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Os 4 Maiores Motivos de Mortalidade no Inventário de Qualidade e Como Evitá-los

Por Rodolfo Soares de Almeida

Em 13 de fevereiro de 2020
Inventário de Qualidade - Mulher segurando uma muda em meio a seca

O plantio é o primeiro passo em campo para se estabelecer uma floresta, tanto de produção quanto de proteção ou recuperação de áreas degradadas, portanto, todos os cuidados devem ser dados a esta etapa para evitar futuros problemas e gastos desnecessários.

O inventário de qualidade, realizado de 7 a 15 dias após plantio, é o primeiro ponto de controle que o a floresta recebe. Nele busca-se avaliar a qualidade do plantio e quantificar o índice de mortalidade presente, visando estabelecer zonas necessárias de replantio, garantindo assim uma floresta homogênea no futuro.

O replantio é necessário quando o índice de mortalidade ultrapassa o critério de sobrevivência estabelecido, ou seja, o replantio será necessário caso o índice de mortalidade justifique a operação de replantio. Na prática se realiza replantio quando no período de 15 a 30 dias após o plantio, o índice de mortalidade ultrapassar 5%.

1 – Qualidade e sanidade das mudas

As mudas utilizadas devem possuir parâmetros morfológicos (altura; diâmetro; pares de folhas; raízes novas) adequados para que elas sobrevivam as condições adversas do campo, bem como capacidade de rápido estabelecimento.

As características morfológicas variam de acordo com as espécies, sendo necessário observar os parâmetros para cada espécie. Contudo, de forma geral utilizam-se os seguintes parâmetros, 20-30 cm de altura; 3-4 mm de diâmetro, pelo menos um par de folhas maduras e com raízes novas aparentes. É importante ressaltar que devem ser observadas as relações entre altura e diâmetro, evitando mudas muito altas e com diâmetro muito estreito, o que causa uma instabilidade da muda resultando no tombamento da mesma.

Outra característica fundamental é a escolha de mudas de saudáveis. Evitem mudas com murchas, manchas enegrecidas, pústulas amareladas, estreitamentos na base do coleto, pois estas podem estar com sintomas de doenças bióticas e/ou abióticas. A presença dessas doenças prejudica o potencial de sobrevivência em campo.

2 – Erros no plantio

São erros ocasionados por falta de perícia na hora de se executar o plantio. Os principais erros neste momento são:

Erros na abertura de covas: A cova (ou berço) é o local onde a muda será plantada. É utilizada como uma área de solo preparada, ou seja, revolvida e livre de impedimentos para o crescimento inicial das raízes da muda. Caso a cova seja muito rasa, não comportará a muda de maneira adequada.

Contato da raiz com o adubo: Quando se utiliza a adubação de plantio aplicada no fundo da cova e caso o adubo utilizado seja salino, se faz necessário evitar o contato direto do adubo com a raiz da muda. O contato do adubo com a raiz causa a murcha e seca da planta, pois o adubo por ser salino, cria uma zona de concentração de solutos que aliado com a permeabilidade da membrana plasmática das células faz com que a água presente na planta seja drenada pelo efeito de osmose. Logo o adubo em alta concentração em contato com a raiz das plantas causam morte por dessecação. Evita-se isso misturando o adubo com o solo presente na cova.

Plantar torto: A técnica correta de plantio requer que a muda seja colocada reta e no centro da cova, evitando assim deformações no sistema radicular e que ela encontre resistência de crescimento em qualquer direção. Outro erro comum é “afogar” o coleto (enterrar a parte entre o caule e o início das raízes). Essa região é muito ativa biologicamente e sensível a mudanças de temperatura, quando se enterra dificulta assim a troca gasosa e aumenta a temperatura no tecido causando prejuízos ao crescimento da muda.

3 – Seca

A melhor época para o plantio é durante as estações chuvosas e quentes, pois a irradiação do sol e a disponibilidade de água são fundamentais para realizar a fotossíntese e os processos fisiológicos. Outro componente ambiental que influencia na eficiência das reações químicas é a temperatura, quanto mais elevada, maior será a atividade enzimática. Logo o verão e a primavera do hemisfério sul são as estações do ano que as plantas mais crescem.  Entretanto, é comum ouvir na prática o termo “Veranico”, que significa uma estiagem (falta de chuvas) no meio das estações chuvosas.

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Os veranicos são especialmente prejudiciais para a sobrevivência das mudas em campo, pois com as elevadas temperaturas e solo seco, a planta atua como um “canudo”, pois com a atmosfera com baixa umidade cria um elevado potencial hídrico, retirando assim a umidade das plantas através da transpiração e evaporação, e a planta por consequência drena do solo a água disponível. Caso não chova, ou não haja irrigação, a planta pode chegar a um estado de murcha permanente, no qual é irreversível, pois foram rompidas estruturas importantes para a sobrevivência da planta.

Portanto, para se evitar a seca algumas medidas podem ser tomadas:

Plantar na estação chuvosa: Observar a previsão climática e plantar em dias que há uma elevada chance de precipitação.

Criar uma bacia: Criar uma pequena bacia de contenção de água ao redor das mudas, para aumentar a eficiência de percolação (entrada de água no solo) ao redor da muda.

Irrigação: Caso o clima não esteja favorável, ou o plantio passou por um veranico, é imperativo a irrigação a fim de se evitar altas taxas de mortalidade. Recomenda-se 5 litros de água por planta, sendo realizada a cada 2/3 dias.

Utilizar gel hidroretentor (hidrogel): O hidrogel, ou gel de plantio, possui a capacidade de aumentar a retenção de água próximo à raiz das plantas, sendo que esta fica mais facilmente disponível para o consumo da planta. Esta tecnologia facilitou muito o plantio em estações secas do ano, já que o uso do hidrogel reduz a frequência de irrigação.

É importante ressaltar que o uso do hidrogel sem as devidas irrigações não é recomendado, uma vez que ele possui somente a função de reter a água próximo do sistema radicular, logo é necessário fazer as irrigações.

4 – Ataque de insetos

 A maior praga nos plantios florestais é a formiga cortadeira. Durante todo a ciclo das culturas florestais as formigas são constantemente uma ameaça de danos econômicos exigindo rondas e controles frequentes a esses insetos. Contudo é durante o plantio e o primeiro ano da cultura que os maiores danos podem ser observados, pois um pequeno formigueiro pode cortar (no ato de forragear as folhas) diversas mudas em questões de horas.

Esse ataque é mais voraz em mudas por duas grandes razões, o pequeno porte e por consequência um menor número de folhas, e por serem tenras e mais atrativas para as formigas. Portanto a recomendação é que o combate a formigas seja realizado antes do preparo da área e adote a politica de zero formigueiros durante o plantio e meses seguintes, a ponto de evitar que haja danos e mortalidade de mudas.

O combate pode ser realizado de diversas maneiras, sendo o mais usual a aplicação de iscas granuladas nos carreiros e olheiros de alimentação, sendo que este método é muito eficiente na eliminação de formigueiros todos os portes. É importante ressaltar que o combate é necessário nas áreas de entorno do plantio também.

Outro grande problema é o ataque de cupins, os quais causam danos no sistema radicular e no coleto das mudas, prejudicando a absorção de água e nutrientes, bem como seu transporte. O combate ativo é extremamente dificultado, uma vez que as espécies de cupins problemáticas normalmente constroem suas colônias no subterrâneo. Logo é recomendado que as mudas utilizadas para o plantio passem por um tratamento com cupinicida ainda em viveiro, sendo o sistema radicular tratado com a solução, dessa forma evitando o ataque as mudas.

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Autor(a)

Rodolfo Soares de Almeida

Engenheiro Florestal formado pela Universidade Federal de Lavras e University of Montana, Estados Unidos. Mestre e Doutorando em Engenharia Florestal com ênfase em Silvicultura e Genética Florestal pela Universidade de Federal de Lavras. Possui experiência nas temáticas de Sistemas Agroflorestais, Restauração Ecológica, Fertilidade e Nutrição de Plantas e Melhoramento Genético Florestal. Como membro do Núcleo de Estudos em Silvicultura dedicou a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas a Silvicultura. Trabalhou com Implantação de Florestas de Produção, Restauração Florestal e modelos de Reserva Legal produtiva, além de Mapeamento de Áreas prioritarias para Restauração. Atualmente colabora como redator do Mata Nativa.

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