Se você acompanha o nosso blog, certamente já leu algum texto relacionado à regulação florestal, principalmente nos artigos sobre planejamento da produção.
Regulação florestal é a determinação de estratégias para converter uma estrutura existente de classes de idades, de modo que ao final de um período de transição, obtenha-se uma estrutura de idades em progressão aritmética, onde as idades variam de um até a idade de rotação, em que a razão é o intervalo de colheita. Num conceito mais abrangente, regular a produção de uma floresta pode ser interpretada como determinar onde, quando, o que, quanto e como colher, de acordo com os objetivos do empreendimento.
A regulação é uma das atividades mais difíceis no planejamento florestal, pois além de demandar grande habilidade e experiência, é extremamente complexa devido ao grande número de variáveis relacionadas ou envolvidas no processo. A excessiva quantidade dessas variáveis demanda um modelo de planejamento confiável.
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Além disso, a regulação pode assegurar uma produção contínua dos vários produtos e usos da floresta e, por isso, está altamente relacionado à sustentabilidade, mesmo que esta não seja conseguida com facilidade, até porque os métodos convencionais utilizados nas tomadas de decisões, não constituem uma ferramenta muito precisa, principalmente quando pensamos nas decisões baseadas na intuição.
Ciclo de corte
A determinação da idade ótima de corte é muito importante no conjunto global das técnicas de manejo florestal.
A rotação de corte é a idade em que o povoamento é cortado, sendo também o número de anos que é empregado na função de produção.
A rotação regulatória é o intervalo de tempo ou período de transição necessário para converter uma estrutura existente na floresta em uma estrutura desejada ou regulada. Em outras palavras, é o número de anos decorridos entre uma colheita final e outra, correspondendo ao número de anos que deve ser usado numa análise de fluxo de caixa.
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A escolha da rotação é afetada pelos objetivos, condições financeiras e pelo mercado consumidor. Rotações mais curtas tendem a ser mais favorecidas, pois o fluxo de caixa ocorre mais cedo, o número de classes de idade a ser regulado é menor, e, com isso, os procedimentos de regulação tornam-se mais simplificados.
A rotação de corte pode ser menor, igual ou maior que a rotação regulatória. Ela é maior que a rotação regulatória quando a regeneração do novo povoamento se dá antes da colheita. É menor quando o povoamento é manejado em regime de corte raso e a implantação regeneração do novo povoamento é adiada por um ou mais anos. Elas são iguais quando o novo povoamento é implantado ou regenerado imediatamente após a colheita.
Horizonte de planejamento
O horizonte de planejamento é um período de tempo estimado durante o qual o empreendimento em análise será operado, podendo ser finito ou infinito. O horizonte é subdividido em períodos, normalmente em anos, e as ações ocorrem no início dos mesmos e é um dos primeiros fatores que devem ser observados quando avalia-se um projeto em que a regulação está implícita.
Para a regulação florestal, escolher o horizonte de planejamento longo gerará um grande número de variáveis e corre-se o risco dos planos futuros serem frustrados por fatores como mudanças nas condições econômicas, aparecimento de produtos concorrentes, alteração de custos e mudanças tecnológicas, dentre outros. O horizonte curto sacrifica a rentabilidade da solução e tem-se o risco de não se levar em consideração acontecimentos importantes que podem ocorrer após o período adotado para planejamento
Como a produção florestal é um processo de longo prazo, a validade dos dados deve ser considerada, visto que se o efeito dos compromissos futuros não forem levados em conta, pode haver uma otimização no fornecimento de madeira nos primeiros anos em decorrência da situação futura, podendo resultar em falta ou excesso no futuro.
Valor residual da floresta
Quando se trabalha com horizontes de planejamento finitos pode ocorrer um truncamento no último ano do planejamento, propiciado pelos diferentes anos onde uma dada alternativa de manejo recebe a última colheita.
O estoque residual é formado pelo crescimento de árvores com idade igual ao intervalo entre o último corte e o final do horizonte de planejamento. Dessa forma, torna-se necessária a utilização de um critério que além da valoração desse estoque, propicie um horizonte comum entre as alternativas de manejo, possibilitando, quando necessário, uma posterior comparação através de um critério financeiro.
Capacidade Produtiva
A capacidade produtiva pode ser definida como o potencial de produção de madeira de uma área para uma espécie particular ou tipo florestal. Ela tem relevância na regulação florestal, para a seleção de espécies, extrapolação de resultados experimentais, definição de unidades homogêneas para manejo, análise do efeito de adubações, a decisão sobre o regime de corte, melhoria na produtividade e na modelagem do crescimento.
Para a classificação da capacidade produtiva, podem ser utilizados métodos que se baseiam em características da vegetação, altura dominante, dados históricos, fatores climáticos, volume, fatores topográficos, propriedades do solo, parâmetros aleatórios das árvores e do povoamento.
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- Manejo florestal sustentável e sua importância
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