Os recursos florestais são imprescindíveis para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país. O conhecimento desses recursos é de suma importância para que seja tomada qualquer decisão relativa à exploração ou conservação dos mesmos, seja por parte de proprietários, empresários, pequenas e grandes industriais e, ainda, por municípios, estados, regiões e pela esfera federal.
É importante que se observe a relação de equilíbrio entre os recursos florestais explorados e a resiliência do ecossistema alterado, visando manter a sustentabilidade das populações enquanto estas se desenvolvem. A técnica utilizada para a obtenção das informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais e estimação da produção da floresta é o inventário florestal.
O Inventário florestal contínuo ou monitoramento, tem por objetivo verificar as mudanças que ocorrem em uma determinada população florestal, em um determinado espaço de tempo. São medições repetidas periodicamente, com uma estrutura de amostragem mais duradoura e que possibilita a remedição dos indivíduos ao longo do tempo através de unidades amostrais (parcelas) permanentes.
Para realização do monitoramento serão necessárias a alocação e medição de parcelas permanentes de inventário florestal contínuo, realizados em duas ocasiões distintas, de forma a possibilitar a quantificação das mudanças na arquitetura, na estrutura e composição florística, bem como avaliar o crescimento e evolução da floresta. Essa avaliação pode ser realizada tanto em processos de recuperação de área degradadas quanto em florestas adultas, desde que se realize medições em ocasiões sucessivas e periódicas.
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A questão essencial de um inventário florestal feito em ocasiões sucessivas é saber se o emprego exclusivo de unidades de amostra permanentes é a melhor alternativa em detrimento do uso de unidades de amostra temporárias e independentes, quando se considera o custo total do projeto. De qualquer forma, no monitoramento florestal, a amostragem por parcelas permanentes ou inventário florestal contínuo é o procedimento recomendado e o mais empregado.
No monitoramento, tanto na primeira ocasião quanto nas ocasiões sucessivas, todas as árvores das parcelas permanentes, considerando o nível de inclusão de DAP ≥ 5,0 cm, recebem uma plaqueta numerada e são avaliadas da seguinte forma: nome vulgar regional e científico, CAP ou DAP e as alturas comercial e total. Esses dados são anotados em fichas de campo ou gravados no aplicativo Mata Nativa Móvel e posteriormente, transferidos para o software Mata Nativa, permitindo, assim, sua análise a qualquer tempo futuro.
Os dados de monitoramentos de parcelas permanentes executados periódica e sucessivamente nas florestas manejadas ou não manejadas proporcionam as seguintes estimativas:
- Incremento periódico médio anual em diâmetro (IPD), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécies;
- Incremento periódico médio anual em área basal (IPB), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécies;
- Incremento periódico médio anual em volume (IPV), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécies;
- Crescimento bruto(Cb) e líquido (Cl), em número de árvore, em área basal e em volume;
- Mudança ou evolução do número de árvores (N), diâmetro médio (Dg), da área basal (B), do volume (V), por espécie, por grupo de espécies e por classe de diâmetro;
- Taxa de ingrowth (I%), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécie;
- Taxa de mortalidade (M%), por classe de diâmetro, por espécie e por grupo de espécies;
- Dinâmica da composição e da diversidade de espécies;
- Dinâmica da estrutura da floresta;
- Dinâmica da regeneração natural.
Em geral, os resultados obtidos dessas análises são fundamentais para se elaborar estudos de dinâmicas de sucessão, de crescimento e de produção florestal, bem como determinar as ocasiões, com qual intensidade e que tipos de tratamentos silviculturais deverão ser aplicados no manejo de florestas naturais.
Dessa forma, os projetos de monitoramento florestal, assumem também, a finalidade de fornecer informações atualizadas, suficientes e confiáveis sobre o estado dos recursos florestais e suas mudanças com o tempo, para embasar a definição de políticas florestais, a administração de recursos florestais e a elaboração de planos estratégicos, de curto e longo prazo, para o desenvolvimento e uso das florestas.
No Mata Nativa é possível realizar inventários florestais contínuos para florestas nativas e plantadas. Para isso, basta cadastrar um Projeto de Monitoramento e realizar a importação dos dados de duas medições sucessivas.
Sempre lembrando que deve haver a sincronia das planilhas a serem importadas para que o programa não acuse erro. Por isso, cada árvore no campo deverá receber uma plaqueta com o número de indivíduo, de forma que as medições sucessivas sejam realizadas na mesma árvore. Árvores que foram medidas na primeira ocasião e na segunda não foram encontradas ou medidas, serão tratadas como mortas. Já as árvores que foram medidas somente na segunda ocasião, serão consideradas árvores de ingresso (ingrowth).
Leia também: Mata Nativa Móvel x Ficha de Campo
Diante disso, aproveite e faça o acesso GRÁTIS do Mata Nativa, o melhor e mais completo software para elaboração e processamento de inventários florestais e plano de manejo florestal.
Referência Bibliográfica:
Notas de Aula de ENF344 – Manejo e Dinâmica de Florestas Nativas – Prof. Agostinho Lopes de Souza
Veja também:
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- Trabalhando com árvores de regeneração no Mata Nativa
- Análise Qualitativa no software Mata Nativa
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