição espacial aleatória, sendo um método menos preciso para populações organizadas de forma uniforme ou agregadas. No primeiro caso, o uso da metodologia resulta em uma super estimativa na densidade, enquanto que no último há uma subestimativa. Isso porque a densidade da comunidade é estimada a partir da média das distâncias do indivíduo ao ponto central que define quatro quadrantes e, considera-se que a área média ocupada por indivíduo é igual ao quadrado desta distância média.
O método baseia-se no estabelecimento de pontos em uma comunidade florestal, que serão o centro de um plano cartesiano que definirá quatro quadrantes. A distância entre os pontos deve ser precisamente determinada, de maneira a evitar que um mesmo indivíduo seja amostrado em dois pontos diferentes.
O Método dos Quadrantes também apresenta outras vantagens:
- Redução da influência da forma da parcela sobre os resultados;
- Facilidade na locação dos pontos de amostragem;
- Maior área de amostragem;
- Maior consistência na comparação dos resultados obtidos em diferentes povoamentos do mesmo tipo de vegetação;
- Ganho no tempo de campo;
- Maior rapidez e eficiência, e menor necessidade de equipamentos e pessoal.
Como o número de árvores amostradas em cada ponto é limitado, é necessário assumir uma distribuição espacial completamente aleatória, para se ter uma estimativa mais precisa da densidade.
Em cada ponto de amostragem estabelece-se uma cruz formada por duas linhas perpendiculares com direção convencionada, delimitando 4 quadrantes. Em cada quadrante mede-se a distância do ponto até o centro do tronco da árvore mais próxima e registra-se a população (espécie ou outro táxon primário) a que o indivíduo pertence. Assim, a determinação de densidade é uma questão de saber a área média ocupada por um indivíduo.
Para evitar que um mesmo indivíduo seja medido mais que uma vez, a distância entre os pontos deve ser medida previamente. Uma forma de determinar a distância entre os pontos é a realização de uma mensuração prévia de no mínimo cinquenta distâncias entre dois indivíduos ao longo de uma comunidade, visando registrar as maiores distâncias existentes na floresta. Depois, é calculada a distância média destas cinquenta medições, que é elevada ao quadrado para a obtenção de um valor de distância mínima para o estabelecimento dos pontos ao longo da área. Em cada quadrante, é marcado e identificado o indivíduo mais próximo do ponto central que atenda aos critérios de inclusão da amostragem e, em seguida, é registrada a distância deste em relação ao ponto central do quadrante.
Onde, “d(i)” é a distância medida entre o indivíduo i e o ponto e “n” é o número de indivíduos registrados.
A limitação deste método está no número de árvores amostradas em cada ponto, o que torna necessário assumir uma distribuição espacial completamente aleatória, para se obter uma estimativa mais precisa da densidade. Consequentemente, é uma estimativa menos exata, podendo gerar superestimativas na densidade quando a população é uniforme ou subestimativas na densidade.
A frequência absoluta para estudos utilizando ponto quadrante pode ser calculada como o número de pontos em que determinada espécie ocorre, dividido pelo número total de pontos usados para amostragem da comunidade:
Onde, “Ji” é o número de pontos em que a espécie i foi observada e “K” é o número total de pontos na amostra.
No cálculo da densidade média, considera-se dados referentes à distância média e área média ocupada por indivíduo:
Onde, ”n(i)” é o número de indivíduos amostrados para a espécie i e ”u” é a unidade de área para a qual pretende-se realizar as inferências.
Já a cobertura pode ser calculada por:
Onde “a” é a área basal da espécie i obtido por meio da circunferência ou diâmetro e “n” é o número de indivíduos inventariados da espécie i.
Veja também: As siglas utilizadas no Mata Nativa
O valor de importância é obtido pela soma da frequência relativa, densidade relativa e a cobertura relativa:
VI = FR + DR + CR
Cálculos do Método Ponto Quadrante utilizando o Mata Nativa
Na tela inicial do Mata Nativa, basta selecionar a opção Ponto Quadrante, cadastrar um nome e data para o novo projeto.
A diferença básica entre os dados do método dos quadrantes e a amostragem casual é que existirão duas novas colunas no módulo DADOS: ponto e distância. Basta importar os dados coletados em campo ou sincronizá-los utilizando o Mata Nativa Coletor.
Mude para o módulo cálculos, escolha a aba estruturas e a sub-aba estrutura horizontal. Para fazer obter os resultados, basta clicar em Calcular e escolher as opções de cálculo desejadas. Pronto! Todos os resultados serão apresentados.
Veja também o texto sobre: Análise qualitativa no Mata Nativa
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