A diversidade de uma floresta é um termo que se refere à variedade de espécies (riqueza) e o número de indivíduos dentro de cada espécie. Ou seja, a diversidade florística é a combinação do número de espécies e suas abundâncias relativas. A partir da abundância das espécies é possível analisar se a comunidade de flora é dominada por uma espécie ou se as espécies presentes possuem proporções semelhantes.
Riqueza x abundância
Se uma comunidade florestal possui dominância de uma espécie, isto é, baixa equidade, e/ou não possui alta variedade de espécies, ela terá baixa diversidade. Vejamos um exemplo a seguir.
Duas comunidades possuem dez espécies, porém, a comunidade “a” é dominada por uma de suas dez espécies e a comunidade “b” possui as dez espécies em populações semelhantes. A comunidade “b” apresenta maior diversidade, porque tem maior equidade de espécies.
Complexidade ambiental e diversidade
Estudiosos do assunto afirmam que a tendência da diversidade de espécies é de ser menor nos estágios iniciais de sucessão florestal, aumentar com o tempo, até atingir o último estágio sucessional, para então começar a declinar. Além disso, a escala espacial também tem um significado relevante na diversidade de uma floresta, pois influencia na distribuição e abundância das espécies.
Importância da diversidade florística
A alta diversidade de uma floresta contribui para a manutenção de diversos serviços ecossistêmicos, como a polinização. Além disso, ecossistemas com maior diversidade de espécies possuem maior estabilidade, devido ao fato de espécies diferentes desempenharem funções diferentes.
Ademais, de acordo com Adriano Sanches Melo, saber a diversidade de uma floresta é fundamental para a compreensão da natureza e para otimizar o gerenciamento dessa área em relação a atividades de exploração de baixo impacto, conservação de recursos naturais ou recuperação de ecossistemas degradados.
Índices de diversidade
Os índices de diversidade combinam os atributos: riquezas de espécies e equabilidade de uma comunidade. São expressões matemáticas simples e envolvem a abundância relativa de cada espécies na amostra.
A seguir estão descritos alguns dos principais índices de diversidade.
Índice de Shannon-Weaver (H’)
O índice de diversidade de Shannon-Weaver, considera igual o peso entre as espécies raras e abundantes. Ele fornece uma ideia do grau de incerteza em prever a qual espécie pertenceria um indivíduo retirado aleatoriamente da população. Quanto maior for o valor de H’, maior será a diversidade florística da população em estudo.
Índice de Simpson (C)
O índice de Simpson (C) é um índice de dominância e reflete a probabilidade de dois indivíduos escolhidos ao acaso na comunidade pertencerem à mesma espécie. Varia de 0 a 1 e quanto mais baixo for, maior a probabilidade dos indivíduos serem da mesma espécie, ou seja, maior a dominância e menor a diversidade.
Índice de Equabilidade de Pielou (J)
O índice de Equabilidade apresenta um valor de amplitude de 0 (uniformidade mínima) a 1 (uniformidade máxima), onde 1 representa a máxima diversidade, ou seja, todas as espécies são igualmente abundantes. O índice de Equabilidade de Pielou é derivado do índice de diversidade de Shannon e permite representar a uniformidade da distribuição dos indivíduos entre as espécies existentes.
Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM)
O Coeficiente de Mistura de Jentsch dá uma ideia geral da composição florística da floresta, pois indica, em média, o número de indivíduos de cada espécie que é encontrado no povoamento. Dessa forma, tem-se um fator para medir a intensidade de mistura das espécies e os possíveis problemas de manejo, dada as condições de variabilidade de espécies. Quanto mais próximo de 1 o valor de QM, mais diversa é a população.
No caso do software Mata Nativa, o valor de QM é apresentado em forma de proporção, ou seja, o programa faz uma divisão de N/S (inverte a expressão original). O resultado apresentado é uma proporção do número de indivíduos em relação ao número de espécies para cada parcela e para o total.
Estimativas de Jackknife
Estimativas de Jackknife para índice de diversidade de Shannon-Weave são utilizadas onde a pressuposição de normalidade dos dados não é verificada.
Uso do Mata Nativa Web para os cálculos dos índices de diversidade
A realização dos cálculos com o Mata Nativa é um processo muito simples. Basicamente, importa-se os dados e depois de poucos cliques, tem-se todos os resultados.
Primeiramente, na tela inicial do Mata Nativa, basta clicar em “Novo projeto”, cadastrar o nome do projeto, escolher um dos métodos de amostragem e clicar em “Criar projeto”.
Ao abrir o projeto, você pode importar os dados de uma planilha previamente preparada. No entanto, caso tenha coletado os dados utilizando o Mata Nativa Coletor, esses poderão ser sincronizados no passo anterior.
Ao carregar o arquivo da planilha, deve-se associar as colunas da planilha com as colunas do software, verificar as inconsistências, verificar a lista das espécies, informar a área das parcelas e conferir as informações.
Após a importação, clique em “Calcular” e vá para a aba “Diversidade”.
Ao clicar na aba “Diversidade”, a janela de opções de cálculo será aberta. Deverá ser preenchido o número de casas decimais. Além disso, deverá ser selecionado o nível de probabilidade (%) de Jackknife.
Pronto! A tela com os resultados dos índices de diversidade será exibida.
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