As Florestas Plantadas no Brasil começaram há mais de um século, quando em 1903, Navarro de Andrade trouxe mudas de Eucalipto com a finalidade de produzir madeira para dormentes das estradas de ferro. Já em 1947 foi a vez do Pinus. Essas espécies se desenvolveram bem nas diversas regiões do nosso país, e a partir da década de 70, devido aos incentivos fiscais para o reflorestamento, foi ampliado consideravelmente as áreas de plantios florestais.
Desde então se investe muito em pesquisa sobre a silvicultura, e também na área de sistemas agroflorestais e silvipastoris que têm demonstrado resultados positivos nos aspectos econômicos, ambientais e sociais.
Com o avanço rápido das pesquisas e investimento de tecnologias o cenário de florestas plantadas muda anualmente. Vejamos a seguir qual é o atual cenário, com atenção especial voltada às áreas de plantios, principais espécies e mercado econômico.
Áreas de florestas plantadas em relação às regiões do Brasil
A área total de florestas plantadas no Brasil totalizou 7,83 milhões de hectares em 2018, mantendo-se praticamente estável em relação ao ano de 2017. Deste total, os plantios de eucalipto ocupam 5,7 milhões de hectares, enquanto as áreas com pinus somam 1,6 milhão de hectares. Já as outras espécies cultivadas, entre elas seringueira, acácia, teca e paricá, representam cerca de 590 mil hectares.
Com relação aos plantios de eucalipto estes estão localizados principalmente nos Estados de Minas Gerais (24%), São Paulo (17%) e Mato Grosso do Sul (16%). Nos últimos sete anos, o crescimento médio da área de eucalipto foi de 1,1% ao ano, com o Mato Grosso do Sul liderando, pois apresentou uma taxa média de crescimento de 7,4% ao ano. Já os plantios de pinus ocupam 1,6 milhão de hectares e concentram-se no Paraná (42%) e em Santa Catarina (34%), seguidos de Rio Grande do Sul (12%) e São Paulo (8%). Nos últimos sete anos, a área plantada manteve-se estável e concentrando-se cada vez mais dentro destes quatro Estados.
Do total de 7,83 milhões de hectares de árvores plantadas no Brasil, 36% pertence às empresas do segmento de celulose e papel; 29% são de proprietários independentes, que investem em plantios florestais para comercialização da madeira em tora; 12% da área plantada pertence ao segmento de siderurgia a carvão vegetal; os investidores financeiros, em geral por meio de empresas de gestão de investimento florestal, chamadas de Timos pela sigla em inglês, detém 10% dos plantios de árvores no Brasil; as empresas de painéis de madeira e pisos laminados possuem 6% das áreas plantadas; os segmentos de produtos sólidos de madeira possuem 4% desta fatia; e outros 3% completam o quadro de proprietários de áreas com árvores plantadas no Brasil.
Área Certificada
A certificação florestal, que atesta se o manejo florestal segue princípios e critérios de responsabilidade social, ambiental e econômica, vem se consolidando no Brasil por ser um diferencial de sustentabilidade e exigência de alguns mercados consumidores. Em 2018, o Brasil contabilizou 6,3 milhões de hectares certificados na modalidade manejo florestal, incluindo área produtiva, áreas de conservação e áreas destinadas a outros usos existentes nos empreendimentos certificados.
Se considermos apenas a área de árvores plantadas, o total certificado é de 3,5 milhões de hectares, o que representa aumento de 9,4% na comparação com o total certificado em 2017. Essas certificações são atribuídas por organizações independentes, como o Forest Stewardship Council® (FSC) e o Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC), representado no Brasil pelo Programa Nacional de Certificação Florestal (Cerflor).
Referência Mundial em produtividade
Podemos nos orgulhar sim! O Brasil é referência mundial pela tecnologia florestal, tendo a maior produtividade, considerando volume de madeira produzido por área ao ano, e uma das rotações mais curtas, considerando o tempo decorrido entre o plantio e a colheita das árvores do mundo. Em 2018, o Brasil apresentou uma produtividade média de 36,0 m³/ha.ano para os plantios de eucalipto, e 30,1 m³/ha.ano para os plantios de pinus.
Mesmo com o impacto das alterações climáticas no crescimento das plantações, principalmente o desequilíbrio do regime de chuvas em várias partes do território nacional, a produtividade de eucalipto apresentou um aumento médio de 0,5% ao ano, relacionado com os investimentos em pesquisa e melhoramento genético e a busca pelos melhores métodos silviculturais que as empresas fazem todos os anos. Neste mesmo período, a produtividade média do pinus apresentou um decréscimo de 0,8% ao ano, resultado associado à conversão das áreas de pinus de grandes empresas para plantios de eucalipto.
Novos investimentos e Geração de Empregos
Em 2018, as empresas investiram R$ 6,3 bilhões em pesquisa e inovação, em florestas e na indústria. Com a perspectiva de contínuo crescimento, mais recursos estão previstos. Até 2022, o setor investirá mais R$ 22,2 bilhões, inclusive em novos projetos de empresas como Bracell, Duratex e Klabin.
Além disso,ocorreram importantes consolidações do setor, como a fusão da Suzano com a Fibria, criando a maior empresa de celulose de mercado do mundo; a nova etapa da RGE, Bahia Specialty Cellulose (BSC), com a Lwarcel; a Ahlstrom-Munksjö adquirindo a unidade MD Papéis Especiais; e a movimentação da Eldorado e Paper Excellence. Essas importantes mudanças fortalecem ainda mais a posição do Brasil no mercado global de florestas plantadas.
O segmento de florestas plantadas tem ainda o importante papel de gerar oportunidades e transformar vidas ao abranger uma região de influência de cerca de 1000 municípios em 23 Estados. A geração de empregos diretos em 2018 cresceu quase 1%, para 513 mil, impactando 3,8 milhões de pessoas direta e indiretamente, assim o setor de árvores plantadas contribui para o desenvolvimento socioeconômico e a dinamização de economias locais.
O setor de florestas plantadas e sua contribuição para a economia
Comparando com o desempenho de grandes setores, como a indústria e a agropecuária, o segmento de árvores cultivadas para fins industriais cresceu muito mais. O setor impulsiona a economia nacional com um Produto Interno Bruto (PIB) setorial de R$ 86,6 bilhões, representando 1,3% do PIB brasileiro e 6,9% do PIB industrial. Este resultado foi 13,1% maior em relação ao ano de 2017.
O saldo da balança comercial foi recorde de US$ 11,4 bilhões. As exportações continuam impulsionando o crescimento do setor, com vendas de US$ 12,5 bilhões, aumento de 24,1% em comparação ao ano de 2017. Isso porque nunca antes vendeu-se tanta celulose no mercado mundial, com o Brasil conquistando a liderança na exportação desse produto. O bom momento vivenciado pelas indústrias do setor de celulose e papel foi impulsionado pela forte demanda no mercado externo, o que possibilitou o aumento nos níveis de produção e do preço de venda em real e em dólar.
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