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O Pinhão e Sua Importância Econômica, Ambiental e Social

Por Marina Stygar Lopes

Em 16 de junho de 2021
O pinhão e sua importância econômica, ambiental e social

Por seu sabor característico e presença regionalizada, o pinhão é muito apreciado no sul do Brasil. No post de hoje, vamos explorar o pinhão e sua importância econômica, ambiental e social. Esta semente pode também ser encontrada em alguns estados da região sudeste, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde existem alguns remanescentes de florestas com araucária. Importante para a economia e para a manutenção da biodiversidade, o pinhão também possui papel social devido à tradição envolvida e por ser grandemente apreciado na gastronomia. Portanto, este texto destaca o pinhão e suas peculiaridades.

A floresta de Araucárias

Esta floresta é uma formação vegetacional, também chamado de Floresta Ombrófila Mista, caracterizada pela presença marcante da Araucaria angustifolia associada a demais espécies, como: xaxim (Dicksonia sellowiana), pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii), araçá (Psidium cattleianum), cedro-rosa (Cedrella fissilis), araticum (Annona rugulosa), imbuia (Ocotea porosa), erva-mate (Ilex paraguariensis), canela-guaicá (Ocotea puberula), e canela-lageana (Ocotea pulchella).

Já a araucária é uma árvore de tronco cilíndrico e reto, com altura entre 25 e 35 metros, podendo chegar a 50 metros. É heliófila (precisa de muita luz solar), mas na fase de germinação e crescimento até dois anos, é beneficiada pelo sombreamento. É uma espécie exigente quanto às condições do solo, ocorrendo em solos muito férteis, profundos e bem drenados.

Em relação à fauna desse ambiente, temos que entre os animais que habitam essa floresta há destaque para a gralha-azul (ave símbolo do Paraná), gato-mourisco, cutia, jararaca, capivara, macaco-prego, jaguatirica, tamanduá, preguiça-de-coleira e o mico-leão-dourado.

A intensa exploração madeireira ocorrida da araucária e de outras espécies, como a imbuia, juntamente da expansão de áreas agrícolas, representam alguns dos fatores responsáveis pela redução expressiva da área ocupada pela Floresta de Araucária, que originalmente era cerca de 200.000 km². Atualmente, estima-se que há apenas 2% de mata preservada.

Biomas do Brasil

Conhecendo melhor o pinhão

Pinhão não é fruto. Pinhão é a designação genérica da semente de várias espécies de pinaceaes e araucariaceas (plantas gimnospérmicas) que se forma dentro de uma pinha fechada, que com o tempo se abre até que o pinhão seja liberado. No Brasil, o termo “pinhão” se refere às sementes da Araucaria angustifolia – também conhecida como pinheiro-do-paraná ou pinheiro brasileiro -, árvore símbolo do Paraná e de destacada importância econômica, ambiental e cultural no sul e em algumas partes do sudeste brasileiro.

A pinha constitui-se de uma esfera compacta com diâmetro aproximado entre 15 e 20 centímetros. Nos meses de maio e junho as pinhas ‘estouram’, porém em meados de abril já há autorização para o comércio e consumo do pinhão. Com o estouro, estes pinhões espalham-se num raio de aproximadamente cinquenta metros a partir da planta mãe. Porém, esta não é a principal forma de disseminação da Araucária, já que o homem e os animais se alimentam do pinhão e, assim, atuam no seu transporte e disseminação. Apesar da lenda de que a gralha-azul dissemina o pinhão, sabe-se que na verdade são os pequenos roedores terrestres, como os serelepes, os principais vetores da espécie.

O pinhão mede entre cinco e oito centímetros e tem a forma de uma cunha recoberta por uma resistente casca. A recomendação é que a semente seja colhida de pinhas que já caíram, pois assim está garantida sua maturação. Além disso, evita que a pessoa corra o risco de queda ao subir numa araucária. Mas mesmo sendo colhido dentro da época permitida, é proibido o consumo e venda do pinhão verde, pois se consumido desta maneira, pode prejudicar a saúde humana com problemas como a má digestão e náuseas, além de prejudicar a reprodução natural da espécie e prejudicar a disponibilidade deste alimento a diversos tipos de animais.

Propriedades e benefícios do pinhão

A semente é versátil e apreciada na gastronomia sul do Brasil, sendo consumida de diversas formas. A mais tradicional é na chapa do fogão a lenha, cozido ou então em outras receitas como o entrevero, paçoca e farofa. Em 100 gramas são fornecidas quantidades significativas de minerais, como o ferro, o cálcio e o fósforo, além de ser rico em calorias, sendo assim uma importante fonte de energia.

Alguns dos benefícios que o pinhão tem para saúde são:

• a perda de peso: mesmo sendo rico em gorduras, comer pinhões em uma base alimentar regular pode auxiliar na perda de peso;

• suporte cardiovascular: devido à presença de vitamina E, vitamina K, cobre, ferro e manganês, que ajuda o sistema cardiovascular;

• rico em ferro: nutriente essencial para muitos processos do corpo, incluindo a circulação e regulação do nervo;

• anti-envelhecimento: os antioxidantes nos pinhões retardam o processo de envelhecimento, ajudando a remover os radicais livres do corpo;

• saúde dos olhos: pinhões contêm luteína, um antioxidante que é crucial para a prevenção de doenças oculares, como a degeneração macular e catarata. Além disso, o pinhão também contém vitamina A, sob a forma de beta-caroteno;

• aumento de energia: devido à presença de proteína e magnésio, que contribui para melhorar os sintomas de fadiga, sendo benéfico para a libertação da tensão muscular e cólicas.

A cultura do pinhão nos estados do sul

Entre as espécies florestais nativas brasileiras, a araucária é, certamente, uma das mais emblemáticas para a população em geral. Em função de seu uso indiscriminado no passado, desde a segunda metade do século XX, está incluída nas listas de espécies ameaçadas de extinção.

No estado de Santa Catarina o pinhão é uma das comidas mais típicas do estado, sendo consumido assado ou cozido, destacando-se alguns pratos, como a paçoca de pinhão e o entrevero. O mesmo acontece no Rio Grande do Sul, estado em que o pinhão é tradicionalmente consumido nos meses de outono e inverno. No Paraná, são feitos os doces de pinhão, frango ensopado com pinhão, sopa de pinhão, cordeiro ao molho de pinhão e outras iguarias paranaenses. O pinhão é também apreciado como aperitivo. Existem também diversas “festas do pinhão”, que são festivais culinários, realizados em diferentes cidades do interior do estado, onde há grande ocorrência de araucárias.

Marco econômico do pinhão

Segundo dados do IBGE, os três estados do Sul do Brasil respondem por 99% da colheita nacional do pinhão, que dobrou de quantidade nos últimos anos impulsionada pelo crescimento da espécie no território paranaense.

Temos que no Rio Grande do Sul, a média histórica de produção gira em torno de 900 toneladas de pinhão por safra. Mas conforme levantamento realizado pelos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar junto aos agricultores extrativistas nas regiões produtoras, estima-se que em 2021 se colha entre 30 a 100% a mais de pinhão comparativamente à safra do ano anterior, variando conforme o município e região. Em São Francisco de Paula, que é o maior produtor gaúcho, a estimativa de produção para este ano fica em torno de 120 toneladas, envolvendo aproximadamente 150 famílias da agricultura familiar. A colheita é manual e se concentra no período que vai de abril a junho, podendo haver alguma oferta até meados de setembro, proveniente das variedades tardias. Em relação à estimativa de preços, esta apresenta bastante oscilação, variando de R$ 3,50/kg, quando a venda é realizada a intermediários/atravessadores, até R$ 12,00/kg em supermercados.

Já em Santa Catarina, a cidade de Painel é a maior produtora de pinhão. Santa Catarina, com 66 municípios que colhem a semente, só fica atrás do Paraná no ranking nacional. Por outro lado, o pinhão catarinense tem mais valor agregado do que o paranaense, arrecadando em média R$ 7,6 milhões por safra. É a partir de abril que a atividade extrativista de colher a semente se inicia e esta dura até julho, quando as pinhas mais tardias amadurecem. As estimativas de produção apontam para 8 mil a 10 mil toneladas em Santa Catarina, porém os dados preliminares do IBGE indicam uma produção até três vezes menor, de aproximadamente 3,2 mil toneladas. A grosseira diferença se dá pela falta de controle da produção consolidada em um mercado informal de vendas. A safra de pinhão no Paraná, que dura entre abril e junho, movimenta o trabalho de produtores e vendedores às margens de rodovias do estado, principalmente nas regiões mais frias, onde os pinheiros se desenvolvem naturalmente. A região de Guarapuava concentra 40% da produção de pinhão no Paraná, sendo a maior região produtora do estado. Em 2021, a estimativa da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento é de um aumento de 40% na produção, com base nas condições climáticas mais favoráveis para a araucária. No ano passado, a estimativa é que o Paraná produziu 4,28 mil toneladas de pinhão. Com relação ao preço de venda, este teve um aumento, sendo que no Centro-Sul o quilo é vendido por cerca de R$ 4,20 no campo e chega ao consumidor final no mercado varejista com preço oscilando entre R$ 7,50 a R$ 8,50/kg.

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Autor(a)

Marina Stygar Lopes

Engenheira Florestal pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Gestão Florestal, Mestra e Doutoranda em Engenharia Florestal também pela Universidade Federal do Paraná. Dedica sua pesquisa ao estudo da nanotecnologia aplicada aos recursos florestais. Anteriormente a carreira acadêmica trabalhou com inventários florestais em diversas regiões do Brasil. Atualmente, também atua como redatora do blog Mata Nativa.

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