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03 de Maio: Dia Nacional do Pau-Brasil

Por Thaynara Pereira Albuquerque

Em 3 de maio de 2022
Dia Nacional do Pau-Brasil
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No dia 03 de maio comemora-se o Dia Nacional do Pau-Brasil. Desde já, ressalta-se a importância dessa espécie para o país. Juntamente com o valor para a biodiversidade brasileira, o Pau-Brasil originou o nome do país e sua árvore ocupa a posição de símbolo da nação.

A criação desta data aconteceu em dezembro de 1978. O presidente da época, General Ernesto Geisel, sancionou a Lei 6.607, definindo o Pau-Brasil como Árvore Nacional e 03 de maio como a sua data comemorativa.

A comemoração deste dia tem como objetivo organizar ações de reflorestamento. Além disso, visa a conscientização da sociedade sobre a importância desta espécie na história do país.

Características da espécie

Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis é o atual nome científico do Pau-Brasil, com seus respectivos autores. A espécie é nativa das florestas tropicais brasileiras, e ocorre predominantemente em três fitofisionomias da Mata Atlântica: Floresta Estacional Semi-decidual, Floresta Ombrófila Densa e em Restingas. Além disso, considera-se a espécie como endêmica do Brasil. Em outras palavras, sua ocorrência é restrita ao país, não sendo possível seu desenvolvimento em outro ambiente.

Origem do nome

O nome popular mais difundido da espécie é “Pau-Brasil”. Porém, há outros nomes associados a mesma, como: Pau-Vermelho, Árvore do Brasil e Ibirapitanga. Esse último nome era como os índios se referiam as árvores da espécie, cujo significado é “madeira vermelha”.

Atualmente, já é de consenso dos historiadores que o nome do país se originou da espécie Pau-Brasil. Porém, de onde veio esse nome popular da espécie?

Acredita-se que o termo “Brasil” se refere à cor da resina encontrada na madeira. Segundo pesquisadores, esse termo e suas variações se originam da palavra latina “brasilia”, que tem como significado “cor de brasa” e “vermelho”. Portanto, como a resina avermelhada se encontra na madeira, a espécie ficou conhecida como “Pau-Brasil”.

Morfologia e ecologia

As características morfológicas e ecológicas de uma espécie é fundamental para a identificação e proteção da mesma. Com isso, sabendo-se as formas que a espécie apresenta, as necessidades para se desenvolver e a maneira como se reproduz, é possível viabilizar a sua reprodução e perpetuação no ambiente.

Nesse sentido, o Pau-Brasil é considerado uma espécie clímax. Em outras palavras, ela necessita de sombra, melhores condições de solo e disponibilidade de água e nutrientes para se desenvolver.

O ritmo de crescimento dessa espécie é de médio a lento, podendo atingir alturas que variam de 5 a 30 metros. A copa da árvore é larga, ampla e irregular, proporcionando sombreamento do solo.

As folhas são compostas e bipinadas, podendo haver variações no tamanho – como citado acima. As flores têm tons amarelados, e surgem entre os meses de dezembro a julho. Em contrapartida, a frutificação ocorre entre junho e outubro, e os frutos são do tipo vagem capsulada. Ainda, há cerca de duas a três sementes por fruto, que são dispersas, principalmente, por autocoria.

Ao considerar a madeira do Pau-Brasil, a densidade e dureza são atributos presentes na espécie. Além disso, considera-se a madeira como compacta e muito resistente a ataques de agentes xilófagos – fungos e cupins. Além disso, a cor avermelhada do cerne é a característica mais marcante da espécie e, por isso, seu corante vermelho foi usado por muitos anos pelos europeus para fabricar tecidos de luxo e tinta para escrever.

Curiosidades taxonômicas

A espécie compreende pelo menos três ecótipos diferentes. Tal variação é perceptível nas folhas – fórmula foliar, forma de folíolo e tamanho – e na estrutura anatômica da madeira. Nesse sentido, estudos genéticos recentes comprovaram essas diferenças anatômicas e morfológicas entre as subpopulações.

Apesar disso, até o momento nenhuma subespécie ou variedade foi oficialmente reconhecida. Com tudo, popularmente, chama-se tal variação como “pau-brasil-folha-miúda”, “pau-brasil-folha-de-café” e “pau-brasil-folha-de-laranja“.

Atualmente, há cinco áreas de ocorrência natural do Pau-Brasil com notável diferença. Tais áreas se localizam nos estados do Espírito Santo, Bahia, Paraíba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

Pau-Brasil e a história do Brasil

A descoberta do Pau-Brasil veio junto com o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral, por volta de 1500. Sobretudo, a exploração dessa espécie começou logo em seguida, dando início a relação entre a história do país e esta árvore fantástica.

Antes de tudo, é importante contextualizar o grande interesse dos europeus pelo Pau-Brasil. Nesse sentido, historiadores apontam que na Europa medieval já se conhecia uma árvore semelhante ao Pau-Brasil.

Porém, registros apontam que essa árvore, originária da Ásia, tinha a sua madeira e o corante conhecidos por nomes como “brecilis” e “brezil”. Tal corante era utilizado para tingir tecidos na Europa, e esse nome circulava em diversas partes do continente, já nos séculos XII e XIII.

Diante desse contexto, com a chegada dos portugueses ao Brasil, enxergou-se a árvore como mercadoria potencial para revender na Europa e, assim, iniciou-se a sua exploração. Ainda, a utilização dessa espécie foi a primeira atividade econômica exercida pelos portugueses no país – que era colônia na época.

Biomas do Brasil

Fernando de Noronha e a exploração do Pau-Brasil

De acordo com historiadores, o primeiro homem a explorar o Pau-Brasil foi o português Fernão de Noronha. Juntamente com o direito de exploração, Fernão de Noronha recebeu uma ilha como Capitania – a atual ilha de Fernando de Noronha.

A partir daí, o português organizou a exploração da espécie e, por volta de 1511, ocorreu a primeira exportação de Pau-Brasil para Portugal. Estima-se que 5 mil toras foram exportadas em um navio, e com isso, aumentou-se o interesse pela espécie.

Exploração e a ameaça de extinção

Assim como dito anteriormente, a exploração do Pau-Brasil tornou-se a principal atividade econômica dos colonizadores. Devido à abundância da madeira em todo o litoral e do trabalho escravo indígena, a extração da espécie era a alternativa mais fácil e rentável na época.

Todavia, com o intuito de assegurar os seus interesses, a Coroa Portuguesa regulamentou a exploração do Pau-Brasil. Ademais, além da autorização expressa da Coroa, havia a obrigatoriedade do pagamento de taxas que garantiam que a riqueza não fosse retirada do país sem vantagens para os portugueses.

Dessa forma, a exploração intensa da espécie tomou proporções enormes, levando a quase extinção da mesma. Por esse motivo, desde 1992 o Pau-Brasil se encontra na lista brasileira de árvores com risco de extinção, e seu corte é proibido. A saber, em 2012, criou-se o Programa Nacional de Conservação do Pau-Brasil, tornando-a a única espécie no país protegida por uma lei exclusiva.

Possíveis usos

Atualmente, como já citado, proíbe-se a extração do Pau-Brasil no país. Contudo, a espécie apresenta grandes potenciais de uso. A madeira é considerada excelente para cortes finos, já sendo muito utilizada na construção de arcos de violino.

Outro uso de importância histórica são os óleos, resinas e corantes extraídos da madeira. O corante avermelhado, denominado brasilina ou brasileína, era muito empregado pela indústria têxtil, para o tingimento de tecidos da nobreza. Ainda, fabricavam-se tintas a partir do corante para utilizá-las na escrita.

Contudo, há usos de alta relevância e que favorecem a proteção e perpetuação do Pau-Brasil. O primeiro é a utilização da espécie na recomposição florestal. Esse uso é importante não só para a reprodução da espécie, como também na reconstituição da paisagem. Do mesmo modo, a presença do Pau-Brasil na arborização urbana é outro exemplo de uso. Indica-se a espécie para parques, praças e jardins, por possuir características ornamentais.

Links relacionados:

  • LEI n.º 6.607 DE 07 DE DEZEMBRO DE 1978
  • Os Desafios para a Conservação da Mata Atlântica
  • Pau-brasil em São Paulo: um exemplo de cidadania e amor à vida
  • Programa Nacional de Conservação do Pau-Brasil

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Autor(a)

Thaynara Pereira Albuquerque

Sou Técnica Florestal pelo IF Sudeste MG – Campus Rio Pomba e Engenheira Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Curso Mestrado em Ciência Florestal na UFV, com ênfase em mudanças do clima, inventário de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) e remoção de carbono por lavouras de café. Desde o início da minha vida profissional, tenho grande interesse pela área de economia ambiental, sustentabilidade e manejo florestal, e por isso, gosto de escrever sobre tais temas.

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