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Principais Aspectos Sobre Resinagem de Pinus no Brasil

Por Marina Stygar Lopes

Em 23 de julho de 2021
Principais aspectos sobre resinagem de Pinus no Brasil

A resinagem é uma atividade florestal que tem a finalidade de coletar um produto não madeireiro de árvores vivas do gênero pinus, a goma resina. Esta é uma matéria-prima natural que serve de base para uma extensa cadeia de produtos. Portanto, este texto tem a finalidade de abordar os principais aspectos sobre resinagem de Pinus no Brasil, como os procedimentos de extração adotados e os produtos obtidos através da resinagem de Pinus.

Início da resinagem de pinus no Brasil

A resinagem de pinus no Brasil teve início na década de 70, quando uma empresa portuguesa estabeleceu aqui as suas atividades devido à elevação do custo da mão de obra em Portugal.

As primeiras operações de resinagem tiveram início nos Estados de São Paulo e Paraná, seguindo as mesmas técnicas e equipamentos que eram usados para o Pinus pinaster em Portugal. Porém, aqui no Brasil a espécie destinada à resinagem é o Pinus elliottii, espécie originária do sudeste dos Estados Unidos, que teve boa adaptação nas regiões sul e sudeste do Brasil devido ao clima mais ameno.

Com o passar do tempo as operações de resinagem em nosso país passaram por adaptações, como a troca do recipiente coletor, que proporcionaram melhores resultados.

Atualmente, os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, concentram os maiores polos produtores de resina do país, seguidos do Paraná e Santa Catarina que possuem um grande potencial econômico na área de resinagem.

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A condução de plantios do Pinus elliottii para resinagem

O Pinus elliottii é destinado à produção de madeira serrada e chapas, além da exploração comercial de resina, tendo grande aceitação no mercado devido ao alto teor de pineno.

A espécie se destaca pela sua facilidade nos tratos culturais, rápido crescimento e resistência à geada. Porém, o planejamento de plantio e manejo desta espécie deve ser bem feito para garantir o seu melhor aproveitamento.

Como todo plantio de Pinus, algumas atividades de manejo na fase inicial de implantação do povoamento devem ser realizadas, como adubação adequada quando necessário, o combate à formiga e controle de plantas daninhas. Estas atividades representam custos que devem ser adicionados ao planejamento.

Num segundo momento, deve ser estabelecido o espaçamento entre as mudas no plantio. O espaçamento influencia na taxa de crescimento diamétrico do tronco das árvores, na qualidade da madeira produzida, na idade de corte, nas idades e intensidades de desbaste requeridas e em outras práticas silviculturais como a desrama. Normalmente, o espaçamento 3,0 m x 2,0 m é o mais utilizado, pois facilita a realização dos tratos culturais que posteriormente serão realizados.

É comum o processo de resinagem ter início em florestas com idades superiores a 8 anos, onde normalmente são selecionadas árvores com DAP médio de 18 a 19 cm. Sabemos que quanto maior o número de indivíduos em relação a uma determinada área, menor será o seu crescimento em diâmetro, portanto para que seja atingido estes valores os plantios com esta idade têm uma população média de 800 a 1.000 árvores/ha, ou seja, um desbaste na área já deve ter sido realizado, sempre privilegiando as árvores de melhor qualidade, eliminando as defeituosas que terão baixa produção de resina. É importante lembrar que ao desbastar uma floresta estamos antecipando parte das receitas. Outra prática a ser realizada é a desrama das árvores remanescentes após o desbaste.

Antes de ser iniciada as operações de resinagem, deve ser realizada uma roçada para eliminar plantas não desejadas na área, podendo ser realizada pelos métodos manual ou mecanizado. A roçada é muito importante, pois facilita a locomoção dentro do talhão, elimina a concorrência por água e nutrientes do solo e, principalmente, dá acesso à parte inferior do tronco, visto que as operações de resinagem são realizadas na porção inferior da árvore.

Dos procedimentos para extração da resina

A época recomendada para se iniciar as operações de resinagem é durante o inverno com a instalação, que demanda certo tempo para ser bem realizada, porém garante uma boa produção. Esta etapa consiste em alisar o tronco da árvore, utilizando como ferramenta um raspador de tronco. Assim, são eliminadas as irregularidades e a casca da árvore é nivelada de forma que não cause ferimento no lenho.

As etapas seguintes consistem na realização de um entalhe na casca da árvore, com profundidade próxima ao lenho, para a fixação do recipiente coletor de resina com altura suficiente para que sua base fique apoiada no chão. Para fixar o saco plástico na árvore, utiliza-se arame encaixando o saco plástico no entalhe.

Em seguida, é feita a abertura da estria, utilizando um estriador, e aplicação da pasta estimulante. O corte é aberto visando atingir o lenho sem feri-lo, para que os canais resiníferos fiquem expostos. A pasta estimulante é aplicada de forma uniforme diretamente na parte superior da estria, para que os canais resiníferos não se fechem. É comum realizar estrias a cada 15 dias aproximadamente.

Temos ainda, que durante as operações de resinagem parte da resina escorre até o saquinho e parte fica grudada no tronco, portanto surge a necessidade de coletar essa goma usando um raspador de goma. Em geral esta atividade é realizada uma vez ao ano.

Por fim, se tem a coleta que é realizada manualmente ao remover a goma do saquinho e colocá-la nos baldes coletores. A goma dos baldes coletores é transferida para tambores ou para um tanque granel, alguns inclusive rebocados dentro dos talhões por tratores. E finalmente, são realizadas preparações para as demais safras, sempre no inverno. As preparações consistem em colocar o saquinho um pouco abaixo da última estria cortada. Os saquinhos devem ser revisados e caso haja necessidade devem ser substituídos.

Produtos derivados da resinagem

A goma resina é uma pasta esbranquiçada, espessa e viscosa, sendo ela um mecanismo natural de defesa da planta, pois ao sofrer a estriação ela é expelida pela árvore para estancar e cicatrizar as feridas. Da goma são obtidos os produtos/resinas – breu (80% da resina) e terebintina (20% da resina) – aplicáveis em variados setores da indústria, tanto em suas formas originais como após sofrerem modificações.

O breu é um produto utilizado há muitos anos, inicialmente sendo utilizado nas construções navais e como impermeabilizante em cordas e tecidos. Trata-se de um produto sólido e de coloração amarelada. Devido às diversas reações que o breu pode passar, esse material se torna cola e adesivo ou cera para depilação. Além disso, pode servir como matéria-prima para tintas, vernizes, borrachas sintéticas e produtos alimentares.

Já a terebintina é constituída por uma grande variedade de terpenos, sendo inflamável, de forte odor, não misturável em água e de sabor amargo. A terebintina é muito utilizada como solvente de tintas, mas também pode ser utilizada nas indústrias farmacêuticas, de cosméticos e fragrâncias, na produção de óleo de pinho, detergentes, desinfetantes, entre outras.

Portanto, estes são os principais aspectos sobre resinagem de Pinus no Brasil, atividade esta crescente e de grande potencial, que já coloca o Brasil como o segundo produtor mundial, e possui os benefícios de geração de novos empregos e antecipação de renda nos plantios florestais.

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Autor(a)

Marina Stygar Lopes

Engenheira Florestal pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Gestão Florestal, Mestra e Doutoranda em Engenharia Florestal também pela Universidade Federal do Paraná. Dedica sua pesquisa ao estudo da nanotecnologia aplicada aos recursos florestais. Anteriormente a carreira acadêmica trabalhou com inventários florestais em diversas regiões do Brasil. Atualmente, também atua como redatora do blog Mata Nativa.

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