No inventário florestal, conceitua-se distribuição diamétrica como sendo a distribuição do número de árvores por hectare (N/ha) ou densidade absoluta (DA) da comunidade florestal por classe de diâmetro (DAP). A estrutura diamétrica é também denominada de distribuição diamétrica ou distribuição dos diâmetros. A estrutura diamétrica da espécie é a distribuição do número de árvores por hectare, por espécie e por classe de DAP. Para analisar tal distribuição, as árvores com DAP igual ou maior que o nível de inclusão (≥5 cm) são classificadas e contabilizadas em classes de DAP, com uma amplitude de 5 cm, sendo o primeiro centro de classe de diâmetro, 7cm e variando de 5 em 5 cm (7, 12, 17, 22, 27…).
Nesse post, quero mostrar como é realizado o cálculo da estrutura diamétrica por classe de diâmetro, no Mata Nativa e passar algumas dicas de interpretação dos resultados. Dessa forma podemos analisar não só o número total de árvores por hectare de cada espécie, mas também o número de indivíduos amostrados (N), a área basal (AB), a dominância (AB/ha), o volume amostrado e volume por hectare em m3.
4 passos para o cálculo da estrutura diamétrica por classe no Mata Nativa
Para gerar os resultados no software, o primeiro passo é selecionar o módulo “Cálculos”, o segundo, selecionar a aba “Est. Diamétrica”, o terceiro selecionar a sub-aba “Classe” e o quarto passo clicar no botão “Calcular”. Na Figura 1, a sequência dos passos na tela do Mata Nativa.
Figura 1 – Cálculo da distribuição dos parâmetros por classe de diâmetro
Após realizar os quatro passos, na tela “Opções de cálculos – Est. Diamétrica – Classe”, o primeiro passo é a configuração da amplitude da classe de diâmetro. No passo 2, define-se o limite inferior da primeira classe de interesse, geralmente o valor do nível de inclusão para DAP, aqui defini como 5 cm. No terceiro passo, selecionar todos os parâmetros ou apenas os de seu interesse. Vale lembrar que é nessa sub-aba que se realiza o cálculo de volume total por classe de diâmetro e o volume total por hectare por classe de diâmetro, conforme a Figura 2. No passo 4, para cadastrar o parâmetro volume e volume/ha, clicar no botão “Inserir”, e assim abrirá uma linha para edição dentro do quadro “Outros Parâmetros”. Fazer o cadastrado em nome, para volume a sugestão é VT, a fórmula deverá ser selecionada através da seta preta. Com um novo clique em “Inserir”, repetir os passos mencionados, porém com o nome VT/ha, e selecionar a caixa na coluna “Por Área (ha)”.
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Figura 2 – Configuração para cálculo da estrutura diamétrica por classe.
Dicas de interpretação dos resultados – parâmetros por classe de diâmetro
A distribuição diamétrica consistiu em agrupar os indivíduos em classes de diâmetro, com amplitude de 5 cm, abrangendo o menor centro de classe de 7,0 cm e o maior de 22,0 cm, distribuídos em 4 classes, conforme resultado na Tabela 1.
Cerca de 83% dos indivíduos estão inclusos nos centros de classes mais baixas (7, 12 e 17 cm de DAP), indicando predominância de estágio inicial de sucessão. Assim, a estrutura diamétrica na área de estudo segue a tendência geral das curvas de distribuição diamétrica das florestas inequiâneas, com distribuição exponencial negativa em “J”- invertido, conforme a Figura 3.
Tabela 1. Parâmetros populacionais por classe de diâmetro. Em que: N = número de indivíduos, AB = área basal (m²), DA = densidade absoluta, DoA = dominância absoluta, VTcc = volume total (m³), VTcc/ha = volume total estimado por hectare, VTcc St = volume total em estéreo e VTcc/ha St = volume total por hectare em estéreo.
Figura 3 – Distribuição diamétrica para os indivíduos arbóreos amostrados na área de estudo. Classes de DAP com amplitude de 5 cm.
O elevado número de indivíduos de diâmetros menores obedece ao processo natural de recrutamento de novas gerações. O formato de “J”-invertido deve-se ao constante recrutamento, à taxa de mortalidade nas classes maiores e ao grau de interferência nos fragmentos onde foram alocadas parcelas.
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A curva que descreve a distribuição do número de indivíduos nas sucessivas classes diamétricas é levemente desbalanceada, uma vez que a razão entre o número de árvores amostradas em classes diamétricas sucessivas é variável.
Em geral, as espécies de maior VI (%) apresentaram distribuição diamétrica mais ampla, enquanto, as espécies de menor VI (%) apresentaram distribuição diamétrica estreita, agrupando-se, principalmente, nos centros de menor classe.
Estrutura Diamétrica – Associação Espécie-Classe
A associação da distribuição diamétrica espécie-classe, é realizada para saber como as espécies encontradas estão distribuídas nas classes de diâmetros. Através da aba “Espécie-Classe” podemos realizar o cálculo. Na Figura 4, a tela do Mata Nativa com a tabela de resultado do número de indivíduos (N) por classe de diâmetro.
Figura 4 – Resultado do número de indivíduos de cada espécie por classe de diâmetro.
No Mata Nativa, realizar o cálculo da estrutura diamétrica é uma tarefa simples e rápida, fazendo com que o gasto de energia se concentre na discussão dos dados e elaboração do relatório técnico. No próximo post, mais dicas sobre estrutura diamétrica e paramétrica.
Fontes Bibliográficas:
- SOUZA, A. L. de. Estrutura, dinâmica e manejo de florestas naturais. 1998. 96p. (Notas de aula de ENF 343). UFV, Viçosa, 2012.
Veja também:
- Cálculo e interpretação da estrutura paramétrica por espécie
- Cálculo e interpretação da estrutura vertical da floresta
- Cálculo e interpretação da estrutura horizontal da floresta
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