As Reservas Extrativistas (Resex’s) são unidades de conservação pertencentes ao grupo de uso sustentável, ou seja, são espaços territoriais protegidos. Elas têm como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura das populações tradicionais, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais dessas Unidades, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de pequeno porte.
Uma Reserva Extrativista é gerida por um Órgão Gestor. Se Federal, pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade. No Acre, é Estadual, pela Secretaria de Floresta. Também pode ter a participação do Conselho Deliberativo, presidido pelo Órgão responsável por sua gestão.
O Conselho é constituído por representantes de Órgãos Públicos, Organizações da Sociedade Civil e das Populações Tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da Resex. A consolidação de uma Resex se dá através da implementação do seu Plano de Manejo (Gestão), Plano de Utilização e Contrato de Concessão de Direito Real de Uso, nos quais estão estabelecidas todas as regras de ocupação e uso da Reserva. Esses instrumentos de gestão devem ser elaborados com a participação das Populações Tradicionais residentes na área e do Conselho Deliberativo.
A Reserva Extrativista foi desenhada como um modelo crítico aos desmatamentos crescentes ocorridos na Amazônia, transformando imensas áreas de florestas, ricas em biodiversidade, em campos de pastagens, para contrapor o modelo de desenvolvimento predatório e concentrador de riquezas adotado pelo Brasil desde 1970, em que a base era a expansão da pecuária extensiva. A economia gerada numa Resex não pode ser vista como de grande escala, capaz de concorrer com mercados adotados pelo capitalismo.
Trata-se de uma economia voltada à sustentabilidade da população tradicional ali residente, que, se bem organizada e trabalhada de forma coletiva, tem um cardápio de várias possibilidades que a floresta oferece: óleos, resinas, medicinal, látex, sementes, etc. Trata-se de um berço de experiência na gestão ambiental dos territórios, da produção e da governança.
Uma Reserva Extrativista traz benefícios para uma população tradicional e para o Governo por ser uma alternativa realista para a conservação ambiental e por propiciar atendimento das demandas socioeconômicas viáveis para a comunidade local. Normalmente os produtos gerados por uma Reserva Extrativista são látex, manejo sustentável da castanha, sementes florestais, extração de óleos de copaíba e andiroba, plantas medicinais, manejo florestal comunitário, caça e pesca para subsistências etc.
O vídeo abaixo mostra o cotidiano da Reserva Extrativista, a luta pelo território, a regularização fundiária, o manejo sustentável dos recursos naturais, a tecnologia social e a moeda social
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